xviii. NEVER ENOUGH

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LYRIA

All the shine of a thousand spotlights
All the stars that we steal from the night sky
Will never be enough
Never be enough

A labareda de fogo da vela acabou se tornando confortável com o tempo que eu estava passando ali. Já deviam ter se passado uma ou duas horas desde que Gwyn saiu para buscar a pessoa perfeita para me ajudar nessa pesquisa. Acho que essa pessoa devia ser muito ocupada para estar demorando tanto.

Mas não foi tão torturante ficar sozinha com os livros ali, não quando eu estava em uma área de grande circulação de sacerdotisas, pois parecia que algum almoxarifado da biblioteca ficava aqui perto, e isso gerava um barulho constante de passos.

Além do mais, a história da minha família e a de Prythian era muito rica, então eu poderia tranquilamente passar mais algumas horas ali folheando os livros, lendo as entrelinhas, imaginando em cenários para as histórias narradas.

Todavia o livro mais interessante com certeza seria o de capa dura de couro, com as páginas amareladas e um forte cheiro de magia - A grande Casa da Corte Noturna - que contava com todos os membros da minha família e os seus cônjuges. Eu estava lá no final, sem figura me representando, talvez o livro esperasse a pessoa assumir o trono para representar seu rosto. E, como minha mãe foi nomeada também Grã-Senhora, tinha uma breve região que puxava a sua árvore genealógica, repleta de humanos e as minhas tias feéricas, todas perfeitamente representadas como se tivessem lhe tirado uma fotografia.

Contudo, algo estranho estava ali. Ao lado do meu "Lyria Archeron", escrito na mais bela caligrafia, tinha a imagem de alguém queimada, literalmente o papel tinha um buraco em seu rosto com as bordas pretas de chamusco. Abaixo, estava escrito Clare Archeron.

Eu sabia que a minha mãe teve alguns abortos antes de mim, já que o seu corpo Feito não se acostumava com a gestação de um bebê feérico que muitas vezes veio illyriano. Talvez esse bebê Clare tenha sobrevivido após o parto, para que o Livro a reconhecesse, talvez tenha nascido natimorto. Feyre não gostava de falar sobre os seus abortos e eu também não gostava de perguntar sobre. Eu sabia que eu tinha sido tão paparicada quando pequena porque meus pais e familiares me amavam muito, mas principalmente porque eu era um bebê milagroso.

Mesmo que eu fosse a responsável por minha mãe não poder gerar outros filhos.

Mesmo que depois de mim meus pais não poderiam ter a imagem que eles idealizaram da sua criança, o menino feérico de cabelos pretos e olhos violetas que o Entalhador de Ossos havia lhes mostrados.

Só de pensar nisso a labareda da vela ficava mais forte, mais viva.

Respirei profundamente para evitar uma catástrofe, para afastar esses pensamentos.

Eu tinha ido ali para procurar por qualquer indícios de alguma Aelin Galanthynius em toda a minha história, talvez em Elena ou até mesmo na tal de Adarlan que ela mencionara. Mas não havia nada. Ninguém da minha árvore genealógica possuía esses sobrenomes, nem por parte da minha mãe e principalmente da parte do meu pai.

Pela não tão extensa linha que representava a ancestralidade por parte de Rhys, todos os membros já falecidos da família tinham cabelos pretos e olhos violetas. Alguns cônjuges variavam, tinham algumas mulheres feéricas de cabelos loiros, uma ruiva, e uma castanha, uma era albina e outra tinha cabelos verdes, todavia, em todos esses séculos de família, todos os filhos tinham nascido puxando o gene forte dos olhos violetas e cabelos escuros, eu era a única em toda uma era de olhos turquesa, eu era a única nascida da família de cabelos loiros.

DARK PARADISE; tog + acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora