Temos que achar o culpado

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Chiswick – Isabelle

Max fez milhares de perguntas enquanto era carregado pelos corredores e nos minutos em que eles estavam trancados nos aposentos dele. Ele perguntava por que os convidados se juntaram, por que começaram a cochichar, por que estavam em seus aposentos com uma festa daquela lá fora. Izzy tentou fazer o possível para mudar de assunto, mas Max era insistente, então ela o mandou escolher outra roupa que eles seriam apresentados aos convidados e ele estava mal vestido. Ele revirou os olhos, mas foi em direção ao móvel de madeira a procurar de outro trage.

Izzy viu o pai tossir e depois cair, viu a mãe ao lado dele e Alec indo o ajudar. Ela percebeu também que se demorasse mais alguns segundos Max também veria o pai naquele estado e Izzy não iria deixar que Max lembrasse do pai assim. Izzy não sabia se o pai estava morto, não sabia oque exatamente tinha acontecido, mas ela ficaria ali até que Max estivesse fora de perigo.

Alguém bateu na porta. Izzy se levantou e levou a mão até sua adaga. Max encarava Izzy com os olhos arregalados. O medo nos olhos dele quebrou o coração da morena. De alguma forma ele pareceu sentir que alguma coisa estava errada.

—Se esconda.—susurrou Izzy. Sem dizer nada Max correu para dentro do segundo cômodo de seus aposentos e fechou a porta. 

Izzy empunhou a adaga, a lâmina para fora, a mão apertando o cabo. Ela deu passos em direção a porta, o coração acelerado. Será que era a mesma pessoa que atacou o pai estaria vindo atrás de Max? Dela?

—Isabelle?—a voz abafada de Clary soou do outro lado da porta. Izzy abaixou a faca e respirou em alívio. Ela andou até a porta e a abriu. Clary estava parada lá, dois guardas de Heosphoros a suas costas. Izzy a puxou para dentro e fechou a porta.—Eu vi quando você saiu do salão.

As bochechas de Clary estavam vermelhas, suas mãos pareciam tremer levemente e ela não encarava Izzy. Izzy só podia significar uma coisa.

—Ele.....—Izzy fechou os olhos. Uma lágrima escorrendo.

—Eu não sei.—Confessou Clary. Izzy abriu os olhos e ela viu Max com a cabeça para fora do cômodo. Ela precisava saber oque estava acontecendo.

—Cuide dele por mim.—disse Izzy  virando seu olhar para Clary. Ela limpou a lágrima do rosto e andou até Clary abrindo sua mão e colocando a adaga em sua palma.—Tranque a porta quando eu sair. Não confie em ninguém.—rosnou ela.—Em ninguém.—assustada Clary apenas assentiu.

Quando saiu do quarto de Max, Izzy pegou outra adaga de um dos guardas. Ela não iria sair desprotegida pelo castelo e não iria perder tempo passando em seu quarto para pegar uma de suas próprias adagas.

Izzy avançou pelos corredores em direção ao quarto real. Ela sabia que o rei seria levado para seus aposentos e todos os mestre iriam ao seu encontro e todos os guardas estariam lá para sua proteção.

Ela virou mais um corredor, dezenas de guardas ocupavam o caminho até a porta, mas davam espaço conforme sua princesa passava.

As portas se abriram e Izzy entrou. Um dos mestres estava de pé ao lado da cama, Maryse estava deitada na cama enquanto segurava a mão de Robert. Alec estava a alguns passos da cama, os braços cruzados sobre o peito. Izzy desconfiava que era para não verem suas mãos tremerem.

Alec se virou para a irmã e pela primeira vez Izzy não sabia oque tinha naqueles olhos. Ela andou em direção ao pai. Primeiro passou por Alec, depois tomou o lugar do mestre ao lado do pai.

—Ele se foi há um tempo.—disse Maryse. Os carinhos na mão ainda continuavam no corpo sem vida de Robert.

Izzy sentiu como se as palavras a tivesse perfurado, seus olhos se fechando. O pai se fora e ela não estava ali, no momento que ele mais precisava.

Izzy se inclinou e beijou a testa do pai antes de se afastar. Maryse ainda encarava Robert como se ele fosse acordar a qualquer momento, ainda continuava o carinho como se ele pudesse sentir. Ela andou até Alec.

—Max?

—Está seguro.—disse Izzy.—Eu o tirei antes que pudesse ver oque estava acontecendo.—Ela sentiu o irmão relaxar um pouco em resposta.—Mas teremos que contar a ele.— Os dois encaravam Maryse ainda na cama.

—Vamos.—disse Alec indo em direção a saída. Izzy e o mestre fizeram a mesma coisa.

Alec andou pelos corredores em silêncio, Izzy atrás dele.

—Temos que avisar a todos.—disse Izzy.

—Temos que achar o culpado.

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