Yuri
- Fred? FRED?!
De repente, Yuri caiu no sofá. Um choque violento lhe apertou o peito. Dona Quitéria, que agora estava ao seu lado, começara a se assustar.
- que houve, filho? Yuri?! Meu deus quê que cê tem, meu filho?
O bolsista não consguia falar. Simplesmente havia sentido seu ar e diafragma sumindo aos poucos. Dona Quitéria gelara junto com o filho e rapidamente gritou pelo marido, pai de Yuri: - Aloísio! Vem cá, homem. Acho que o Yuri tá passando mal.
Como num salto, seu Aloísio fora do quarto para a sala quando dona Quitéria o chamou. Rapidamente se prontificou ao lado do filho, sem nem se importar com o pequeno desentendimento que tiveram. A única coisa que lhe importava naquele momento era a saúde e o bem estar de seu garotinho.
- filho, ei - seu Aloísio o chamou: - o que cê tem, meu garoto? Fala comigo - e abraçou o jovem que apenas tremia diante dele. Quando conseguiu finalmente falar as palavras que proferiu aos foram: - me leva pra ver o Fred - Yuri olhou como uma espécie de desespero para o pai: - mas agora tá tarde filho. Por que não espera até amanhã na aula? Ele deve estar bem...
- eu quero ver ele agora, pai - Yuri dissera. Agora tomando atitude, levantando e checando o telefone. Rapidamente discou o número de Fred: - atende, Fred. Atende. Caralho...O celular do mais velho agora se encintrava fora da área de cobertura. Aquilo só serviu para gerar mais angústia ao mais novo. E as palavras de Fred ao telefone, para piorar, não saíam de sua cabeça. Tinha certeza de que havia acontecido alguma coisa. Tentou ligar mais uma vez. Nada.
- eu vou na casa dele.
- tá doido meu filho? Olha a hora que é - dona Quitéria dissera, começando a ficar aflita pelo filho: - olha, dorme hoje tá bem? Amanhã é outro dia e eu tenho certeza que o Fred tá bem e que assim que ele puder vai fazer contato com você.- mãe eu quero ver o Fred hoje. Eu preciso saber se ele tá bem. Eu preciso ver ele - O mais novo disse. Já passavam das dez naquele momento. E quanto mais o tempo e as horas passaram mais a angústia aumentava sem nenhuma notícia. Não demorou muito para que o relógio da casa badalasse às uma da madrugada. E então, num respaldo, a campainha de Yuri tocou.
- Ué, essa hora? - seu Aloísio dissera: - vou atender. Fiquem aí vocês, pode ser um ladrão. - dona Quitéria fora para perto do filho e o abraçou enquanto Aloísio atendia à porta. Mas não era ninguém menos que Kate e Jennifer, acompanhadas por Sol: - ô Sol, que honra - dissera seu Aloísio, recebendo as repentinas visitas: - a paz, seu Aloísio. dona Quitéria - Sol respondera. Todos ali eram praticamente vizinhos e moravam perto um do outro então era possível para Jennifer e Sol chegarem até a casa de Yuri tranquilamente andando.
- Yuri, meu filho - Sol se aproximou de Yuri e acariciou a cabeça do rapaz: - infelizmente a gente não veio trazer boas notícias - a mãe de Jennifer também já sabia de tudo o que acontecera entre Yuri e Fred no recesso do ICAES e na viagem até Angra e declarou intenso apoio aos jovens, como já era esperado da mãe doce e bondosa de Jennifer e da pequena Duda. Mesmo sem Yuri ter sido contatado de suas reações positivas: - Deixa que eu falo, mãe - Jennifer tomou à frente, os olhares aflitos e tristes dela, de Sol e de Kate angustiaram cada vez mais o rapaz.
- fala gente. Ces tão me deixando pior que já tô, papo reto. O que tá pegando? - Yuri dissera. Jennifer pegou o celular e abriu no chat do grupo do ICAES nas redes: - foi agora à noite. Ligaram pra família do Fred da delegacia e do corpo de resgate e esse vídeo tá circulando no grupo. Tá todo mundo chocado e muito nervoso.
De repente, Yuri sentia sua visão ficar turva.
Bem ali, no vídeo estava o carro de Fred de ponta à cabeça, inteiramente destroçado e o playboy sendo retirado das engrenagens todo machucado e inconsciente. No fundo, apenas ouviam-se gritos e choros, e uma voz desesperada que parecia ser a de Dona Elisa. Mãe de Fred. Dona Elisa que praticamente não falara. Gritando e se desesperando pelo filho, enfim esboçando alguma reação por ele. Mas não era hora para isso, pensou o bolsista que agora estava em choque e só sentia suas lágrimas de desespero e angústia rolarem cada vez mais intensamente por seu rosto.- me leva pra lá Jenni - Yuri disse, agora desesperado: - me leva Jenni. O que aconteceu?! Ele morreu? O que houve?!
- calma, brigadeirinho - Kate tentou consolar o rapaz: - ele não morreu, graças a Deus. Só tá muito machucado. Parece que ele tá no hospital Lourenço Jorge, na altura da barra. Ainda não deram nada do estado dele - Yuri não conseguia falar. Apenas se lembrara da previsão da vidente Luar para o playboy em sua viagem com Fred à Angra."O que tá por vir é tão carregado e pode te por em risco. Não faz nada de imprudente, por favor". Agora tudo fazia sentido. A previsão e seu comportamento agitado nos últimos dias após a mesma.
Era um aviso
Um aviso de tudo o que ocorrera nos últimos dias.- eu falei. Falei pra ele... - Yuri começou a chorar. As lágrimas não cessavam. Se sentou no estofado da casa, Jennifer de um lado e dona Quitéria de outro, tentando acalmá-lo. Seu Aloísio não estava mais suportando ver a agonia de seu único filho. Precisava fazer algo por ele.
Saiu porta à fora e quando voltou foi decisivo.
- vamo todo mundo pro hospital. Eu levo vocês no meu carro. Você vem, Sol?
- ah eu acho que vou ficar aqui fazendo uma companhia pra Quitéria. Você se incomoda? - Sol respondera: - não, claro que não. Vou fazer um cafezinho pra gente. - Dona Quitéria arrematou.
- tudo bem. O restante vamos andando. Quem sabe lá a gente tenha mais notícia que ficar aqui nesse marasmo de dúvida.***********
Seu Aloísio dirigira tão rápido que não levou nem dez minutos e ambos já estavam no hospital. Ao chegarem, depararam com uma pequena multidão de jovens no vão de entrada, provavelmente do ICAES e estavam ali pelo mesmo motivo: o estado de saúde de Fred. No meio da mesma aglomeração de pessoas, alguns rostos conhecidos como o de Isabela, Guiga, André e Mauro. Ambos bastante nervosos e alguns, como Yuri reparou nas expressões faciais, até mesmo com certo remorso mas não havia tempo para isso agora. Só queria atravessar o círculo de pessoas à frente e chegar até a recepção.
- boa noite - Jennifer, dissera. Acompanhada de Yuri, Kate e seu Aloísio, a crente rapidamente empurro a pequena pilha de jovens para chegarem até a recepção: - a gente gostaria de saber se tá internado aqui Fred...
- Monteiro - completou Yuri, ajudando a amiga: - Fred Monteiro - a recepcionista, aparentemente cansada vendo que iria ser um longo período noturno de expediente, digita rapidamente no computador do hospital: - temos sim. Esse paciente se encontra na UTI e seu estado é bem grave. Deu entrada na unidade às exatas meia noite e três minutos. Vocês são...?
- amigos. Amigos dele - disse Yuri, rapidamente: - bom, voces podem ficar aqui se quiserem mas não podem passar até segunda ordem. Seja do médico ou com a permissão de algum familiar da vítima.Dito isso, a mulher se afastou para se dedicar a outro afazer, possivelmente. Yuri só ficava mais aflito a cada minuto que passava e Jennifer, Kate e Aloísio permaneciam à seu lado até Yuri avistar um rosto conhecido que se aproximara discretamente.
- ora, olá. Você é aquele amigo do Fred, não é? Neto do Nico? - o senhor de idade era encantadoramente educado com o rapaz e Yuri logo se lembrara dele: - isso. E você é aquele amigo do seu Nicolau, certo? Ér...
- Giovanne - o senhor completou: - isso. Tudo bem? Já tem notícias dele? - Yuri prontamente apertou as mãos do ancião. Enquanto isso, Guiga e os demais olhavam ao longe a interação entre eles, com expressões intrigadas: - infelizmente não. O Nico me pedira para vir mas ainda não consegui chegar até ele também...- eu não acredito. O que você tá fazendo aqui moleque?!
Yuri nem percebeu que atrás de Giovanne e de pé, estavam Miguel e Elisa, os pais de Fred. O olhar furioso do homem fulminou Yuri dos pés a cabeça enquanto Aloísio retribuia a mesma expressão ao militar ao vê-lo se dirigir ao filho daquela maneira. Kate e Jennifer também se atentaram ao ocorrido e de repente um grande par de olhos se virou na mesma direção enquanto assistiam ao escândalo provocado pelo pai de Fred.
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Razões e Emoções (A #Freuri Fanfiction)
FanfictionUma história abordando uma realidade paralela a da novela "Vai Na Fé", de Rosane Svartman, exibida atualmente na rede globo. Centralizada na narrativa e pontos de vista dos personagens Fred e Yuri, também de autoria de Rosane Svartman. Sinopse: Fred...