Oque fizeram...

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Isabelle –  Idom/Chiswick

A porta se abriu e Izzy passou por ela. Suas mãos enroladas nos cabelos castanhos e sujos de sangue de Tatiana. Jace havia acabado de derrubar o último soldado e se virou para olhar para Izzy, assim como os outros faziam. Os amigos a olhavam, mas Julian, Julian olhava para à cabeça de Tatiana em suas mãos.

Quando entraram na sala do trono estava um caos, todos os olhares se viraram para eles. Era assustador, ela tinha que admitir. Estavam cobertos de sangue, com estadas em mãos e ela segurava uma cabeça, a cabeça da rainha deles.

—Traidores.—gritavam a multidão.—Assassinos. Mate-os. Traidores da coroa.

Do outro lado da sala a porta se abriu e todos viraram sua atenção. Um menino, também de cabelos castanhos, entrou no cômodo, Helen atrás dele. Todos o encaravam surpresos. Ele andou lentamente até o trono, suas vestes sujas e rasgas. Fez um gesto para que Izzy se aproximasse, e assim ela o fez. Alguns passos do trono, Izzy jogou a cabeça de Tatiana que rolou até os pés de Jesse. O menino, que parecia mais novo que Jace, ou até mesmo Julian, a encarou.

—Isabelle Lightwood não é nossa inimiga, assim como Chiswick também não. Eles não são traidores, eles nos salvaram de traidores.—Jesse se levantou. Izzy tirou a coroa escondida em suas vestes e a entregou para Helen. Jesse se inclinou, e então Helen colocou a coroa em sua cabeça. Ele se ajeitou, e então se virou para a multidão e ergueu os braços. Todos caíram de joelhos. Jesse encarou Izzy, que sustentou seu olhar.

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Quando desceu da carruagem, a primeira coisa que Izzy sentiu foi Clary a envolveu em seus braços, depois foram suas lágrimas quentes. Izzy a afastou e a encarou.

—Eu tive tanto medo.—seus olhos estavam vermelhos.—Eu pensei que...vocês estão bem? Estão bem?—Izzy pegou pegou o rosto de Clary em suas mãos e a encarou. Ela precisava de Clary agora, precisava beijá-la, precisava dizer que tudo ficaria bem.

—Isabelle, agora não.—Izzy escutou a voz de Aline ao seu lado, e então olhou para o castelo, para os Lordes os observando, para os soldados. Izzy se afastou. Sua mente girava.

Izzy ignorou todos os comprimentos enquanto entrava para seus aposentos, e deles, passou para os de Alec. Ela se deitou e se enrolou nos cobertores do irmão. O quarto permaneceu intocável desde de sua morte, assim como seu cheiro nos lençóis. Izzy se enroscou e passou as horas seguintes engolidas pelo choro.

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Alec veio em sua mente. Ele na banheira querendo desistir da vida, e horas depois sorrindo e conversando com os convidados. Esse era o peso da coroa, o peso que ele carregava e que agora era dela. Izzy limpou as lágrimas, se levantou e chamou Sophia para ajudá-la a se limpar. Sophie a ajudou a colocar seu melhor vestido, a coroa da mãe. A porta se abriu.

—Obrigada, Sophie.—A mulher fez uma pequena referência a izzy, e a Clary quando passou por ela. Com Sophie fora, Clary fechou a porta e andou até Izzy. Primeiro ela pegou suas mãos, depois acariciou seu rosto.

—Clary...—Izzy simplesmente desabou.—Eu não consigo, não sem ele.—Izzy a abraçou, e elas ficaram assim até que a respiração de Izzy estivesse normalizado um pouco. Então clary se afastou e a encarou.

—Só consigo imaginar o quanto esta doendo.—Izzy desviou o olhar, seu coração em pedaços.—Mais não pode desistir, não agora.

—Por que? Por que não, Clary?  Oque mais eu tenho?

—Eu. Você tem a mim. Se você for...Izzy, eu não vou suportar uma vida sem você. É egoísmo, eu sei, mas mão consigo, e se você for agora...Eu não estou pronta para deixar esse mundo, para deixar as pessoas que amo. De uma chance para nós, podemos ser felizes. Eu posso te fazer feliz.—Izzy a encarou, sorriu, e então a beijou.

Clary  e Izzy passaram pelas portas atraindo olhares. Clary se juntou aos outros enquanto Izzy andou até o trono. Ela lutava contra as lágrimas.

—Venho assegurar a vocês, meu súditos.—Izzy olhou para Clary, depois para a multidão novamente.—Que ganhamos essa guerra e que Chiswick esta em paz novamente.—Todos pernameceram em silêncio se entreolhando.—Sei que perdemos muitas pessoas nos últimos dias, pais, irmãos, mãe e filhos, mas foram vingados e serão para sempre lembrados. Enterraremos nossos mortos, chorarem nossos luto, e então, comemoraremos nossa vitória.—Izzy levantou a mão em um gesto desajeitado.—Agora vão.—Um a um foram deixando a sala do trono.

O último soldados passou e Aline chegou a porta. O olhar dela agora estava sobre Izzy, assim como o de Jace, Magnus e Clary. Ela se levantou e caminhou até eles, nesse momento ela já havia perdido a luta contra as lágrimas que desciam sobre seu rosto.

—Oque fizeram...oque enfrentaram comigo...—Izzy havia tirado a coroa e a encarava.

—Faríamos denovo.—Era jace.—Faríamos mais mil vezes se necessário. Você é a nossa família.—Ele andou até ela em passos lentos, pegou a coroa de suas mãos e a colocou sobre seus cabelos escuros.—E agora, nossa rainha.

—Obrigada, comandante.—Jace sorriu e deu um pequeno aceno de cabeça antes de voltar para Aline.

Izzy passou os olhos em cada um deles, e então os pousou em Magnus.

—Deixe-nos a sós. Quero conversar com Magnus.—E assim os outros se foram.

Izzy havia passado todo o tempo preocupado em sua vingança, em sua dor, que simplesmente havia esquecido de Magnus, do que ele havia perdido. Izzy correu até ele e se jogou em seus braços. Depôs se afastou.

—Eu sinto muito.—A essa altura Izzy já estava chorando novamente, se sentia fraca por estar sempre assim.—Sinto muito por não termos esse tempo antes. Sinto por não reconhecer sua dor.

—Isabelle...

—Alec tinha tudo. Uma família que o amava, amigos que fariam tudo por ele, um trono que esperava por sua acesao, mas sabe quando eu o vi sorrindo de verdade? Quando o vi ser feliz, ser ele mesmo? Quando você chegou. Meu irmão vivia em meio ao mar em uma tempestade, ondas se quebrando sobre ele a cada segundo. Eu colocava ar em seus pulmões e o mantive vivo, mas você Magnus....o trouxe até a praia, o enrolou em um cobertor e o colocou em frente a uma lareira. Você o fez se sentir vivo. Eu perdi meu irmão,  Magnus, e nunca irei superar isso, mas me conforta saber que ele foi feliz em seus últimos dias, graças a você. Tenho uma dívida com você.—Izzy se recompôs.—Qualquer terra sobre meu domínio, qualquer soldado a meu serviço, qualquer ouro em meus baús. Peça oque quiser e será seu, Magnus.

Magnus levantou a mão e limpou uma lágrima que escorria pelo rosto de Izzy.

—Meu desejo é este: Partirei para Heosphoros, viverei minha vida, viajarei pelo mundo e serei feliz. Quero que saiba que seu irmão estará comigo em cada passo, que ele viverá comigo até meu último suspiro, e que, depois que eu me for, estarei com ele do outro lado e nós nos sentaremos em frente a uma lareira e contarei a ele a mulher e rainha incrível que você foi.

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