Realeza

Queria que tivesse mais tempo

Chiswick – Isabelle

Izzy andava ao lado de Alec pelos corredores mal iluminados do castelo. O fogo refletindo nos cabelos escuros dos irmãos. Os de Alec não mais de quatro dedos de comprimento, os de Izzy no meio das costas. Os rostos cheios de ângulos erguidos e os olhos carregados de confiança e poder. O vestido de Izzy em um tecido pesado na cor vermelha com detalhes em dourados. Os brincos igualmente dourados balançando em suas orelhas. As roupas de Alec em dourado e branco, sua espada ao lado.

Eles pararam no corredor e os soldados protegendo a porta fizeram uma pequena reverência.

As portas duplas de madeira, com duas tochas cruzadas esculpida, o brasão da família Ligthwood, se abriram. Um dos guardas entrou. Os homens sentados a mesa o encararam. Membros do conselho. O rei, que estava de costas, se virou, a coroa dourada em contraste contra seus cabelos escuros. O soldado fez uma referência.

—Majestade, os gêmeos.— O soldado encarou o rei esperando por sua resposta. O rei se virou para aqueles que estavam sentados à mesa.

—Dei-nos licença, senhores.—Um a um eles se levantaram e caminharam para fora da sala. Reverenciaram o rei e  murmuraram comprimento ao príncipe e princesa. Michael piscando para eles ao passar.

Em uma sincronia de passos perfeitos, Izzy e Alec entraram na sala e o soldado se retirou fechando a porta em seguida.

Izzy deixou que seu olhar recaiasse sobre a mesa que continha os mapas e os brasões dos reinos escupidos em madeira sobre ele. Ela percebeu que o irmão também os observava, e que seus olhos se posicionaram no mesmo lugar.

—Estão em nossas fronteiras.—disse Alec retirando o olhar do mapa e olhando para o pai.

—Estão.—confirmou Robert. Ele vestia um tragé branco, o manto por cima em uma mistura de branco e dourado. Por baixos de seus olhos estavam escuros e ele parecia ter perdido peso nas últimas semanas.

—Precisamos agir.—Izzy sabia oque o pai queria dizer, sabia a única coisa que eles poderiam fazer em uma situação como essa.—Os Herondales e seu reino são neutros em qualquer guerra que possa vir a acontecer. Os Blackthorn estão em nossas fronteiras e é uma questão de tempo até nos atacarem.—Alec encarava o pai, Izzy o encarava e Robert encarava a mesa.—Eu e o conselho decidimos que o melhor a se fazer é uma aliança com os Morgenstern, uma proposta de casamento que uniria nossos reinos e que me daria acesso ao seus exércitos em uma possível guerra.

—Quem?—perguntou Izzy, falando pela primeira vez.

—Meu herdeiro ao trono com sua primogênita.

—Não!—disse Izzy firmemente. Robert ergueu o olhar.

—Eu sinto muito, mas não temos outra opção agora. Alec sabe seu dever como herdeiro ao trono, ele vai fazer isso para salvar seu povo.—disse Robert. Izzy acreditava ser para convencer mais a ele do que aos filhos.

—Tudo bem.—murmurou Alec. Robert acenou para Alec filho.

—Sabia que iria entender.

Izzy bufou e saiu da sala deixando o irmão e o pai. Ela sabia que esse dia chegaria, sabia que o irmão precisaria se casar e ter uma família, pelo trono. Mas ainda era cedo, ele mal teve tempo para saber quem realmente era.

Izzy havia chegado ao seus aposentos, ela abriu as portas, entrou e se sentou sobre a cama. Alguns segundos depois ela ouve batidas na porta, e a porta se abriu. Alec passou por ela. Ele andou até o meio do quarto e se encostou sobre um móvel de madeira.

—Queria que tivesse mais tempo.—murmurou Izzy.

—Eu também, mas não tenho. Eu preciso fazer isso, sabe que preciso.—Izzy sabia, eles foram criados para isso.—Papai também se sente culpado, Izzy. É difícil para ele, para todos nós.—ele deu alguns passos até a irmã.—Eu vou ficar bem.