CAP 68

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Li: Amiga você sabia que teve gente que ficou choramingando porque você saiu com o Lucas hoje. - ela jogou no ar. Estávamos na sala, jogados, eu sentada no chão recostada no sofa com Beto ao meu lado, Line sentada no mesmo e Carlos no outro sofá.

Eu: É mesmo?! - olhei pro Beto — Que ciumento, o Lucas é do bonde sabia?! Eu já te expliquei que ninguém pode te substituir.

Al: Mas é que vocês agora estão muito grudados e eu não gosto mesmo.

Ca: Fora que tem mais foto dele do que com seu namorado, não que eu esteja reclamando.

Eu: Carlos! - o repreendi rindo. — Deixa o Lucas em paz, ele nem tá aqui. Além do mais, ele me chamou pra tomar sorvete coisa que vocês não fazem, né?

Li: Verdade, só querem reclamar, mas não vejo ninguém fazer uma graça pra Milky. - mandei um beijo pra ela.

Al: Nossa amor, obrigado por ajudar. - nós rimos.

Jogando mais conversa fora, decidimos por assistir um filme mesmo. Preferi jogar colchões no chão e Carlos quis ficar comigo, mesmo tendo um sofá só pra ele. Meio do filme, percebia olhares vindo de Carlos, estavam me deixando sem graça.

Ca: O que foi?

Eu: Nada. - respondi baixo, ele continuou me olhando e sorrindo agora. — Quer prestar atenção no filme?

Ca: Não sei se percebeu - se aproximou mais e falou baixo — mas a única que está prestando atenção no filme é você. - sorriu, olhei pra cima e o casal estava num mundinho deles, acabei sorrindo.

Eu: Ninguém merece, mas então faz um esforço.

Ca: Eu tô tentando, e muito… - bufou, eu preferi não perguntar e nem falar mais nada. Era estranho, eu e Carlos não tínhamos vergonha de nada e hoje dava pra sentir a tensão em nós. O filme se seguiu, terminou e Beto sugeriu que fôssemos pro quarto.

Dei boa noite pro casal e fui a cozinha falando que ia tomar uma água, mas eu queria uma desculpa, pois pretendia dormir na sala mesmo. Voltei pra sala, não tinha ninguém, fui ao banheiro escovar o dente, me deitei e fiquei mexendo no celular. Ouço um barulho, me sento e vejo Carlos descendo com um travasseiro e uma coberta, não acredito, meu plano falhou.

Eu: Então… o que faz aqui? Achei que tinha ido dormir. - o olhei.

Ca: Eu ia até perceber que você estava enrolando, sabe? - se jogou ao meu lado, dei um sorriso amarelo, deixando meu celular de lado. — Você realmente vai ficar fugindo de mim mesmo? Achei que tínhamos voltado ao normal, não? - mordi meu lábio nervosa.

Eu: Sim, voltamos, mas sei lá, é que não acha estranho? Já tivemos uma - pensei um pouco — tentativa de relacionamento - ele riu — e agora eu tô namorando e…

Ca: Eu não vou fazer nada. - se aproximou — Pode confiar em mim. ‘é em mim que não confio’ - respirei fundo e assenti me afastando de olhos fechados.

Eu: Ok, vamos dormir então. - me cobri com a coberta que ele trouxe e ele fez o mesmo. Virei de costas pra ele, senti seu braço rodear minha cintura e tranquei a respiração. Eu não sabia que iria ficar tão nervosa, se soubesse nunca teria aceitado. Você deve estar pensando, mas ele vai direto na sua casa, vocês passam mais tempo juntos, sim! é verdade, mas o Carlos não deixou de ser o Carlos, ele joga piadas, fica me elogiando, me deixando sem graça, e graças a Deus, eu sei disfarçar muito bem, fora que tem coisas que finjo não escutar, então dormir com ele não será uma tarefa tão fácil.

Ca: Acho que já pode respirar agora. - ele soprou em minha nuca, fazendo um arrepio passar por mim. — Saudade de ficar assim com você… 

Eu: Carlos! - o alertei

Ca: Sentir seu cheiro - me cheirou e mais um arrepio.

Eu: Carlos para! - fechei meus olhos pra afastar toda sensação que aquilo estava me causando.

Ca: De ficar assim com você. - beijou meu pescoço agora. Não, ele não podia fazer isso comigo.

Eu: CARLOS! - me soltei dele e me levantei. — Dá pra parar com isso?

Ca: Eu não fiz nada - se sentou com seu sorrisinho.

Eu: Você não vai ficar de joguinho comigo, tá entendendo garoto? Eu hein. - o deixei ali e fui pra cozinha. Bebia um pouco d’agua, quando o bonito chegou.

Ca: Ah qual é, a gente nunca se estranhou, vai, vamos dormir - pegou minha mão, me aproximando dele. — Eu me comporto, prometo. - sorriu travesso, não acredito nele, mas não pude deixar de sorrir.

Eu: Sem gracinhas, se não eu te expulso. - fui me soltar dele, mas fui impedida já que ele entrelaçou nossas mãos, olhei pra elas, tendo uma sensação de déjà vu. Fomos andando de mãos dadas, nos deitamos, um de frente pro outro numa troca de olhares indescritível, vez ou outra ele olhava pra minha boca e não vou mentir, meu olhar também caía pra sua, mas abafa. Ele fez um carinho em meu rosto e por instinto fechei os olhos suspirando.

Ca: Boa noite. - sussurrou, preferi não abrir os olhos, pois senti sua respiração bem próxima ao meu rosto.

Eu: Boa noite - sorri meio inebriada, estar ali me deixava estranhamente feliz e eu não sabia se isso era certo ou não. Mas era impossível, não ficar com aquele toque e seu perfume invadindo meu nariz. Apenas relaxei, sentindo o toque dos seus dedos e ouvi ao fundo.

Ca: Minha garota. - daí caí no sono de vez.


Carlos’s POV


Estar novamente, com Milena ali ao meu lado em meus braços, eu não poderia estar mais idiota do que agora, sorrindo feito um bobo apaixonado. Pois é, isso mesmo que sou, um bobo apaixonado, que fez uma grande burrada ao perdê-la. Faz tanto tempo que não ficamos assim, nesse momento, devo agradecer ao Beto depois por essa bela surpresa. Pra mim, não tinha cena mais linda do que ver esse rastro de sorriso em seu rosto enquanto dormia, admito que me segurei muito pra não beijá-la hoje, está cada dia mais difícil me conter, mas eu não posso estragar tudo agora.

Os ataques dela comigo hoje só me deram mais esperança, por quê? Porque eu conheço essa garota e sei que a forma que ela fica sem graça com cada coisinha que eu faço pra e com ela me dizem isso. Eu queria dizer pra ela largar esse namorado dela e ficar comigo, que eu sei que ela ainda gosta de mim, mas ela não trabalha muito bem sob pressão então vou deixar rolar, até porque, é chato admitir, mas o cara gosta mesmo dela. Eu tenho flashes do dia de seu aniversário, eu estava alcoolizado, mas lembro de fazê-lo prometer que não a machucaria assim como um dia eu fiz, suas palavras me pareceram sinceras, mas mesmo assim não muda em nada o que sinto por essa doida na minha frente, oh eu, sorrindo de novo ‘você está fudido Carlos’, suspirei. A abracei pela cintura, trazendo-a mais pra perto e a mesma agarrou-me pelo tronco automaticamente, soltou uns ruídos e seguiu seu sono e eu apenas a observando rezando pra que isso não fosse um sonho, fiz o mesmo e dormi.

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