Razões e Emoções (A #Freuri Fanfiction)

Capítulo 14

Fred

- eu continuo esperando uma resposta, Frederico - Miguel aguardava, já impaciente. Na verdade era mais difícil encontrar o patriarca paciente. Fred ainda permanecia encarando toda a família até que respirou e encontrou forças pra responder: - pai... você sempre soube que eu gostava muito da Guilhermina. Ela sempre foi doidinha por lance de like e visibilidade na rede mas eu não podia imaginar que ela ia se mostrar mal caráter a esse ponto - Miguel corta as palavras do filho de forma áspera: - eu fico impressionado em como você me decepciona até nisso. - ele continua: - não vem me dizer que a culpa não foi sua porque foi. Não tinha nada que contar sobre nossa vida pessoal. Ainda mais pra uma pessoa que vive postando tudo o que faz como essa menina - Pontua Miguel. Fred tenta se defender mas sabe que é em vão: - ela era minha namorada, pai. Eu gostava dela. Quando a gente namora e gosta de alguém o normal é que a gente confie na pessoa. Ou tu vai me dizer que em anos de casamento com a minha mãe não confia nela? - o rapaz argumenta: - não me venha com comparações ridículas, Frederico. Comparar um casamento de trinta e um anos com um namorico de beira de porta de faculdade? Francamente - Fred respira fundo, logo desistindo de argumentar: - bom, eu te peço desculpa. Não adianta eu tentar explicar nada pra você então, é só isso mesmo. Eu vou deitar um pouco, tá? Tô cansadão e mais tarde ainda tenho umas matérias da faculdade pra estudar e revisar. - Fred encerra o assunto mas Miguel provoca: - normal, vai fugir como o covarde que é. Eu só quero que você me diga o que eu faço agora? Como eu vou encarar os nossos amigos? Os nossos contatos e relacionamentos? - Fred encara Miguel com a mais absoluta expressão de dúvida: - se forem realmente nossos amigos vão entender e ajudar né? - O rapaz pontua e em seguida dá um beijo na testa do avô e caminha em direção ao seu quarto. Encerrando a conversa.

  No quarto, Fred mais uma vez estava perdido em pensamentos por Yuri. Desde que começou a se aproximar do bolsista o rapaz lembra constantemente do novo amigo. Mas estranhava um pouco. Não era uma lembrança normal, vaga. Não. Fred sempre se encontrava pensando em Yuri a maior parte de seu tempo, se não, em todo ele. Mas tinha que evitar esses pensamentos a qualquer custo. Primeiro porque sua família jamais aceitaria. E segundo porque sentia que não era o correto. Mas ao mesmo tempo que sabia de todas essas coisas não tinha como reprimir o que sentia. Estava difícil, quase impossível até. Mesmo que sendo apenas pouco tempo de sua aproximação com Yuri o bolsista já vinha tomando conta de seus pensamentos, seus sentimentos. Tentou não pensar mais naquilo, mesmo sendo difícil. Iria estudar um pouco para ver se voltava sua concentração para outra coisa mais importante, segundo ele. Logo a noite caíra e após fazer sua higiene, vestiu um pijama e se espalhou em sua calma para tentar dormir mesmo que sem sucesso algum. Yuri não saía de sua cabeça. Havia ficado preso ali como uma lembrança fixa. Abriu o celular na caixa de mensagens do bolsista e ficou ali, admirando a foto de perfil do jovem por um bom tempo e pensou em digitar algo mas logo deleta a possível mensagem e joga o celular de lado. Tenta afastar o pensamento, qualquer possível sentimento que possa estar crescendo ou se desenvolvendo ali.

  Mas sente que é inútil.

  E foi com essa relutância que sua mente se cansou e ele finalmente pegou no sono.

  Logo amanheceu e Fred não demorou nem quarenta minutos para logo estar de pé e pronto para mais um dia de aula no ICAES. e logo hoje, que sua turma apresentaria um seminário em uma turma de 1° período. Chegou cedo ao estacionamento da universidade e estava desligando o motor do carro quando avistou Yuri entrando no prédio. Logo correra em sua direção:

- YURI! - Fred grita. Percebe Yuri se virando com certa relutância. O playboy se aproxima mais do bolsista: - e aí, como cê tá? Queria saber se tu chegou bem em casa ontem já que não me mandou mensagem nenhuma - Fred respira fundo e tenta se conter. Da maneira como falou parecia estar cobrando alguma satisfação na qual não tinha nenhum direito. E não queria parecer um idiota: - ah eu... cheguei tranquilo. Valeu - Yuri respondia, um pouco seco. Fred assente com a cabeça e responde: - Ah, de boa. Que bom né. Era só isso mesmo - Yuri o cumprimenta com um aceno de cabeça e logo se afasta. Indo em direção a sala. Fred suspira novamente e também parte rumo à sua sala. A aula era com Lumiar e logo ela organizava sua turma para o seminário. Que seria na turma de 1° período.

- hoje o seminário vai ser na sala 06, ok? - ela dizia e logo reunia a turma de Fred e Otávio, que a seguiam pelos corredores até a sala. Quando chegaram lá, para a surpresa de Fred, a turma de 1° período era justamente a de Yuri, Jennifer e Isabela. "Vou ver ele de novo" pensara o playboy e este já começava a ficar nervoso. Otávio percebia o nervosismo do amigo: - tá tudo bem, cara? - perguntara. Fred respira fundo e apenas diz: - tô. Tô de boa. Vamo logo.

  Chegando na sala, os olhos de Fred logo procuram Yuri, correndo por todas os lugares até achá-lo ali. De cabeça baixa revisando a aula. E é o suficiente para Fred não conseguir mais se desviar do bolsista.

- bom gente, a aula de hoje vai ser um debate sobre intolerância religiosa. Vou selecionar algumas duplas e cada uma vai ter cinco minutos. E eu resolvi trazer a turma de 5°período aqui pra ajudar vocês. - Lumiar organizava algumas folhas de papel em sua mesa. Fred permanecia com o olhar preso em Yuri e algumas pessoas já podiam notar. Podia ver Jennifer, que estava sentada ao lado de Yuri, o olhar de soslaio e cochichar algo no ouvido do bolsista.

- amigo por que o Fred não tira o olho de você? - enquanto isso, Jennifer perguntara: - Quê?! O que? - Yuri estava distraído mas logo voltara sua atenção para a colega de sala e amiga: - amigo disfarça mas ele não para de olhar pra cá. Acho que é pra você. - os olhos de Yuri logo encontrava o olhar de Fred e era como se estivessem apenas os dois ali, mais ninguém.

- Yuri e Fred. - os dois logo voltaram a realidade e se assustam com seus nomes sendo proferidos por Lumiar: - vocês dois são os primeiros. Quando vocês acharem melhor, podem começar. - os dois se encaravam. Yuri se levantava um pouco aos tropeços e cambaleante com o nervosismo. Os dois fizeram um breve cumprimento e logo inciaram. Os dois permaneciam em silêncio se encarando por um longo tempo. Mas Yuri logo decidira por um fim aquela barreira e iniciou com o primeiro argumento. Fred devolveu com o segundo e assim foi. E durante toda a aula não houve um só aluno que não percebera algo diferente entre os dois. Uma sintonia a mais, talvez? Ninguém soube explicar o que era. Foi sem dúvida um debate de tirar o fôlego para as duas turmas.

- uau - Dizia Lumiar: - tô impressionada. Mesmo sendo de turmas e principalmente períodos diferentes vocês entregaram um ótimo debate. - Fred e Yuri trocam sorrisos um com o outro e automaticamente se abraçam. Todos aplaudem: - foi ótimo mesmo, meninos. Bom... próxima dupla. - e assim a aula foi sucedendo.

  Ao final, Yuri já estava com todas as suas coisas prontas e estava de saída quando vê Fred parado na soleira da porta da sala de aula.

- ao futuro maior defensor público que esse país ainda vai ter - O playboy dizia: - não, serio. Tu mandou muito bem. De verdade. - Fred cumprimenta o bolsista com um toque em suas costas: - Nao só eu né, playboy. Admito, cê também foi demais - O rapaz responde. Fred e Yuri trocam mais um olhar demorado, perdidos um no outro quando Yuri novamente rompe a barreira do silêncio: - a galera aqui vibrou com a gente né? Foi incrível. A professora então, nem se fala...
- é, mesmo não tendo nada haver um com o outro parece que a gente faz uma dupla e tanto né - O playboy arremata, respirando fundo e novamente perdido nos olhos de Yuri, que devolve o olhar. Os dois sentem a respiração ofegar enquanto se encaram e bem no exato momento pode se ouvir passos de mais alguém que estaciona na entrada da sala.

- Yuri? - e era impossível para o bolsista não reconhecer aquela voz.