vii. VIGILANTE SHIT

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LYRIA

I don't start shit but I can tell you how it endsDon't get sad, get evenSo on the weekendsI don't dress for friendsLately I've been dressed for revenge

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I don't start shit but I can tell you how it ends
Don't get sad, get even
So on the weekends
I don't dress for friends
Lately I've been dressed for revenge


A música está dentro de mim a mais tempo do que eu existo nesse mundo. Pode parecer mentira, mas a minha conexão com as notas e os acordes são de outra vida, de algum lugar muito distante a qual tudo o que importava era a harmonia perfeita.

Contudo, a primeira vez que eu percebi que isso estava em meu sangue, que era como uma parte extra de meu corpo, foi aos 7 anos.

Até aí eu já sabia tocar praticamente todos os instrumentos que estavam disponíveis em Velaris, e os musicos mais renomados da Corte Noturna faziam fila para serem meus tutores. Mas até então era simplesmente algo que a Lyria criança gostava de fazer para fugir da realidade, sem ter a dimensão do assunto.

Então aos sete, minha mãe me levou a um concerto que teria no mundo humano. Acho que meu pai nunca soube disso, porque mesmo tantos anos depois as relações entre feéricos e humanos ainda era difícil, e realmente foi imprudente de Feyre ceder aos meus persistentes pedidos de uma criança curiosa.

Pois bem, ela me levou na calada da noite e assistimos escondidas encostadas a porta de saída de emergencia. Feyre não entendeu quando eu comecei a chorar, as lágrimas simplesmente caindo incontrolavelmente pelo meu rosto infantil; mas como ela poderia entender? Ela não tinha o mesmo afeto que eu por esse tipo de arte, que para ela se resumia em quadros e tintas, em formas bem desenhadas e estruturadas.

Aquilo para mim fora a obra de arte mais bela que eu já ouvi, dezenas de humanos expressando a música de uma maneira que eu nunca vi um feérico expressar.

A orquestra contava uma história de amor, todavia ela já começava com os felizes para sempre. A melodia inicial tão doce que me lembrava do amor de meus pais, como um laço de parceria. Cada nota perfeitamente harmonica uma com a outra, como se elas conversassem entre si.

Bem, ao passar do tempo, foi ficando desafinado. Claro que era proposital, era para te fazer sentir como os personagens, como se todo aquele mundo perfeito estivesse se desabando aos poucos.

Eles lutavam para concertar tudo, mas não se duela com o destino. E quando eu percebi, toda aquela doçura inicial havia se tornado em algo tão dolorido de se ouvir, tão avassalador que eu nao conseguia mais nem mesmo respirar, não conseguia sentir os meus pés tocando o chão.

Eu, com apenas sete anos de idade, achava uma injustiça estar viva enquanto o amor desses representados na orquestra não estava mais. Eu sai de lá chorando e completamente mudada, como se agora o mundo tocasse em outra sinfonia.

E com o passar dos anos, ainda com todos os acordes daquela peça fielmente decorados na minha mente, eu descobri o motivo de ter me afetado tanto: aquilo havia se tornado o resumo de minha vida, nada que estava em perfeito equilibrio durava tempo o suficiente para que você sentisse a doçura e felicidade do momento.

DARK PARADISE; tog + acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora