Foi de Repente

CAP 50

Carlos’s POV

Eu: Eu sabia que estaria acordada. - ri fraco.

Mi: É… - se sentou em perna de índio.

Eu: Posso? - apontei para o lado vago no sofá, ela assentiu. — Eaí, você tá melhor?

Mi: Estou - ela respondeu baixo, parecia tão sem jeito. Nunca imaginei que um dia ela não conseguiria me olhar, é uma sensação estranha, e nada boa.

Eu: Olha, me desculpe eu ter contado pra Grazy, é que eu tava me sentindo sufocado com essa história, eu não tava aguentando guardar.

Mi: Tudo bem, nós não brigamos por isso e você não me deve desculpas quanto a esse assunto. - agora ela me olhou. Ri fraco, já derrotado.

Eu: Tô ligado, devo desculpas de todo o resto.

Mi: Eu não vou jogar tudo na sua cara porque eu quero ouvir de você e eu, realmente, tô afim que nos resolvamos. - sincera como sempre, suspirou cansada.

Eu: Me desculpe, por tudo que fiz depois que eu disse que nada mudaria entre nós. Eu não vou ficar falando tudo porque eu não sou bom com essas paradas, você sabe. - me aproximei mais dela e ela me olhou de verdade agora. — Mas eu não sei o que deu em mim pra ter ficado assim.

Mi: Um grau de infantilidade altíssimo? - ironizou.

Eu: Talvez, não sei. Só sei que eu tô cansado já, eu venho sentindo muito a sua falta - falei mais baixo a ultima oração. Pus minha mão em seu rosto, eu não resisti precisava tocá-la e ela não recuou. — De verdade, de tudo em você.

Mi: Eu também tenho saudades da nossa amizade de antes, da nossa cumplicidade, éramos melhores amigos e você me abandonou. - ela abaixou a cabeça  e vi uma lágrima descer. Na hora me senti partido ao meio.

Eu: Ainda somos melhores amigos. - ela continuou na mesma posição. — Ei olha pra mim, me desculpa, tudo aconteceu e a minha frustração em ver que eu tinha te perdido, me deixou pior ainda por ver que eu sou um covarde. Eu não tentei lutar pra te ter de volta. - ela me olha triste, seus olhos diziam que ela concordava comigo. — E agora você está com outro cara, eu sei que tô sem moral nenhuma, tô com a Maria Luiza, mas eu não sei explicar, só sei que nunca te esqueci. - enxuguei com o polegar suas lagrimas insistentes. — Você me odeia agora né?! - ela sorriu.

Mi: Amor, eu nunca te odiei, acho que nem se eu quisesse - um alivio tomou conta de mim — Você só me magoou muito, não vou mentir, no começo se você tivesse mostrado mais interesse, talvez tivéssemos dado um jeito, mas depois o tempo passou… - a interrompi.

Eu: O Vinicius chegou… - admiti derrotado, eu sei bem que ela tava curtindo esse cara e eu queria que fosse o contrario.

Mi: Sim, o Vinicius chegou… - a interrompi de novo.

Eu: Mas Mih, isso é sério? Tipo, ele nem te pediu em namoro, nem nada. - sim, eu estava sendo ridículo. Foi a desculpa mais rápida que tive.

Mi: É sério, nós podemos não namorar, mas eu gosto dele. - não era a resposta que eu queria, mas eu a conheço e sei que ela não mentiria. Segurei seu rosto em minhas mãos.

Eu: Você já me esqueceu, então? Não gosta mais de mim? - a olhava nos olhos desesperado pela sua resposta.

Mi: É claro que eu gosto de você, sempre vou gostar…

Eu: Eu quero saber se você ainda gosta de mim, além da amizade, por favor, me fala. - eu precisava dessa gota de esperança.

Mi: Eu não sei Carlos, aconteceram tantas coisas e agora estou com Vini, ele me faz muito bem, ele me transmite paz, eu não sei, eu só sei que eu gosto dele, é sério e eu queria que você respeitasse isso, ok?

Eu: Tudo bem, eu vou te respeitar, eu só preciso saber se você ainda gosta de mim, você ficaria comigo se não tivesse nem Malu nem Vinicius, mesmo depois desse tempo e eu tivesse tido as mesmas atitudes? - ela mordeu o lábio, claramente nervosa, mas eu que fiquei nervoso por esse ato.

Mi: Sim. - ficamos nos olhando, essa era resposta que eu precisava ouvir.

Eu: Obrigado! Eu não vou tentar nada, vou respeitar a sua escolha, não se preocupe. - eu dizia isso mas a minha vontade era de beijá-lá ali sem me importar com nada, mas eu sei que se eu fizesse isso iria acabar com a confiança que ela tava depositando em mim agora. Mas tê-la ali tão perto, como tive antes estava acabando com minha estrutura, nem eu tava me reconhecendo. Me aproximei mais, senti que ela ficou tensa, mas a beijei no rosto. — Obrigado por me desculpar e ser essa pessoa maravilhosa, talvez eu realmente não te mereça.

Mi: Carl, não diz isso. Você é uma pessoa boa, você merece ser feliz, você sabe. - sua mão foi pro meu cabelo, no seu famoso cafuné, fechei os olhos sentindo seu carinho.

Eu: Gostaria de ser feliz com você. - ela desceu sua mão para meu rosto, estava claramente envergonhada e eu ri porque eu vi que ainda conseguia fazer isso. — Que tal um abraço? - ela sorriu como há tempos não via e se jogou nos meus braços abertos a sua espera. A segurei tao forte, não queria que ela saísse de perto de mim. Afundei meu rosto em seu pescoço, que saudade do seu cheiro, senti sua respiração descompassada e algumas fungadas, ela me abraçou mais forte.

Mi: Estava com tanta saudade, seu idiota! - eu ri, saudade desse jeitinho, falou chorosa.

Eu: E eu muito mais garota. - nos separamos do abraço, fiz cócegas nela e ao vê-la rir eu tive certeza que eu queria essa garota, e eu ia esperar o momento certo porque eu tava sentindo que ia tê-la de volta algum dia.

Mi: Carlos… Carlos acorda meu filho. - estala os dedos na minha cara com um sorriso divertido.

Eu: Acho que dei uma viajada. - sorri, e seu sorriso continuava lá, eu não poderia estar mais satisfeito.

Mi: Vamos ir dormir, talvez seu mal seja o sono e daqui a pouco sua namorada dá sua falta e fudeu cu do Abreu. - nós rimos juntos. — Boa noite, Carlos. - ela se levantou, beijou demoradamente minha bochecha. — Tô muito feliz em ter você de volta. - sorriu pra mim e apertou minha bochecha, espantei sua mao e ela foi pro quarto, ouvi seu telefone tocar e ela atenter feliz. Me joguei todo bobo no sofá mostrando todos os dentes. Olhei a hora e MERDA! Meia noite e um, não fui o primeiro, mas eu tava tão feliz que nem consegui ligar pra isso.

_____________________________________

Então, curtiram ver outro ponto de vista? Quis mostrar um pouco o lado do Carlos, o que acharam?