Capítulo 62

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*Rio de Janeiro*

- amiga eu não tô acreditando! - Isabela dizia, aos prantos e Jennifer lhe ouvia atentamente enquanto aguardavam um hambúrguer no trailer de dona Lúcia em piedade, ou como Kate dizia, o famoso "podrão da tia": - amiga eu só queria que eles estivessem sido honestos comigo. Eu pedi demais? Sério, depois disso aqui eu quero esquecer que o Yuri e o Fred existem. Principalmente o traíra do Yuri que sabia de tudo que eu...
- amiga, me desculpa falar assim mas você não acha que tá exagerando não? - Jennifer diz, interrompendo a amiga bruscamente: - o Fred foi honesto com você. Você mesma tinha me contado que ele terminou logo o lance entre vocês quando viu que tava apaixonado por outra pessoa. Quanto ao Yuri ele errou, sim. Eu sei. Mas amiga ele só não queria te magoar. Sabia como você ficaria e não queria te ver sofrer. Ele ia te contar tudo. Eu sou prova disso...

  Eita. Jennifer de repente leva as mãos um pouco próximas à boca, sentindo que falou demais para o momento. Isabela logo olha incrédula para Jennifer, e começa a se alterar enquanto diz: - você também sabia disso, Jennifer? E você foi incapaz de me contar o que tava acontecendo? Não, na boa, tô vendo que tô cercada de gente falsa né?
- Isabela, calma - Jennifer começa a se irritar um pouco com o tom no qual Isabela leva a conversa: - o motivo por eu não ter te contado nada foi simplesmente o fato de que isso era algo que o Yuri tinha de fazer, não eu. E também não queria ver você sofrer assim como Yuri e, apesar de tudo, sei que o Fred também não quer já que foi honesto o suficiente pra terminar tudo entre vocês. Te amo de paixão amiga mas você já tá fazendo um pouco de tempestade em copo d'água, não acha? 

- ah então você chama essa sacanagem de vocês de "tempestade em copo d'água?" - Isabela agora grita, fazendo com que todos olhem na direção da mesa em que as duas jovens estavam: - na boa, a Guiga que tá certa. Ser politicamente correto é se afundar num marasmo de hipocrisia mesmo.
- e você aí dando ouvidos ao que essa cobra diz? - diz Jennifer: - Isabela será que você não percebe que a Guiga tá te usando pra atingir o Fred? Ela não é amiga de ninguém que não esteja atrelado aos interesses dela - mas tudo o que a filha de Sol dizia era em vão. Isabela já não estava mais escutando. Começou a juntar suas coisas para sair rapidamente dali: - Isabela você tá me ouvindo? - Jennifer agora puxava o braço da menina mas esta se afasta bruscamente da amiga: - Acabou, Jennifer. E na boa, só me deixa em paz. E diz pro novo casalzinho nojento que eu desejo tudo de bom pra eles - dito isso, a jovem toma um táxi que passava por ali e logo desaparece. Deixando Jennifer aflita e receiosa com a atual situação.

*Angra dos Reis*

- cara, juro. Que doideira - Mauro diz enquanto observa Fred e Yuri com expressões nem um pouco de bons amigos: - na boa, moleque. Deixa a gente em paz valeu? - diz Fred enquanto faz sinal para que Yuri o acompanhe e ambos saírem dali o mais rápido possível. Já estavam caminhando novamente e deixando o outro playboy de lado quando este diz: - não, na boa rapazeada - Fred e Yuri se viram para olhá-lo: - queria me desculpar por aquele lance lá. Se ligou bolsista? Foi mal mesmo eu ter te atacado aquele dia no ponto de ônibus - Yuri ouvia atentamente mas por alguma razão desconhecida não conseguia acreditar que Mauro estava sendo sincero. Na verdade, à todo momento sentia um tom irônico e de sarcasmo nas palavras do mauricinho: - e desculpa também, Fred. Vacilei feio, eu sei. Mas é isso né, quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra, já dizia minha velha camarada Pitty - o mauricinho olhava principalmente para Fred ao citar o trecho da música. Os dois jovens encaravam Mauro, deixando claro que sua companhia não os agradava: - bom galera, eu vou indo. Deixei uma deusa no meu quarto e tipo, ela é muito gostosa mesmo se é que ces entendem o pai aqui né? - o rapaz diz, em tom debochado e indireto a todo momento deixando Fred se questionando. O outro rapaz da um tapinha nos ombros de Fred e logo se vai, deixando os dois jovens ali no meio de um caminho que agora já se encontrava um pouco mais escuro.

- sentiu ele, não sei, meio estranho? - Yuri pergunta: - sei lá, como se soubesse de alguma coisa? - Fred entrelaça as mãos nas de seu parceiro e a beija, tentando acalmá-lo: - deixa esse cuzão pra lá. Tá na cara que só queria aparecer. Agora vamo? Tô cansadão e doido pra me jogar na cama. Dormir de conchinha, agarradinho, essas coisas aí...
  Yuri ri e os dois retomam o percurso até a chácara sem olhar para trás.

  Enquanto dormia, Yuri tinha um sonho. Mas não um sonho tranquilo como os que andara tendo ultimamente. Esse era mais intenso, negativo em todas as formas e interpretações.

  Estava correndo com Fred por uma relva extremamente verde em um lugar encantadoramente lindo. Os dois namoravam, curtiam o momento juntos sem se importar com quem estava olhando. Mas de repente o cenário inteiro do sonho escurecia e a expressão de Fred ia de felicidade à angústia em um piscar de olhos.

- Yuri, você me ama? - o rapaz pergunta, aflito no novo cenário do sonho: - Fred a gente já conversou sobre isso...
- diz que me ama, diz - Fred pergunta, cada vez mais angustiado. Yuri começa a estranhar as reações aflitas do mais velho: - Fred o que tá acontecendo? - de repente, o ambiente em torno do playboy começa a escurecer e tão logo vai o afastando: - só diz. Diz o que tu sente. Antes que não dê mais pra tu dizer. Diz...
  E assim o playboy ficava cada vez mais distante até desaparecer. Isso deixara Yuri em completo desespero. Logo se levantou da relva onde estavam e começou a procurar sem parar pelo mais velho. Numa angústia e medo desesperador. E cada vez que sentia que não iria encontrá-lo era como se uma pressão estivesse sobreposta violentamente contra seu peito, lhe tirando a respiração bruscamente.

  De volta a realidade, Yuri se levanta. Assustado e arfando, com gotas de suor rolando rapidamente por seu rosto junto de algumas lágrimas, o coração bastante acelerado.
- Yuri - Fred diz, acordando com o susto do mais novo: - Yuri, quê que cê tem meu anjo? Me fala - mas tudo o que Yuri podia fazer naquele momento era se lembrar de como respirar.

Razões e Emoções (A #Freuri Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora