Não vá

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Chiswick – Alec

As mãos quentes de Izzy envolviam as de Alec. Ele pensou no quanto foi tolo em afastá-la, em quanto tudo poderia ser mais fácil se ele a tivesse deixado ajudá-lo.

A porta se abriu e vozes e música entraram na sala, os irmãos olharam para porta e lá estava Magnus. Alec sentiu como se tivesse sido jogado em uma banheira com água fria, como estiverá na noite anterior. Ele se lembrou da discussão com Magnus antes do casamento e ele dizendo que iria embora. Alec não permitiria.

Alec finalmente olhou para Izzy e a irmã estava sorrindo de verdade, era como se Aline ou Jace tivesse entrado na sala. Alec se perguntou oque tinha perdido nesse meio tempo.

—Príncipe. Princesa.—ele fez uma reverência.

—Mas..—Oque Izzy iria dizer se perdeu no caminho quando um outro homem, parecia membro de um das  corte convidadas, esbarrou nas costas de Magnus. Magnus olhou para o homem, que sorriu com malícia para ele, e depois para os irmão. Izzy sorriu e andou até eles.

—Eu mal me recuperei da noite passada e parece que você já está querendo aproveitar denovo.—Izzy olhou o homem de cima à abaixo e sorriu. Alec não sabia quando Magnus e Izzy haviam ficado tão próximos.

—Quero conversar com Magnus Bane a sós.—Exigiu Alec. Izzy o olhou por cima dos ombros, mas fez uma reverência e sorriu para Alec antes de conduzir o homem para fora.

Magnus se virou e já estava saindo do cômodo quando Alec disse:

—Não vá.

—Eu disse que não era para falar comigo.—Magnus se virou. Ódio em seu rosto.

—Por favor, não vá.

—Você não é meu príncipe.—esbravejou ele e se virou novamente.

Alec saiu de joelhos, o som fazendo com que Magnus se virasse novamente, então ele correu até Alec e se jogou no chão o abraçando.

Alec chorou. Ele chorou ao lembrar em como ódiou cada segundo naquele aposentos com Clary, e em como teve que tocá-la com todos olhando. Como se sentiu sujo e passou horas se lavando na banheira até que Izzy chegasse.

Os braços de Magnus envolveram Alec e o calor dele o confortou. Alec odiava ser fraco assim, mas esse sentimento de insuficiente, de não poder ser quem realmente era, de ter que ser um exemplo para assumir o trono depois do pai.

Magnus levantou o rosto de Alec e o fez encará-lo, e Alec se perdeu naqueles olhos. Magnus não disse que tudo ficaria bem, não disse nada sobre a briga ou a noite de núpcias, apenas beijou a testa de Alec e depois a encostou na sua. As lágrimas de Alec havia parado e agora ele sentia apenas a respiração um pouco alterada, e sabia que os olhos estariam vermelhos.

Alec sentia o perfume de lavanda de Magnus, sentia sua respiração também se alterando, e ele se lembrou daquele dia nos aposentos de Magnus, do primeiro beijo deles. Alec queria aquilo denovo, precisava daquilo, então ele se inclinou. Faltava apenas alguns centímetros, mas ao perceber a aproximação Magnus recuou.

—Eu não posso. Nada mudou.—Ele se levantou ajeitando as roupas. Alec fez o mesmo.

—Eu só achei que... eu não sei... achei que era isso que queria com aquele Lorde.—Alec não queria brigar, mas não conseguiu segurar a raiva, ele não sabia oque estava acontecendo.

—Sim, era oque eu queria. Mas era dele, não de você.—Alec sorriu sem graça.

—Então ainda quer continuar com isso? Ainda vai me ignorar? Vai embora?—Alec viu a mesma raiva que ele estava sentindo nos olhos de Magnus. Mas ao contrário de Alec, ele apenas fez uma reverência e se virou. Ele andou até a porta, Alec em seu encalço. Quando Magnus abriu a porta, Alec pegou em seu outro braço. Um barulho soou e eles olharam para frente e viram Gabriel. Alec largou Magnus na hora, que aproveitou e se jogou nos corredores indo em direção a festa.

—Desculpe, primo, não queria incomodar.—disse Gabriel antes de fazer uma reverência e seguir na mesma direção de Magnus.

Alec respirou fundo e tentou se conter. Ele não confiava nem um pouco em Gabriel, mas o primo estava muito mais misterioso nos últimos tempo. Insistindo para que Magnus fosse na caçada, depois que ficasse em sua tenda, o passeio com Clary.

Ao entrar no salão Alec pode avistar Jace e Gideon conversando, então decidiu ir atrás deles antes de ir ao encontro de sua esposa.

—Meus parabéns.—disse Gideon erguendo a taça.

—E eu imaginei que o primeiro de nós a se casar seria você.—disse Jace a Gideon. O moreno sorriu para Jace.

—Estava conversando com Izzy e Magnus em uma dos cômodos do castelo e tive a impressão que Gabriel estava espionando.—Gideon ergueu a taça até os lábios e bebeu um pouco de vinho. Alec se sentia meio sem jeito de falar isso com Gideon, mas talvez o primo pudesse saber de alguma coisa.

—Eu o peguei no meu quarto mexendo nas minhas coisas assim que voltei.—Gideon parecia desconfortável e triste.

—Ele anda estranho a um tempo.—Confessou Jace.

Todos viraram seus olhares para Gabriel que estava conversando com Charles em um canto do salão. Ao perceber ele ergueu a taça em comprimento para eles e sorriu.

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