Capítulo 17

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  Yuri novamente se perguntava por quê não podia simplesmente resistir à Fred. Por quê simplesmente não abrira a porta daquele carro e não deu algum jeito de voltar para casa. E não encontrava resposta alguma. Isso era o que lhe deixava mais irritado ali.

- onde cê tá me levando? - Yuri perguntara. Fred apenas sorri para o bolsista e diz: - relaxa cara, não vou te levar pra nenhum lugar perigoso nem nada do tipo. Tu vai ver.

  E realmente Fred cumprira a palavra. Na verdade, Yuri ficou meio espantado quando viu o playboy estacionar em um parque de diversões.

- vai ficar parado aí? - Fred ria enquanto observava a reação do amigo. Yuri ainda permanecia sem entender. Um parque de diversões? E também como iria fazer para pagar a entrada? Estava sem nenhum dinheiro ali: - poxa playboy, bacana mas eu não tenho nenhum hoje - Fred fechava a porta do carro para Yuri enquanto o mesmo saía: - se eu te trouxe pra cá e pedi pra tu curtir comigo acho que dinheiro é o menor dos problemas né? - Fred novamente olhara Yuri enquanto ele admirava todo o lugar. Rapidamente o playboy puxara o bolsista pelo braço e os dois iam para a fila de passaportes.

- meu pai vai me matar - Yuri sibilara.
- ah pelo amor de Deus Yuri - Fred rebateu - quase nunca te vejo dar um passo que não seja de casa pra faculdade. Pelo menos é o que os seus amigos vivem reclamando - Yuri olhara surpreso. "Traidores", pensou: - quebrar essa rotina nem que seja uma vez na tua vida não vai te fazer mal mano, pelo contrário - Fred concluía. Yuri respirou fundo e tentou escutar os conselhos do playboy. Iria relaxar. Até porquê o bolsista sabia que Fred não deixava de ter uma certa razão: - então vamo só curtir por hoje, ok? Esquecer de tudo: de faculdade, de obrigação. Só eu e você curtindo isso tudo aqui. - Yuri podia sentir seu rosto corar por completo mais uma vez enquanto Fred dizia aquelas palavras e via o rosto do playboy no mesmo estado. Ambos respiram fundo e Fred quebra o silêncio: - bom... vamo né? Pra quê perder tempo enquanto a gente tem isso aqui tudo.

  E o que os dois jovens menos perderam mesmo foi tempo. Na verdade, era como se ele tivesse parado ali. Nunca dois meninos haviam se divertido tanto como naquele dia. Decidiram encerrarar o momento na roda gigante.

- caramba, já tá escurecendo? Nem vi a hora passar - Yuri dissera, rindo. Fred retribui a risada: - eu costumava muito vir aqui com o meu avô. Parque de diversões sempre foi um dos meus lugares preferidos quando eu era criança. - Yuri prestava atenção em cada palavra. Enquanto estavam ali o bolsista percebeu que também gostava de escutar Fred contar suas histórias. De sua companhia: - cê ia gostar do seu Nicolau - O playboy dizia: - e ele ia gostar muito de tu também, tenho certeza. Assim como eu já gosto. E muito. - ele finalizava. E aquilo mexia com Yuri de um jeito estranho. Que ele não compreendia: - sei que a palavra de um playba da zona sul não deve significar muita coisa pra você e sei que eu também já vacilei muito mas... eu tô aprendendo a gostar muito de você e a te admirar. - Yuri respirava fundo e tentava esconder ao máximo como aquilo estava mexendo com ele. Rapidamente tentava fugir do assunto: - e a Isa? Vocês tão conversando? - Fred fita o horizonte quando percebe que o brinquedo já os levou para sua altura de pico enquanto recebe a pergunta: - a gente tem conversando bastante sim mas sei lá, não sei se gosto dela como ela merece ou como gosta de mim. Não sei se algum dia eu vou poder retribuir isso - Yuri o encarava enquanto o playboy finalizava sua resposta. Quando se deram conta, estavam novamente com os pés no chão. O tempo do brinquedo havia passado e as horas também.

- é playboy, confesso que você conseguiu. Me diverti bastante contigo aqui hoje. Mesmo. Mas agora eu tenho que ir - Fred o olhava com uma expressão triste em seu rosto: - mas sem comer nada? A gente tá há quanto tempo sem comer? - Yuri revira os olhos e rebate: - Fred eu realmente preciso ir embora - o playboy bufou. Mas não desistiu fácil: - tá, vamo fazer assim: a gente come alguma coisa e eu te levo em casa. Pode ser?

  E mais uma vez Yuri estava vendo seu orgulho ser vencido pelo playboy. Quando se deu conta os dois estavam ali, comendo e jogando conversa fora. Tambem brincavam com algumas batatas fritas que o playboy havia pedido. E assim encerraram o dia que sem a menor sombra de duvidas, passou a se classificar como os melhores de suas vidas. Por mais que os dois pudessem não querer aparentar. No carro, mais conversa e risadas. E rapidamente Yuri estava em casa.

- valeu mesmo, playboy. Mas ainda vou pedir pros meus pais te mandarem orçamento do meu velório porque depois dessa de hoje eu não passo - Fred riu com facilidade. Na verdade, percebera que Yuri sempre lhe arrancava um sorriso com facilidade: - eu aposto contigo que seu pai vai ficar é feliz de saber que tu curtiu e se divertiu e vai gostar mais ainda de mim por ter sido o culpado desse "crime" - os dois riram. Yuri recolhia todos os seus pertences e abria a porta do carro, se despedindo do novo e improvável  amigo: - valeu, playboy. Pelo dia, pela carona e... enfim, por tudo. Vai com deus aí - Fred retribuiu o cumprimento com um aceno de cabeça e por uma fração de segundos Yuri podia jurar ter visto um brilho diferente no olhar do jovem. O playboy já estava ligando o carro quando de repente os dois ouviam uma voz se aproximando.

- isso são horas, Yuri? Onde você esteve garoto?

Razões e Emoções (A #Freuri Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora