xiii. ANTI-HERO

196 20 1
                                    

RHOE

I'm the problem it's me
At teatime everybody agrees
I'll stare directly at sun but never in the mirror
Must be exhausted
Always rooting for the anti-hero

Sabe, para ser sincero, eu sempre acreditei que o meu irmão mais velho estava morto.

Talvez porque eu nunca o conheci propriamente, minha única meia lembrança dele era a sua risada quando aprendi a balbuciar o seu nome: "Am" era o que eu dizia com um aninho de idade e olhos roxos gigantes.

Eu só descobri que tive um irmão mais velho no meu aniversário de 8 anos, pois meus pais pareciam paranoicos ao meu lado, com ronda de guardas e sem nenhuma festa até que tivessem certeza que eu estava seguro. Depois disso foi a primeira vez que eu desafiei as ordens do meu pai, que dizia claramente para eu nao sair do quarto deles, e fugi para a biblioteca com Dorian.

Quando eles me encontraram - Aelin e Lysandra aos prantos e meu pai uma mistura de fúria e alivio - finalmente me contaram toda a história: que no meu aniversário de dois anos, Sam - que tinha oito - saiu para brincar com Asterin na floresta aos arredores do Palácio e nunca mais foi visto.

Obviamente com oito anos eu fiquei em choque e passei o resto da noite apertado entre os meus pais na cama deles, passei dias após isso pensando em como seria se eu tivesse crescido com um irmão mais velho - um macho, e não Nehemia - e se isso faria alguma diferença nos acontecimentos posteriores aos meus dez anos.

Mas eu cresci sem ele, nem mesmo me lembro do dia que ele desapareceu e dos meses que se decorreram a isso. Tudo o que eu sei foi o que Nehemia me contou, sobre o desespero da minha família, o luto, a negação. Ela dizia que a minha mãe tinha enlouquecido uma vez, que com apenas onze anos teve que ver Aelin gritando para os ventos pedindo perdão e implorando para trazer o filho de volta, dizendo que um menino não era culpado de seus pecados.

Minha irmã dizia que ninguém conseguia consolar a rainha de Terrasen nesses momentos, nem mesmo seu parceiro. As vezes, ela uma vez me disse, que apenas Asterin Havillard conseguia abraçar minha mãe e dizer para ela que Sam não estava morto, que ela tinha certeza que ele so estava perdido em algum lugar.

Oque, para ser sincero, era muito bizarro.

Me lembro também de crescer sendo comparado com ele, que todos diziam que eu deveria ter as habilidades com a espada que ele tinha com apenas oito anos, que a minha caligrafia deveria ser mais bonita igual a dele, que eu deveria ser mais obediente, mais grato, mais controlado igual ele. Mas eu nunca fui igual ele, e também nunca seria. Ele era Sam - o príncipe herdeiro perfeito perdido - enquanto eu era Rhoe - o mimado que todos achavam que era um bastardo.

Então eu não acreditei na bruxa quando ela disse que o encontraram, que de alguma maneira o meu irmão sequestrado e dado como morto para todos os inteligentes da Corte estava vivo e seguro.

— Rhoe - Aedion disse — vá com Asterin que eu e Gavriel iremos com Manon.

O Ashryver era acertivo, mas era possível ver um fantasma de um sorriso em seus lábios, sua respiração mais leve, como se um grande peso tivesse saído de seus ombros.

Ele estava aliviado, todos em volta estavam, contudo o grande Lobo do Norte não se daria à honra de acreditar fielmente nisso enquanto não visse o afilhado face a face.

DARK PARADISE; tog + acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora