‧₊˚ dezenove.

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Gabrieli.

Você veio!

Senti os braços de Carla me envolverem e retribui ao abraço, apertando um pouco o conteúdo dentro do saco de presente que eu tinha em mãos. Suas mãos apertaram firmemente minhas costas enquanto eu tinha os meus braços dispostos por cima dos seus ombros.

— É claro! Eu não perderia seu aniversário. — reforcei, o que desencadeou um abraço ainda mais apertado. — Parabéns, Cá. Muita saúde, felicidade e amor na sua vida. Você sabe que é uma pessoa maravilhosa e que eu sou grata por ter conhecido você.

— Obrigada, meu amor. Desejo tudo em dobro 'pra' você. — ela se afastou, tocando minha mão. Eu sorri de forma singela, estendendo o embrulho até ela. — Eu 'tô' chique demais ganhando presentes.

— É só uma lembrancinha. — mencionei, mas Carla fez questão de negar.

Atenta ao presente, ela se desfez do embrulho primeiro retirando o laço. Então, ao erguer o perfume diante dos seus olhos, seu sorriso se intensificou e eu sorri junto.

Eu amei! Obrigada, Gabizinha. — Carla se aproximou para outro abraço, bem mais contido, e assim que se afastou, comentou: — Vamos? As meninas estão esperando.

Assenti e deixei com que ela tocasse meu braço, me guiando pelo salão da pizzaria. Quando Carla me fez o convite para comemorar seu aniversário com algumas colegas de trabalho, eu não precisei pensar muito; Carla era alguém que fazia a diferença na minha vida e comemorar aquela data com ela apenas me mostrava como tudo aquilo era recíproco. Eu aceitei de prontidão, ainda que não me sentisse muito acolhida pelo restante das pessoas presentes.

Alcançamos a mesa e eu acenei, antes de cumprimentar uma a uma o restante das pessoas presentes ali. Me acomodei no canto da mesa, deixando a conversa fluir sem colocar muito empenho. Eu não costumava me enturmar com facilidade, o que tornava esses momentos um pouco distantes, mas eu não estava disposta a recusar apenas por um breve incômodo.

O rodízio de pizza não tardou a ser servido e eu tratei de me ocupar, degustando de um pedaço enquanto as meninas mantinham a conversa fluída. Em um breve momento, o olhar de Carla me encontrou e eu sorriu, mexendo as sobrancelhas. Contive uma risada, enquanto ainda mantinha a boca cheia.

— Me conta, gatinha, o que 'tá' acontecendo na sua vida nesses últimos dias? — Carla pediu, partindo a uma conversa paralela. — A gente anda trabalhando tanto, 'tô' sentindo falta dos nossos momentinhos de fofoca.

— Você ama saber sobre a minha vida, né?

Eu amo! — sua animação me fez soltar uma risada breve. — Ainda mais agora que sua vida está mais ativa.

Revirei os olhos diante do seu comentário, mas não me alonguei no gesto.

— Ah... — tentei resgatar na memória, enquanto deixei o garfo de lado. Pensando nos acontecimentos recentes, havia uma coisa em particular que estava me incomodando. Priscila ainda estava estranha, por isso eu não me senti confortável em mencionar e Natália certamente teria uma visão questionável acerca do assunto. Mas Carla era madura. E uma ótima conselheira. Dessa forma, eu sabia que poderia confiar nela. — Ontem eu saí com o meu namorado e uns amigos.

Uhm... — ela pediu que eu continuasse.

— Foi ótimo, a gente foi 'pra' um pesqueiro bem gostoso, mas esse não é o ponto. — ao perceber que eu havia me perdido no assunto, ela esboçou uma risada e eu tentei me reencontrar: — Meu namorado ficou bêbado, ele foi dormir lá em casa e ele começou a falar umas coisas enquanto a gente ia embora do pesqueiro.

(Im)perfeitos | Ricelly HenriqueOnde histórias criam vida. Descubra agora