LYRIA
It's just a cruel existence like there's
no point hoping at all
Baby, baby, I feel crazy
up all night, all night and every day
Give me something, oh, but you say nothing
What is happening to me?— Uma estrela perdida cai pelo céu escuro sem esperanças. Uma estrela perdida seu sangue terá que derramar. Uma estrela perdida cabe a nós salvar — era torturante estar na cela ao lado de Elain. Eu não sabia onde estavam os outros, parecia que apenas a minha tia delirante estava presa naquele corredor de celas.
Ela repetia aquela visão a todo momento, sendo interrompida as vezes por picos de consciência que a faziam chorar pelos filhos que realmente estavam perdidos, e não as estrelas.
Eu não poderia me importar menos com estrelas perdidas. Os olhos brancos de minha tia me assustavam durante a infância, mas agora eu tinha medos maiores.
Toda vez que fechava os meus olhos eu via os meus pais mortos, mesmo não tendo visto os seus corpos, eu os via mortos como se fossem os rascunhos de minha mãe dos corpos dos assassinados por Clare.
Pela minha própria irmã.
Irmã. Aquela ainda era a maior incógnita de toda aquela situação.
Eu também a via ao fechar os olhos. A via matando meus pais, a via mandando Jane arrancar as asas do irmão gêmeo, a via me prendendo nessa cela e a via me matando - esse era o único momento em que eu ficava em paz.
A falta do fogo rugindo em meus ouvidos, sob a minha pele, na minha alma estava me deixando inquieta.
Não me permitindo dormir por conta própria, as únicas vezes que a escuridão me tomava era por conta das minhas costas infectadas por conta das chibatadas.
O ferro impedia que eu me curasse, impedia que meu corpo feérico me impedisse de sentir a dor das infecções que os humanos eram atingidos quando flagelados daquela forma.
Toda a cela parecia ser de ferro também, como se tivesse sido feita para mim. Feéricos não eram sensíveis a ferro, isso era um mito humano. Mas eu, pelo visto, era. Por algum motivo eu era a única feérica sensível a esse metal.
Mas eu não conseguia pensar nisso, não quando minha tia tinha voltado a chorar pelos seus filhos e a escuridão tinha vindo para me reivindicar com a melodia da tragédia que assolava a minha vida no fundo.
*
Porém a escuridão não me reivindicou.
Acreditava que não, ja que toda que vez que ela reivindicava eu não sonhava. Se eu sonhasse toda vez que a infecção e a dor tomassem conta do meu corpo, eu já estaria insana por conta dos pesadelos.
Além do mais, eu ainda estava naquela cela. Mas Elain não estava na cela ao meu lado, ela não falava nada, nem chorava, nem respirava, senão eu a escutaria.
Eu estava sozinha com o ferro me sufocando para todos os lados.
Eu havia sido treinada para aturar a pressão do frecho em situações de luta. Eu nunca tive problemas com ele. Mas ninguém nunca me treinou com ferro, ninguém nunca o usou contra mim para que eu gerasse uma imunidade.
O ferro me fazia querer me render a escuridão. Me fazia querer me juntar aos meus pais.
Eu não seria Grã Senhora, não quando, pelo visto, eu tinha uma irmã mais velha que reivindicou esse direito. Não tinha como eu salvar Prythian presa naquela cela, e também não tinha como eu sair, então a minha vida era inútil e torturante para mim mesma.
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DARK PARADISE; tog + acotar
FanfictionDARK PARADISE ───── seu preço é inominável. Um plano, uma vingança. Uma guerra dada como vencida, mas que mal havia começado. Dois bebês recém-nascidos são trocados como o símbolo de que ele era quem estava no controle, de que tudo que eles viram...