xxxxxxiii. NEVER ENOUGH

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RHOE

Cause darling without you
All the shine of a thousand spotlight
All the stars we steal from the night sky
Will never be enough
Never be enough

Aquele camarote se transformou em um inferno depois que a luz de Lyria estremeceu a barreira de proteção de Clare.

Todos ficaram em silêncio por alguns segundos quando aquela alvorada se apagou, mostrando a princesa com um sorriso digno de uma rainha na arena arenosa abaixo, cercada por dois colares de pedra de wyrd caídos.

Porém, no momento em que ela desfaleceu na arena, o esgotamento provavelmente a alcançando, todos os feéricos presentes começaram a gritar e uivar na direção de Clare requisitando respostas. Claramente tinha sido uma péssima jogada política mostrar para a sua população que você está compactuando com um inimigo poderosíssimo de outro mundo, que esse mesmo inimigo tem o desejo de tomar aquela Corte e se alimentar dos pesadelos de todos.

Para mim, não fazia sentido ela não ter pensado naquilo, na insatisfação popular que surgiria depois desse desafio. Clare cresceu com o meu irmão e ele foi muito bem educado das artes políticas, todos nós fomos.

Mas a Grã Senhora também não ficou muito tempo no camarote depois do fim do desafio para descobrir o que aconteceria, a sua própria magia a escoltando escada acima de volta a Cidade Escavada.

Foi um pouco antes dela partir que dei toda a minha atenção a fêmea caída lá em baixo, seus cabelos loiros espelhados pela areia.

Por alguns torturantes minutos eu acreditei que ela estava morta, derrotada. Ela tinha caído e os príncipes Valg a rodiavam como urubus em cadáveres, eu conseguia sentir o terror de dentro dela em meus ossos, fazendo a minha magia perder completamente o controle.

Foi necessário que Winter, com todos os seus sifões prateados acessos, me segurasse de uma maneira que ninguém nunca me segurou antes para que eu não pulasse naquela arena. A barreira de Clare era apenas mágica, não física, ela cantava para a minha magia mas não impedia meu corpo de atravessa-la.

Winter estava rangendo os dentes, quase sendo jogada para trás por mim, algo similar a situação com Rhiannon em meu aniversário, quando algumas figuras brilhantes surgiram dentro da camada de escuridão que envolviam Lyria. Eu não conseguia identificar quem eram, o que eram, mas a menor das figuras tinha feito Lyria erguer a cabeça, tinha feito os príncipes Valg se agitarem assustados .... e então tudo explodiu em chamas e luz ardente.

A maneira como os Valg viraram pó ... algo dentro de mim se agitou com aquilo, se encaixou. E depois o sorriso que ela me deu ... os olhos dela estavam completamente dourados, da cor do mais puro ouro, uma cor que nem mesmo Manon, Asterin ou o príncipe Valg conseguia alcançar.

Eram os olhos dourados de uma rainha incandescente.

E eu fiquei com esses olhos na minha cabeça enquanto era obrigado a voltar para os aposentos que Clare me alocou, quando eu era obrigado a ficar naquele quarto dentro de uma montanha, com finas tapeçarias, enquanto a fêmea com olhos dourados estava esgotada em algum lugar desse complexo.

Eu precisava sair dali, precisava ajuda-la, ver aqueles olhos novamente ... mas, pelo visto, eu estava proibido, caso a sentinela em minha porta significasse alguma coisa.

Eu estava jogado na cama presa ao chão de pedra, olhando para o teto com estrelas entalhadas como se ele fosse me dar a resposta daquele enigma impossível de Clare, quando uma sombra preta começou a atravessar por debaixo da minha porta.

Minha cabeça estava nas nuvens, ora eu pensava no fato de que já tínhamos passado do prazo que Arion nos deu para que o alcançássemos sua fruta, ora ficava imaginando se sua fuga tinha dado certo, ora Lyria surgia em minha mente junto com aquele enigma e o que quer que estivesse acontecendo em Erilea. Eu estava tão distraído que demorou alguns segundos para que eu percebesse que aquela sombra estava se materializando.

DARK PARADISE; tog + acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora