DARK PARADISE; tog + acotar

xxxxiv. SINNERS

RHOE

Our lives are stories waiting to be told
In search of silver linings, we discover gold
And judgment taught us that our heart were wrong
But they are the ones that we will look down upon

Winter, uma illyriana, estava a minha porta.

Winter que, pelo visto, era parente de Lyria.

Mas ela não se parecia nada com a feérica loira dos meus sonhos. Seus cabelos cor de avelã caíam como ondas, completamente soltos e selvagens, combinando com as suas asas recolhidas em suas costas. Elas estavam fechadas mas, as vezes, farfalhavam, como se Winter estivesse nervosa. Essas características selvagens contrastavam com os olhos azuis tempestuosos, sérios, que queimavam com uma chama fria dentro deles.

Nenhuma dessas características se assemelhavam com o fogo quente que Lyria emanava, nem mesmo com os olhos Ashryver que ela tinha, ou os cabelos dourados.

A única semelhança entre as duas eram as sardas e o nariz arrebitado, além daquela postura autoritária de uma princesa absolutista.

— Algum problema? — perguntei, tentando não soar rouco, e escondendo o resto do meu corpo atrás da porta. Ela me olhou de cima para baixo uma, duas e depois uma terceira vez, até mesmo inclinando a cabeça um pouco, como se fosse um animal.

— Você não é mais um filho de Rhys no qual ninguém se lembra? — ela encarou fixamente os meus olhos, e pude jurar que vi chamas prateadas queimarem atrás da sua pupila. Se estivéssemos em Erilea, diria que ela tem sangue de bruxa.

— Acredito que não — disse, não sabendo como responder aquilo. Rhys seria Rhysand encurtado? Se fosse, então a resposta definitivamente era não, já que meu pai tinha nome e sobrenome e não era Rhysand.

Mas não disse aquilo. Não tinha que me expor para aquela illyriana.

Illyriana ... mestiça, como eu, se as suas orelhas feéricas a deduravam. Mas o seu companheiro tinha me chamado de mestiço com tanto nojo, como ela poderia ter aceitado aquilo?

— Graças ao Caldeirão — ela olhou para o corredor, como se estivesse garantindo que não havia ninguém espionando — Meu nome é Winter.

Aquela mulher era maluca. Não tinha outra opção.

— Prazer Winter, meu nome é Rhoe — ela podia ser maluca, mas as palavras de Seraphia ainda estavam na minha cabeça.

Algo estava sendo traçado naquele lugar, então permiti que Winter agisse dissimuladamente comigo no meio da noite.

— Se não se importa, eu estava tomando banho ...

— Não vou te atrapalhar mais, eu só ... — ela engoliu em seco e ergueu um pouco mais a cabeça — Eu preciso de ajuda.

Ela parecia relutante sobre aquilo, como se não estivesse acostumada a fazer pedidos.

— Eu preciso voltar para a Corte Noturna, como você, caso não tenha entendido errado lá embaixo. Meu pai pode te absolver por ter fugido dos acampamentos caso você me leve de volta e me ajude a me infiltrar na Cidade Escavada.

— Cidade Escavada? — ela tinha bisbilhotado a minha conversa com Arion e Seraphia, mas aquilo não era nem o menor problema daquele acordo.