Ela não tem culpa, Isabelle

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Isabelle – Pimlico – Chiswick

Com toda a bagunça do casamento foi fácil para Izzy roubar uma carruagem e ir para Pimlico e aproveitar a noite. A aldeia também estava em festa pelo casamento de seu príncipe. Maryse fez questão que carroças e mais carroças fossem enviadas com comidas e bebidas para as aldeias como um presente do príncipe, uma lembrança do misericórdia do futuro rei. Tudo com a entrega de trigo de Victor que chegou ao castelo como prometido, graças ao noivos. Agora, casados.

Ao contrário da corte, onde todos precisam seguir regras e todas as etiquetas, Pimlico era liberdade. Izzy ficou com esses mesmo olhos brilhantes que Magnus estava quando foi a uma festa na aldeia em sua primeira vez. As visitas eram raras, mas bem aproveitadas e jamais esquecidas.

Izzy ficou com um pouco de receio de ter Magnus com elas no começo, mas depois se soltou. Ele parecia precisar daquilo tanto quanto ela, seja lá o motivo dele. Então Izzy não pensou em nada, apenas bebeu e dançou a noite toda. E mesmo que nem Jace e nem Alec estivesse ali, ainda foi bom.

O sol nasceria em breve, os pés de Izzy doíam de passar horas dançando, sua cabeça girava pelo vinho e outra bebida que recebeu de Maia algumas horas antes. Aline ainda continuava intacta, nenhum fio de cabelo fora do lugar, seu rosto não parecia nem ao menos cansado. Izzy sentia inveja da amiga. Magnus, por outro lado, parecia tão ruim quanto Izzy.

Eles passaram a noite juntos, beberam, dançaram e brincaram um com o outro. E talvez, só talvez, Izzy pudesse gostar mesmo dele.

Izzy, Magnus e Aline se despediram de Maia e lily e foram para a carruagem que haviam deixado a uma distância segura da aldeia. Depois entraram nela e começaram ir em direção ao castelo.

O caminho foi mais rápido do que Izzy pensou que seria, ou ela estava tão ruim que havia perdido a noção do tempo. Magnus tinha a cabeça sobre o ombro de Izzy. Ela tentou tirá-lo, mas ele voltava, então ela acabou cedendo. Aline olhava para fora da carruagem, parecia pensativa. Não dava para saber se tinha alguma coisa errada com ela. Com Aline você não sabia de nada até que ela mesma lhe dissesse.

A carruagem parou, então Izzy cutucou Magnus e o ajudou a descer da carruagem. Aline ajudou a carregá-lo até seu quarto, por sorte, Emma não saiu para fora. Depois de o deixar na cama Izzy saiu fechando a porta e foi em direção ao seu quarto.

Izzy entrou e tirou os sapatos, estava levando a mão para tirar o corpete quando ouviu barulhos. A porta que ligava seus aposentos ao de Alec estava aberta, oque não acontecia a muito tempo. Houve outro barulho, então Izzy andou até lá.  Estava vazio. É claro que estava, Alec estaria no quarto de núpcias com Clary, dormiria lá essa noite. Izzy deu de ombros, mas antes de sair dos aposentos de Alec o barulho soou denovo. Parecia susurros e choro. Vinham do banheiro. Izzy correu até lá.

Alec estava em sua banheira, submerso no água. Longos segundos se passaram e ele não levantou. Izzy sentiu seu coração se apertar e um sentimento ruim a consumindo. Tinha alguma coisa errada.

Alec começou a se debater, a água saindo da banheira e se derramando pelo chão. Izzy correu até Alec gritando por seu nome. Ela se inclinou e o trouxe de volta a superfície. Ela o encarou e sentiu seu coração se quebrar.

Alec a encarava com os olhos cheios de triste, ela nunca o havia visto naquele jeito. Ele parecia estar chorando por horas, os olhos e o rosto estavam vermelhos. Izzy o abraçou. Ele a apertou como nunca havia feito, e chorou. Ele soluçava e sua respiração era desregulada. Izzy o apertou ainda mais e chorou com o irmão.

Pequenos raios de sol entravam pelas janelas do banheiro quando Alec se afastou de Izzy e a encarou. Seus olhos ainda estavam vermelhos, mas sua respiração estava regulada.

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