Ruan: "Você não imagina como isso me faz feliz!
Chegando na casa dos meus avós, minha vó diz que recebeu uma ligação da minha mãe Marcela informando que eu estava voltando. Ela me abraça, e em seu abraço me sinto em casa, ela tem cheiro lar.
Coloco a mala e a bolsa em cima do sofá, a mesa já está posta para o almoço, minha vó organiza a comida nas travessas.
- Vamos almoçar querida? - Pergunta minha vó.
Pego um prato e me sirvo, e enquanto comemos paro por um instante para observar meu avós, tento fotografar aquele momento em minha memória para nunca esquecê-lo.
- Que foi Elena? Você tá bem? - Pergunta meu avô.
- Estou bem vô!
Eu nunca perdi ninguém da família, mas eu tinha muita convicção de que isso era algo inevitável. Um tema comum da minha terapia era a morte e o medo de perder, e por este motivo minha psicóloga sempre me aconselhava a ter momentos de qualidade com as pessoas que amo, e eu procurava fazer isso, e apreciar os pequenos momentos como este, que tentei fotografar na memória.
Após a refeição, cheguei perto do meu avô e o abracei, como se não tivesse visto ele a muito tempo. Como se tivesse voltado no tempo para fazer isso.
- Eu amo tanto vocês! - Digo aos dois.
- Nós também te amamos meu amor.
Meu celular começa a tocar, olho e vejo que é um número desconhecido, mas que não me é estranho, imagino que seja Melyssa.
- Vou pro quarto organizar minhas coisas. - Digo aos meus avós.
Pego a mala e a bolsa e me encaminho até o quarto, o celular continua tocando, então atendo.
- Alô...
- Oi docinho, já tô sabendo que você voltou. - Diz Melyssa.
Reviro os olhos, não sei bem se gosto dela me chamando de docinho.
- Não vai falar nada? - Pergunta ela.
- Não!
- Nossa Elena, logo você que faz terapia, não consegue compreender as pessoas.
- É justamente porque eu faço que não me permitirei ser manipulada.
- Essa doeu!
- Tchau Melyssa.
- Calma aí, quero te fazer um convite!
- A resposta já é não.
- Meus pais viajaram e levaram meu irmão, queria que você viesse até minha casa pra gente terminar o que começamos ontem.
- Não vai rolar. - Respondo.
Não é que eu não quisesse, mas não podia dizer sim pra tudo tão facilmente.
- Sério? Eles vão passar três dias fora, e eu vou ficar sozinha.
- Chama seus amigos para te fazer companhia.
- Eles vão vir também, mas hoje queria só eu e você.
- Talvez amanhã, hoje eu já tenho compromisso.
- Quê? Sério?
- Sim! Por que a surpresa?
- Compromisso com quem?
- Desculpas a sinceridade, mas eu não te devo satisfações, e outra, você me deixa sem respostas inúmeras vezes.
- Tá bom então. Tchau. - Diz ela.
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Amando uma Sereia
RomanceSinopse: O destino de Elena está próximo de ser tocado por algo inimaginável para ela. Após passar no vestibular e concluir o ensino médio, ela decide passar as férias na casa dos avós, aonde viveu toda a sua infância. De volta a esse lugar, ela pe...