LYRIA
Would I run off the world someday?
Nobody knows, nobody knows
And I was dancing in the rain
I felt alive and I can't complain
But no, take me home
Take me home where I belong
I can't take it anymoreEu estava cedendo.
Aos poucos, cada dia mais, eu estava cedendo aos delírios e a dor que irradiava pelo meu corpo.
Eu estava cedendo a tristeza e a escuridão que envolviam a minha existência.
Eu sabia que não tinha esse direito, Dakan não precisava me lembrar. Eu sabia que, por questões sanguíneas, eu era a única esperança da minha Corte. Eu sabia de tudo isso, sabia que Elena também tinha apostado todas as suas fichas em mim, mas eu não era uma heroína.
Sou filha de lendas dos livros de história de Prythian, que morreram e reviveram para salvar o seu povo, mas eu não era como eles.
Além do mais, essas lendas estavam mortas agora. Eles não teriam uma terceira chance para voltarem a vida. Os dois não passavam de poeira estelar, caso Clare tivesse se dignado em incinerar seus corpos.
Eles estavam mortos e eu estava sozinha, em uma cela escura, de ferro e suja, com Dakan sendo a minha única companhia nesse tempo que parecia uma eternidade.
As vezes eu escutava a voz de Az em meu ouvido, dizendo que veio me resgatar, que eu tinha que ser rápida pois não tínhamos tempo. As vezes eu me esquecia que agora ele não passava de mais um dos escravos Valg de Clare, me esquecia e me levantava rapidamente, apenas para dar de cara com as barras de ferro da cela.
As vezes eu escutava minha mãe dizer que me amava, que eu deveria confiar nos meus instintos. Toda vez que pensava nisso, me lembrava das histórias que ela me contava sobre quando era uma humana em Prythian, sobre como ela sempre fora avisada a nunca confiar em seus sentidos. Seriam os sentidos diferentes dos instintos? Sentidos podiam ser manipulados pela magia feérica, pela beleza do nosso mundo, mas os instintos não?
Entretanto, depois do meu sonho com Aelin Galanthynius, nunca mais delirei com Feyre Archeron fisicamente. Apenas sua doce e materna voz.
Era como se o meu subconsciente estivesse se esquecendo dela. Toda vez que eu tentava mentalizar o rosto de minha mãe, não tinha certeza se os seus olhos estavam no tom turquesa certo, ou se o seu nariz estava reto o suficiente, ou os cabelos da cor correta. Era como se o rosto dela se misturasse sempre com o da mulher em meu sonho.
O que era diferente do meu pai. Sempre que, em meio a delírios da febre, eu visualizava Rhys, conseguia ver perfeitamente seus olhos violetas.
O problema é que eles nunca tinham a suavidade e o amor expressado nas estrelas dos olhos de meu pai. O violeta sempre estava carregado de escárnio e maldade - os olhos de Clare.
Não havia dúvida que Clare era a minha irmã, seus olhos eram idênticos aos de meu pai, mas o que quer que tenha acontecido com ela durante a sua vida, fez com que ela deixasse de fazer parte da família.
Os meus delírios mais brandos, aqueles em que Dakan não tinha que gritar da cela ao lado para que eu acordasse, eram com um mestiço illyriano se aventurando pelo Meio.
Eu sempre me sentia como uma sombra, o observando de longe. Ele havia fugido de um bando de Martax, vestido como se estivesse indo em uma festa, e foi parar dentro do antigo chalé da Tecelã. O macho teria até mesmo aguentado os encantamentos de uma Puca, que fingirá ser dois feéricos que eu nunca tinha visto em minha vida.
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DARK PARADISE; tog + acotar
FanfictionDARK PARADISE ───── seu preço é inominável. Um plano, uma vingança. Uma guerra dada como vencida, mas que mal havia começado. Dois bebês recém-nascidos são trocados como o símbolo de que ele era quem estava no controle, de que tudo que eles viram...