Eu o amo

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Chiswick – Alec

Alec estava farto de comprimentos e lamentos dos convidados depois de seu discurso. Para aguentar, ele mantinha sua taça sempre cheia.

Sua mente e seu coração estava uma bagunça, e a imagem do corpo do pai naquela cama ainda era muito clara em sua mente.

Da última vez em que Alec foi até Maryse, ela estava péssima, alegava que estava indisposta e que Max ficaria com ela. Alec tinha medo de que ela não conseguisse superar, e oque seria de todos eles se isso acontecesse.

Outra coisa que assombrava Alec era ter feito oque fez com Clary, apenas uma noite depois do casamento. Ele não a amava, mas a devia respeito como esposa e sua futura rainha.

—Estou preocupada com a mamãe.—Izzy apareceu ao lado de Alec.—Ela pareceu acordar pior e estar possessiva em relação a Max .

—Vamos cuida disso.

—Alexander.—Os irmãos se viraram e Cecily estava lá.—Meus sentimentos por sua perda.

—Obriga....

—Sei que estava sofrendo, mas espero que esteja disposto a enfrentar uma guerra com Idris da próxima vez que ameaçar uma princesa. Será perdoado dessa vez, mas não deixe que aconteça novamente.

Izzy iria dar uma passo a frente, mas Alec segurou seu braço e ofereceu um sorriso a Cecily.

—Princesa.—disse Alec em uma reverência.

—Ela não pode...

—Ela está certa.—começou Alec.—Tentei aprisionar reis, rainhas e princesas, tivemos sorte de serem solidários e não terem declarado nenhuma guerra.

—Eles perderam um rei e um grande aliado. Nós perdemos um pai.—justificou Izzy. Alec apenas lhe deu um olhar que dizia que tudo  ficaria bem, mas no fundo nem ele mesmo sabia disso.

Aline e jace torcavam farpas a alguns passos dali. Eles pareciam mesmo um casal de velhos que completaria 50 anos de casados em breve.

—Vamos antes que eles se matem.—disse Izzy e começou a andar em direção ao amigos.

Alec olhou para a irmã e os amigos, Izzy agora também havia entrado na briga. Alec olhou pelo salão e seus olhos pousaram em Magnus. Magnus  estava encostado na parede com o homem que havia entrado com ele na sala enquanto Alec conversava com izzy na manhã seguinte ao casamento. Alec se lembrou da noite passada, de tudo que Magnus e ele passaram juntos, e sentiu a raiva tomando conta de si só de pensar que mais alguém poderia tocar Magnus daquele jeito. Alec deu um passo, mas Gabriel se pós a sua frente.

—Príncipe.—disse o primo com um aceno de cabeça.

—Gabriel.—respondeu Alec.

—Acredito que tenha apreciado o meu presente.—Alec levantou uma das sobrancelhas e Gabriel segurou um sorriso.—Desculpe, ninguém deve ter lhe contado. O prisioneiro. Eu o achei. Uma pena, não acha? Ele morrer assim e estragar o espetáculo que seria sua morte.—Gabriel ergueu a taça e bebeu o vinho antes de sair andando e deixando Alec pensando. Com a saída de Gabriel, Alec podia ver onde Magnus estava, ou era para estar, ele havia sumido.

Alec ignorava todos enquanto andava apressado pelo salão a procura dos inconfundíveis cabelos pretos e macios de Magnus na multidão, mas ele não estava em lugar nenhum.

No corredor, Alec abria uma porta atrás da outra a procura de Magnus. Segundos se passaram enquanto porta por porta era aperta, mas para Alec cada segundo era um tormento, até que ali estava.

Magnus estava imprensado sobre o móvel de madeira, suas mãos empurando o corpo do homem para longe, seu rosto virado, seus olhos fechados e a expressão de nojo no rosto. Sem pensar, Alec estava puxando o homem de cima de Magnus e o socando no rosto, uma, duas, três, quatro vezes até que os gritos de Magnus pedindo para que ele parasse ecoassem pela sala e guardas entrassem.

—Levem–o. Esta sendo acusado de agressão a coroa.

—Você ainda não é rei.—o homem passou a mão pelo nariz e boca que sangravam.

—Espere mais um pouco.—zombou Alec, e os guardas o levaram.

—Você está bem?—As mãos de Alec estavam sobre a bochecha de Magnus. Magnus o encarava sem acreditar no que havia acabado de acontecer.

—Me desculpe, eu não deveria ter vindo, ele disse que...

—Não importa.—disse Alec.—Nada mais importa a não ser você.—Alec acariciou a bochechas de Magnus e sorriu.—Magnus, eu...—A porta se abriu e Alec e Magnus se afastaram bruscamente enquanto Izzy passava pela porta, ela tinha os olhos arregalados. Atrás dela entrou Clary, ela passou por Izzy e andou até eles.

—Vocês estão bem? Oque aconteceu?—ela parecia muito preocupada, Alec não tirava sua razão. Mas Alec só conseguia ver sua irmã que ainda estava parada no lugar o encarando. Alec a Implorava com os olhos para que ela não dissesse nada.

—Olhem para eles.—disse izzy com aquele sarcasmo na voz, finalmente saindo do transe.—Eles estão bem, viu o outro cara?

—Vocês tem certeza que estão bem?—Alec tentou não olhar para Magnus quando confirmou com a cabeça, Magnus fez o mesmo.—Mas oque aconteceu? Por que brigaram?—Como Alec iria dizer que espancou um homem por que ele estava tentando ficar Magnus a ficar com ele? Antes que alguém pudesse responder Emma entrou na sala rápido demais e andou até Magnus em silêncio e o abraçou com força. Foi aí que Alec percebeu que ela sabia. Que não tinha cido a primeira vez, seu sangue ferveu, mas então ele olhou para Clary.

Confusa, Clary olhava enquanto Emma e Magnus se abraçavam, como se ela só estivesse entendo agora. Ela não sabia de nada, pensou Alec, nenhum dos amigos disse a ela. Os olhos dela brilhavam e ela tentava abrir um sorriso de conforto a Magnus.

—Vamos leva-lo para cama.—Anunciou Emma para ninguém em particular. Alec ficou ali enquanto via os três amigos saindo do cômodo. Agora só ele e Izzy na sala ele encarou a irmã.

—Eu deveria ter percebido.—começou ela.—Seu afastamento. Seu comportamento. Seus olhos brilhavam quando  todos estávamos juntos, eu achei que era por ela, mas era por ele, não era? —Alec confirmou levemente com a cabeça.—A quanto tempo?

—Desde o acampamento.

—Você viu oque aconteceu aqui, não é? O rosto dela quando viu os dois juntos.—o coração de Alec se apertou ao lembrar da expressão de Clary.—Ela está em um país distante, casada com uma pessoa que está apaixonada pelo melhor amigo dela, e agora os amigos guardam segredos. Ela não merece isso. Você deveria contar a verdade.

—Eu não posso.—O medo do que poderiam acontecer se esse segredo caíssem em mãos erradas...

—Essa não é a questão aqui.—Alec se perguntou quando ele e a irmã haviam trocado os papais na hora de defender Clary.—Ela é uma boa pessoa, você mesmo tentou me convencer disso uma vez. Você não vai querer que nós e nosso segredo a destrua.—Alec sabia ser verdade. Ele sabia.

—Eu o amo.—Era oque ele iria dizer a Magnus antes que os outros entrassem. Era oque ele queria dizer a Magnus ontem quando eles estavam juntos na cama. Izzy o encarou, e então se jogou em seus braços e o apertou.

—Me perdoe por não ver antes, eu estava sempre presa nessa bolha de inveja e arrogância que criei que não percebi oque estava conhecendo com você.

—Está tudo bem.

—Eu estou feliz por você, Alec. De verdade.—Izzy sorriu e pegou uma das mãos de Alec.—Eu te amo, e não a mais nada que eu queira no mundo do que sua felicidade. Então, por favor meu irmão, seja feliz.—Alec puxou Izzy para um abraço.

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