Foi de Repente

CAP 63

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Ouvi batidas na porta, eu não tava nem um pouco a fim de levantar.

Vn: Quem é? - ouvi Vinicius perguntar.

“Tamara” - sua voz foi ouvida.

Eu: Manda entrar - falei meio dormindo pra ele, que o fez.

Ta: Bom dia gente, então, vai rolar mutirão pra limpar lá fora e então vim aqui avisar.

Eu: Ai amiga, agora? - me virei pro lado de Vinicius enfiando meu rosto em qualquer parte acessível de seu corpo. Ele começou um cafunezinho gostoso. Ouvi a risada da minha amiga.

Ta: Não agora, já já, então por favor, levantem pra tomar café, já tá tudo pronto.

Vn: Valeu Tamy, nós já vamos. - ouvi ela dizer algo e sair. Abracei sua cintura, concentrada em seu carinho. — Amor, vamos levantar. - ele falou baixinho. Neguei com a cabeça.

Eu: Eu tô morta de cansada, fora a preguiça. Não quero - choraminguei. Ele riu e começou a beijar meu rosto. Abri os olhos sem vontade alguma.

Vn: Bom dia! - ele sorriu e acabei sorrindo também. Agora me deu um selinho que se tornou um beijo. — Vamos preguiçosa?

Eu: Ai, eu tô morta, tive que ajudar com os bebuns ontem na madruga. - me separei dele, pus o antebraço nos olhos pra ver se conseguia me dar a sensação de ainda dormir.

Vn: Sério, nem vi.

Eu: Porque o senhor é uma pedra dormindo. Os meninos chegaram fazendo a maior algazarra e acordei. Acabou sobrando pra mim também.

Vn: Ah tá, então… Vou indo tomar um banho, quando eu sair vou te chamar nem adianta fugir mocinha. - cutucou minha barriga, reclamei, virei pro lado e fui cochilar, realmente estava cansada, ninguém se compadece que eu meti a porrada numa sucuri e ainda ajudei bebuns na madruga?

Apaguei rápido.

Fui acordada gentilmente por alguém, abri os olhos e dei de cara com Grazy.

Gz: Ei, enfim acordou. - falou meio sem graça.

Eu: Já vai começar o negócio?. - aí que me lembrei da limpeza, ela riu.

Gz: Não se preocupe, já estamos acabando.

Eu: Por que não me chamaram, gente? - me sentei coçando os olhos, mas me sentindo mais descansada. — Deixa eu dar um jeito nessa cara. - me levantei — Aliás que horas são ? - fui ao banheiro.

Gz: Umas quase três. - nossa eu dormi mesmo! Fiz minhas higienes pessoais e saí do quarto, estava caçando meu celular. — Milly, a gente pode conversar um pouquinho. - a olhei e assenti, eu detesto esse climao.

Eu: Posso começar? - me joguei na cama e ela pareceu surpresa. Ela assentiu. — Olha Grazielly, você é uma das pessoas mais importantes na minha vida e eu sempre achei que fosse recíproco, mas quando você pôs em dúvida sua confiança em mim fiquei muito chateada, nossa, acabou comigo. - seu olhar se entristeceu, suspirei. — Cara, você é minha melhor amiga, a melhor das melhores e foi uma puta decepção ver você defender aquelazinha e se virar contra mim…

Gz: Não! - me interrompeu — Eu não me virei contra você Milly! - falou rapidamente.

Eu: Bom, não foi o que me pareceu. - falei sério. — Ontem foi o meu limite, eu precisava acabar com ela de alguma forma e eu fiz sem me arrepender um cadinho. Você mais do que ninguém sabe que não sou de briga, mas essa menina dissimulada resolveu que “estava a fim do Alberto”, você tem noção? Não vou mentir, por um lado fiquei feliz dela ter aprontado pra ver se vocês enxergavam o que eu tanto avisava. Poderia ter sido o Felipe, você já pensou nisso? - ela me olhou assustada, de verdade. Eu sempre fui sincera com eles todos, só que eu acho que minha franqueza extrema com um pouco de frieza ela nunca tinha visto. — Ainda bem que com tudo, o Felipe sempre foi mais cabeça que o Beto e eu acho que agora você estaria bem pior, pois eu não seria a melhor pessoa pra te apoiar nesse momento difícil. - ela baixou novamente o olhar já com visíveis lágrimas. Peguei em sua mão. — Olha eu amo você assim como amo Beto, somos irmãs eu odeio esse clima estranho entre nós, nunca fomos assim, mas eu preciso deixar avisado talvez eu fique um pouco estranha, não tão interativa com você, mas com o tempo vai passar. - ela pareceu suspirar aliviada. — Mas uma coisa, a partir de agora, vai ser muito séria, eu só vou falar o que eu acho sobre coisas mais sérias quando eu tiver certeza uma vez só porque eu morri de avisar dessa vez e você não confiou em mim, então pra evitar mais magoas futuras será assim. É isso. - terminei e soltei o ar me sentindo melhor, não quero mais prender nada, se teve uma coisa que a vagabunda da Malu me ensinou é que guardar as coisas faz mal e soltar tudo é MARAVILHOSO.

Gz: Nossa, eu… Eu quero dizer que nunca fiquei contra você, mas eu, realmente, achei que… - desistiu sabendo que estava errada — Eu tô muito decepcionada comigo por tentar por ela, eu não te ouvi e isso acabou comigo. Eu sei que você vai precisar do seu tempo e eu vou super te respeitar. Eu só quero que pedir que me perdoe por ser uma idiota, imbecil, infantil e tudo mais, eu amo você, tu é a melhor pessoa depois da minha mãe pra eu ter na minha vida, então eu tô implorando, por favor não sai dela. - seus olhos sinceros e arrependidos como nunca havia visto me imploravam por uma resposta. Ela me abraçou de supetao. — Por favor, Milena, me perdoa? - eu a abracei de volta e fiz que sim com a cabeça, estávamos num abraço apertado e não vou negar a saudade tremenda que eu estava da minha melhor amiga. — Ai como eu sou burra! - ela falou pra si.

Eu: Você esta perdoada Grazy. - nos soltamos.

Gz: Sério?! - assenti percebendo que também chorava. E nos abraçamos de novo.

Mais uma coisa resolvida, depois dali, fui comer, estava morta de fome, já estava tudo arrumado lá fora e foi decidido que dali algumas horas iriamos voltar. Nada demais aconteceu, não conversei com Beto e Carlos ainda, o segundo só falou comigo pra me entregar meu celular. Nós nos arrumamos e voltamos pra casa. Resolvemos cada um ir pra sua casa, estávamos todos morgados. E quando cheguei, fui recepcionada pela minha mãe que fez todas as perguntas possíveis e me falou a coisa mais surpreendente de todas quando o contei o “ocorrido”, ela disse.

MM: Eu estou muito orgulhosa de você, filha. - e me abraçou e eu não podia estar mais feliz comigo mesma, sério.

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• Amo essa mãe
•E tomara que essas duas não briguem mais