xxxi. SIGN OF THE TIMES

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LYRIA

We never learn we've been here before
Why are we always stuck and running for?
The bullets? The bullets?
Just stop crying it's a sign of the times
We gotta get away from here

Nunca, em toda a minha vida, eu tinha estado em tanta paz.

Na verdade eu já estive uma vez, com aquele feérico que parecia com o meu pai, mas foi depois dele me ajudar a fugir do incêndio naquele jardim que queria me consumir. O mesmo incêndio que consumia as minhas veias, os meus pulmões, a minha mente diariamente. O incêndio que queria tomar controle de mim, e ali, naquela floresta, ele não podia fazer nada.

Agora eu estava deitada na grama verde, descalça, meus cabelos loiros espalhados por todo o chão e acima de mim apenas tinha o céu limpo e ensolarado, sem nenhuma ave sobrevoando - ainda bem, pois aquela visão de Dakan ainda perseguia alguns dos meus pesadelos.

— Está confortável? — oh aquela voz, eu tinha tido ... vontades com aquela voz desde quando nós separamos no meu último sonho. Eu não precisava me sentar para saber que um féerico de olhos violetas estaria ali.

— Muito, pinica, mas é confortável — respondi girando até que eu ficasse de bruços, e levantei a minha cabeça, passando o meu olhar por todo o seu corpo até chegar em seu rosto. E que rosto — Nenhum comentário sarcástico hoje?

— Tenho alguns em mente, mas estou cansado demais para isso — aqueles olhos violeta brilhavam contra a luz do Sol, mas realmente pareciam preocupados, diferente da malícia que encontrei quando o conheci. Ele se sentou na minha frente e estalou o pescoço, e mesmo com o olhar cansado, ele abriu um sorriso para mim — Você não parece ser do tipo de pessoas que abraça árvores e rola na grama — ali estava o feérico que eu estava procurando.

— Hoje eu tenho liberdade para isso — respondi, balançando minhas pernas nos ares enquanto sentia o forte cheiro da terra inundar as minhas narinas. Aquela paz era tão reconfortante mas tão estranha, eu não conseguia me sentir completamente bem ali, sabendo que, quando voltasse a minha rotina cotidiana, o mundo estaria pegando fogo.

— Alguma data especial, loirinha? — ele perguntou, seus olhos começando a brilhar de interesse enquanto parecia me analisar da cabeça aos pés — Eu devia ter trazido algum bolo?

— Não, meu aniversário já passou — murmurei, sem querer me lembrar do fim trágico que teve aquela noite. Sem querer lembrar de Anakin ou do bolo na cara de Winter. Tudo isso parecia ter sido a uma vida atrás ...

— Sério? Quantos anos você tem, por sinal? — o macho perguntou.

— Que pergunta indelicada — exclamei irônica — 19 no meu mundo, no seu eu já não sei — pisquei para ele. Sendo bem sincera, não sabia porque tinha falado isso, mas me recordava de, em algum momento naquele dia, ter percebido que esse macho a minha frente vinha de algum mundo extremamente ligado ao meu destino. Me recordo de ter visto um mapa, que ele estaria no meu bolso ... deslizei minha mão para dentro da minha roupa, e lá estava algum papel e um livro. Não ousei tirá-los dali. Eu me sentia segura com esse macho, mas ele ainda era um desconhecido.

— Então somos de mundos diferentes? — ele arqueou a sobrancelha e seu olhar seguiu o trajeto que a minha mão percorreu, mas, por incrível que pareça, ele apenas ficou olhando, sem perguntar nada verbalmente.

"Já está escondendo segredos de mim, loirinha?" Ele parecia perguntar quando seus olhos finalmente encontraram os meus, a imensidão do violeta me atingindo em cheio.

DARK PARADISE; tog + acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora