viii. BRUTAL

221 23 3
                                    

RHOE

All I did was try by best
This the kind of thanks I get?
Unrelentlessly upset
They say these are the golden years
But I'd like to disappear

Foi extremamente difícil fazer com que Gavriel parasse de falar sobre o meu "momento romântico" com Rhiannon.

Meu primo passará os últimos dois dias inteiros falando como estava feliz com aquilo, e que agora poderia esfregar na cara de Asterin, que sempre dissera que isso não iria acontecer. Provavelmente os dois apostaram uma grande quantia em dinheiro para que ele estivesse tão feliz.

Quando instigada a se juntar na provocação, Marion dissera apenas que sentia muito por Rhiannon e que ela estava desperdiçando o seu valor comigo. Rosnei em resposta e recebi um sorriso ignorante de volta, um sorriso que fez todos os meus ossos tremerem.

Graças aos Deuses que não trombei com ela durante os dias que se seguiram, tendo apenas Gavriel e alguns marujos inexperientes como companhia.

O capitão do navio, Handel seu nome, me colocará como ajudante de cartógrafo durante a viagem. Talvez por conta da minha bela caligrafia ou pela minha educação de palácio, mas me senti mal quando vi Gavriel sendo resignado as tarefas legais como cuidar das bombas, enquanto eu ficava sentado no Sol observando o rumo e azimute que estávamos indo.

Pelo menos eu acabava tendo mais tempo livre do que os demais, já que Jurske, o cartógrafo principal, preferia trabalhar sozinho e me colocava em ação somente quando era realmente necessário.

Por isso agora eu estava trancado em meu pequeno quarto, a qual dividia com mais dez machos feéricos, tentando ler o livro que Rhiannon secretamente me dera no dia em que parti. Tentando pois o baque do navio contra as ondas me causava um enjoo terrível, mesmo que eu nunca fosse reconhecer.

Analisei a capa daquele livro antigo mais uma vez, que carregava o carimbo de reconstruida biblioteca de Adarlan. Em um dourado desbotado, estava escrito "Criaturas a muito esquecidas" e o autor já não era nem mais visível.

Esse calhamaço continha informações sobre praticamente todos os seres que ja andaram sobre Erilea, desde a sua criação. Haviam nomes ali que eu nunca tinha estudado com os meus tutores, provavelmente tão antigos e já extintos a tantos anos que aquele livro poderia ser o último registro.

Se eu o lesse por inteiro não o terminaria durante os trinta dias de viagem, mas minha bruxinha já havia feito o trabalho difícil e deixará marcado a sessão que eu precisava estudar. Suas palavras finais ainda percorrendo a minha mente quando abri e me deparei com uma ilustração desbotada de um ser alado, suas asas tão grandes que mal couberam na representação da folha. O mais interessante era o olhar brutal do macho da figura, se apoiando sobre uma espada peculiar, e as orelhas completamente redondas, como se fosse meio humano.

"Illyrianos" era o nome remetido no livro.

Uma onda de pavor ao desconhecido subiu em minha garganta quando comecei a ler, devagar, as informações:

"Uma variação genética do cruzamento entre feéricos, humanos e serpentes aladas gerou um dos seres mais cruéis que já passaram por nossas terras. O traço humano em seu sangue fez com que os illyrianos não fossem os seres mais poderosos do planeta, já que a imortalidade e força feéricas foram combinados com o incrível par de asas que estão em sua estrutura. Com escamas resilientes a diversas provações e fortes o suficiente para suportar o peso do próprio corpo, as asas illyrianas fazem com que eles tomem os seus em velocidades maiores do que as próprias serpentes aladas."

DARK PARADISE; tog + acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora