DARK PARADISE; tog + acotar

xxvi. SIX FEET UNDER

RHOE

Bad dreams light up the sky
Don't blink, no don't say goodbye
Touch me once and I'll make you mine
The sky is breaking
You won't break me

Antes de tudo compramos roupas mais simples e capuzes em uma loja em torno da grande rua do comércio, para nos camuflarmos.

Nunca que iríamos passar despercebidos nos cortiços utilizando roupas finas, principalmente Nehemia, com seu vestido com bordas de ouro. Escondemos as nossas roupas antigas em uma árvore próxima à loja e saímos em direção ao bairro mais afastado do centro da cidade.

Minha irmã mais velha prendeu os cabelos prateados até serem um coque de tranças e jogou o capuz na cabeça: não era todo mundo que a conhecia pessoalmente, mas todos sabiam que a princesa herdeira tinha cabelos prateados tais quais os do pai. O meu problema até então era os meus olhos, também conhecidos pela população, mas com a noite começando a cair, seria difícil alguém prestar atenção o suficiente para perceberem o violeta neles.

Agora, Gavriel era quem menos tinha com o que se preocupar, suas feições - com exceção dos olhos Ashryver - eram comuns no norte.

— O que você está planejando, Nehe? — meu primo perguntou, a voz não mais que um sussurro enquanto nos aproximávamos do bairro de bares e casas de jogos, onde as residências eram um aglomerado de comunidades e que viviam sobre o reinado de um criminoso, não o da minha mãe.

Talvez não mais, já que ele foi encontrado morto.

E Aelin também nunca abandonou esse lugar. Mesmo agora parecer fazer parte de outra cidade, com esse cheiro terrível de sujeira, álcool e terror, os cortiços pediram para serem mantidos separados de qualquer plano que a Rainha tinha para Orynth, contudo Aelin vinha fazendo ações nesse bairro devagar, sem que eles percebessem que estavam perdendo poder cada vez mais, sem que eles notassem as melhoras estruturais, a canalização dos esgotos, a prisão dos piores criminosos.

Sempre apenas a prisão. A morte era apenas para aqueles que ainda possuíam escravos, para aqueles que ainda apoiavam o antigo regime de Adarlan sobre Terrasen.

Então os cortiços pareciam um lixo, uma merda para se viver, mas não seria assim por muito tempo.

— O foco principal é não seremos pegos por papai ou por Fenrys — minha irmã disse.

— Ou por Lorcan e Lysandra — relembrei, já que Aelin deixou escapar que eles iriam vir para os cortiços de tarde.

— Então temos que ser discretos, e abafar nosso cheiro — Gavriel disse, olhando fixamente para mim e Nehemia, um pedido silencioso para que criássemos um escudo de ar em nosso entorno. Minha irmã e eu fizemos isso rapidamente, quase uma forma natural da nossa magia Whitethorn, mesmo que o vento dela sempre tivesse tido um toque diferente do meu. Rowan dizia que era por conta da magia de sombras que eu carregava, que isso provavelmente afetava a maneira deu expressar as outras.

Uma maldição ou uma benção, essa sempre foi a questão da minha escuridão.

Mas agora não era hora de pensar nisso, não quando eu já estava chutando pedras e estilhaços de vidro nas calçadas dos cortiços.

As ruas que, uma vez eram tão movimentadas e cheias de criminosos, agora pareciam silenciosos. A última vez que vim aqui estava acompanhado de Rhiannon e Dorian, pois queríamos procurar um cassino sujo para passar a noite.