Realeza

Como desejar, princesa

Heosphoros – Clarissa

As mesas eram foradas com tecido em cor branca com detalhes vermelhos, assim com os cabelos de Clary. Sobre elas se encontravam comidas e bebidas, rosas vermelhas e brancas as decorando.

A música balançava pelo salão levando os dançarinos consigo. Clary estava parada ao lado de uma mesa segurando uma taça e olhando as pessoas dançarem a frente. Ela observou o rei e a rainha sentados no trono e respirou fundo.

—Aquele cara não para de te olhar.—disse uma voz atrás de Clary. Ela se virou e viu o amigo com cabelos escuros e bagunçados atrás de si, os olhos castanhos brilhando contra o fogo nas tochas. Clary acompanhou o olhar dele e viu um velho a encarando. Ele parecia ter no mínimo 40 anos. Clary revirou os olhos.

—Que nojo!

—Princesa.—Clary olhou de onde vinha e voz e um guarda a observava.—O rei solicita sua presença.

—Avise Emma.—susurrou Clary a Magnus. O menino fez uma breve referência, Clary revirou os olhos e seguiu o soldado. Antes de seguir pelo corredores Clary viu o trono da mãe e do pai vazios, e ficou se perguntando quando eles saíram.

Clary entrou no cômodo onde aconteciam as reuniões do conselho. Valentim e Jocelyn, o rei e rainha de Heosphoros, e os pais de Clary, estava na cabeceira da mesa. Jocelyn sentada enquanto Valentim andava de um lado para o outro. Jonathan, o herdeiro do trono, sentada em um lado da mãe. Luck, braço direito do rei desde sua coroação, do outro. Asmodeus, pai de Magnus, e comandante de toda a força de Heosphoros, se sentava depois dele.

Todos estavam encarando a mesa de madeira como se fosse a coisa mais interessante já vista. Quando Valentim percebeu que Clary estava lá ele parou de andar de um lado para o outro.

—Sente-se.—disse o rei, e Clary se sentou. Ela colocou as mãos cheias de anéis de prata sobre e mesa e encarou os rostos de cada uma ali, agora que eles olhavam para ela ao invés da mesa.

—Posso saber por que fui convocada?—perguntou Clary tentando não demostrar fraqueza, foi uma das primeiras coisas que seu pai lhe ensinou.

Com cuidado o rei colocou sua mão nos ombros da rainha.

—Como deve saber os rumores de uma guerra estão rondando pelo reino.—Clary sentiu uma pontada apertar em seu coração, no fundo ela sabia que esse dia chegaria. Mantendo o rosto imóvel ela esperou para que o pai continuasse.—Precisamos de aliados se forem verdadeiros. Temos Granville graças a sua tia Charlotte, mas temo não ser suficiente contra os Blackthorn.—Jocelyn fechou os olhos com força, os outros estavam em completo silêncio, isso assustou Clary.—Venho trocando cartas com Robert ha um tempo. Ele aceitou unir nossas famílias e fazer um acordo entre nossos reinos. Nos tornaremos aliados.

—Oque ele pede?—foi tudo oque Clary conseguiu dizer.

—Você se casaria com o herdeiro dele, juntando assim nossos países. Eu pensei muito antes de te contar. Precisamos dessa aliança, os Blackthorn são um grande inimigo para nós e nosso reino. Eles dividem fronteiras com Edom, nós seremos os primeiros a ser atacados assim que Tatiana começar essa Guerra...

—Já está decidido?—interrompeu Clary arredando a cadeira para atrás e se levantando com o rosto erguido.

—Sim, está.—disse o rei.

—Então, acho que acabamos aqui.—Clary se virou e começou a andar até a porta, um dos guardar abrindo para que ela passasse.

Clary estava em uma parte do castelo pouco iluminada e monitorada, a princesa iria virar para mais um corredor quando esbarrou em alguém. Ela resmungou e olhou para a pessoa a sua frente.

—Eu estava te peocurando. Vem.—Magnus pegou uma das mãos de Clary e começou a puxá-la pelos corredores, a outra mão dela segurando o vestido para que não tropessasse.

Quando Clary saiu para os jardins ela sentiu o frio da noite percorrendo por ela, mas isso não impediu que ela continuasse sendo levada por Magnus. Ela continuou o caminho sorrindo e as poucas vezes em que Magnus olhava para trás ela pode ver que ele também estava.

Eles finalmente chegaram, Magnus soltou a mão de Clary e eles diminuiriam o ritmo. Deitada sobre a grama estava Emma Carsteirs, sobrinha de um convidado da coroa que se estabeleceu a um ano. Elas se deram bem logo de cara, assim como com Magnus, então o dupla virou um trio rapidamente.

Magnus se deitou de um lado de Emma e Clary do outro. Eles ficaram em silêncio por um tempo olhando as estrelas.

—Meu pai disse que tenho que me casar.—Clary sentia os amigos ficando rígidos, mas eles não disseram nada, apenas deixou que ela falasse.—Vou me casar com o herdeiro de Chiswick.

—Já sabe quando irá?—perguntou Magnus. Pelo silêncio que se estendeu Clary sabia que Emma também esperava pela resposta.

—Em breve. Alguns dias, no máximo.—Clary deu de ombros.

—Isso vai ser tão chato sem você.—murmurou Emma.

—Do que você está falando ?—perguntou Clary.—Vocês irão comigo.—Emma e Magnus se apoiaram nos cotovelos.

—Iremos?—perguntou Emma erguendo uma sobrancelha. Clary se apoiou nos próprios cotovelos.

—Eu não encararia um país desconhecido sem vocês ao meu lado.

—Sabe que meninos não são bem vistos  como acompanhe a outra corte, ainda mais para acompanhar uma noiva.—disse Magnus. Clary sabia que ele estava certo, seriam visto com maus olhos, mas isso pouco importava para ela.

—Vocês irão comigo.—repetiu Clary.—Vocês dois.

—Como desejar, princesa.—zombou Magnus fazendo uma breve referência. Clary revirou os olhos antes de se jogar na grama novamente e encarar o céu, os amigos foram logo em seguida ainda sorrindo.