DARK PARADISE; tog + acotar

xxxxxxxii. CALANMAI

LYRIA

Am I crazy?
Maybe we could happen, yeah
Will you still be with me
When the magic's all run out?
If only I knew what my heart was telling me
Don't know what I'm felling
Is it just a dream? Uh-oh
If only I could read the signs in front of me
I could find the way to who I'm meant to be

Quando Rhoe me beijou foi como ser bombardeada por estrelas.

Não tinha como descrever aquele sentimento de outra forma.

Antes disso, ainda no conselho dos Grão Senhores, demorou uma hora para que todos convencessem Beron a não executar Rhoe, seu filho mais velho, Eris, inclusive do nosso lado.

Quando a escuridão de Rhoe começou a literalmente afogar Beron, como se fosse uma mistura das mágoas de Tarquin e de meu pai, foi uma cena magnífica. Linda, para ser modesta. Minha magia dentro de mim, que já estava lutando contra a minha mente para ser liberada, começou a cantar e dançar na direção daquilo.

Graças ao Caldeirão ela não emanou, senão, com certeza, teríamos um Grão Senhor morto.

Mesmo que, provavelmente, lidar com Eris seria mais fácil do que com Beron.

Com toda aquela explosão de Rhoe e todos os outros Grão Senhores acreditando que o macho de outro mundo não era confiável, eu me vi sem opções além de deixar subentendido que eu me casaria com Anakin. Minha família protestou, Nestha quase que apontou o seu dedo fatal para Tamlin, mas não havia outra escolha: se eu não me casasse com Anakin, não teria pretexto para que alguma Corte me apoiasse na guerra.

Beron deixou claro que aquilo não o havia convencido, que, por enquanto, ainda estaria neutro e que eu poderia muito bem passar os meus exércitos pela parte sul do continente, pela Corte Estival. Contudo Eris chegou até mim alguns momentos antes de partir e prometeu que mudaria a cabeça do pai, que tinha recebido a minha carta e que realmente tinha muitas dívidas com os meus pais.

Outros Grão Senhores fizeram o mesmo, chegando até mim, discretamente, antes do final absoluto do conselho, e juraram a sua aliança, não só para vingar os meus pais ou por mim, mas para protegerem as suas famílias do mal que Rhoe tanto enfatizou.

Não podia dizer que não estava esperando por aquilo, já que tinha mandado as cartas na noite anterior, logo depois que voltamos para a mansão, com aquele intuito.

Anakin não falou comigo quando seu pai declarou que o conselho estava encerrado e que seus empregados precisavam começar a preparar a propriedade para os festivais do Calanmai, mesmo que agora estivéssemos praticamente noivos.

O que foi bom, pois eu também não queria conversar com ele, não queria ver aqueles olhos verdes nos quais eu estaria presa pelo resto da minha vida. Também foi bom, pois, se tivéssemos conversado, muito provavelmente Rhoe não teria me beijado.

Ou eu não teria permitido que ele me beijasse.

Começou como um beijo melancólico, pelo menos pela minha parte, depois do que ficou estabelecido pelo conselho. Um primeiro e último beijo, talvez, um beijo que eu só conseguiria dar para um macho que conheci em meus sonhos mais bonitos.

Depois esquecemos completamente que estávamos em um jardim, graças a Mãe protegidos pelos caracóis de arbustos, e o beijo se tornou selvagem, completamente movido pelo instinto mais profundo do nosso ser. Quando me dei conta os lábios de Rhoe estavam sangrando e eu fui explodida pela sua magia, pela sua escuridão e luz, quando chupei aqueles lábios.