xv. BROTHER

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RHOE


It's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard
Oh take me back to the start


O Palácio de Orythin era uma obra de arte desde que Aelin o reformou pós a guerra.

Cada corredor que eu atravessava, os cômodos que eu passava, em direção a sala do trono, eram completamente compostos por ostentasões que demonstravam o atual poder de Terrasen sobre Erilea.

Mas não eram as molduras de ouro, os móveis refinados ou os tecidos finos, eram os quadros que realmente mostravam a glória de Terrasen.

Cada corredor está cheio da história de Erilea, retratada pelos melhores artistas do continente: imagens desde Brannon e Mala, Helena Havillard, a primeira guerra valg, os anos dourados de Terrasen e todo o conto de Aelin Galanthynius até a coroa.

Um dos meus quadros favoritos é o de toda a Corte da minha mãe felizes pós guerra, parecia que foi feito do exato momento em que eles começaram a rir da forma mais casual possível. Os traços realísticos faziam com que eu conseguisse ouvir a risada deles só de olhar para o belíssimo retrato. E Aelin faz questão de estampar esse quadro em seus corredores, para mostrar que a glória não vem só de riquezas, mas também da família.

Chegando perto a sala do trono há um gigantesco quadro feito sob encomenda de minha mãe e Lysandra. As duas demoraram um ano para detalhar especificamente os traços de uma pessoa que não tinha uma foto sequer restando após a sua morte, mas que minha mãe nunca deixaria de fora da sua casa.

E por conta dessa dedicação delas que agora eu estava observando Sam Cortland num quadro, seus olhos castanhos reconfortantes encaravam eternamente o horizonte.

As portas da sala do trono estavam logo ali, todavia eu preferia muito mais estar com o quadro de um namorado morto de minha mãe do que aceitar a realidade que agora me esperaria.

Eu queria estar no mar nesse momento, mesmo que me desse enjoos. Queria estar em meu quarto naquela escuridão. Queria estar com Rhiannon e Dorian. Queria estar em qualquer lugar menos ali.

— Me ajude, Sam — sussurrei para o quadro, finalmente chegando no ápice da minha insanidade.

E mesmo sabendo que o quadro nunca me responderia, ainda assim tomei um susto quando escutei uma presença atrás de mim.

Me virei apenas para encontrar a babá de Evalin, a mesma que cuidou de todos os irmãos Galanthynius, segurando minha irmãzinha.

— Sua mãe queria que eu trouxesse Eva, mas não sei se é uma boa ideia ... — Gaia começou a falar, sua voz familiar e antiga era reconfortante naquele momento, mesmo que eu pudesse identificar uma preocupação nela.

Gaia era humana e já idosa, depois de dedicar toda a sua vida cuidando das crianças de Aelin e Rowan. Já dava para ver as rugas em seus olhos castanhos carinhosos e as linhas no rosto de quem teve uma vida muito sorridente. Os cabelos grisalhos ja faziam parte de suas feições desde quando eu era apenas um pequeno feérico, pois eu realmente dava muito trabalho a ela, contudo essa preocupação na voz era algo novo.

— Eu também não acho uma boa ideia — falei sussurrando — Eva é ciumenta, não vai gostar de ver a mamãe dando toda a atenção a um desconhecido — eu também não ia gostar, não ia querer ver a cena que mudaria o ritmo de nossas vidas para sempre, de ter que conviver com o cara no qual eu fui comparado toda a minha vida.

DARK PARADISE; tog + acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora