Capítulo 74

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- fala Isabela - Jennifer avançou sobre as duas meninas que se escolhiam cada vez mais: - Jenni por favor né? - Kate respondeu: - recalque mona. Tá na cara que essa daí ficou despeitada porque o playboy decidiu ficar com o brigadeirinho. Eu te avisei.

- você não sabe nem o que tá falando Kate - Isabela respondeu, agora nervosa: - Jenni, eu juro que...
- não é pra mim que você tem que se explicar não Isabela - Jennifer enfrentou a amiga: - é pro Yuri. Que agora tá lá, sofrendo porque tá vendo o menino que ele gosta entre a vida e a morte por uma exposição maldosa que vocês fizeram.

Guiga gelou. Isabela começou a chorar: - entre... a vida e a morte? Ai Jenni pelo amor de Deus
- agora não adianta clamar por Deus, Isabela - Jennifer disse: - pensasse nisso antes de ir na ondinha dessa imbecil aí que só te usou pra arquitetar uma vingancinha pessoal dela - a filha de Sol aponta para Guiga que a olha com cinismo: - nossa quem vê pensa que você é super amiga do Fred né garota...
- eu posso não ser melhor amiga dele mas isso não me dá o direito de prejudicar uma pessoa assim. Agora se eu fosse vocês teria um pouquinho de dignidade e iria embora. Depois do que vocês fizeram, sinceramente, é o mínimo.

- quê que tá rolando aqui? - de repente, Yuri se aproxima, sem que as meninas se dêem conta: - mas é muita cara de pau sua vir aqui depois do que cê armou né Guiga - o rapaz enfrenta a influencer que novamente apenas esbossa cinismo diante de todos e nenhum mínimo sentimento de culpa: - ih brigadeirinho essa flopada aí só veio se promover em cima da desgraça alheia - Kate dissera: - agora a novidade é que ela não agiu sozinha. Né Bela? - ela olha para Isabela, que encara Yuri com uma expressão gélida. Sabia que se falasse sua amizade com Yuri poderia não ter mais nenhum tipo de salvação: - como assim? - Yuri pergunta, agora fixando os olhos também em Isabela: - ue, conta pra ele menina que você foi cúmplice dessa resiquida aí nessa sujeirada toda - a filha de Bruna desmascara a amiga de Jennifer e Yuri, que fica sem fala diante deles. Yuri sente os olhos marejarem enquanto encara a amiga, sem acreditar. Sabia que havia magoado Isabela e tinha noção disso mas não sabia que ela seria capaz de se vingar a esse ponto: - ces podem me dar licença? Queria trocar um papo com a Bela sozinho.

As três meninas se afastam. Antes de ir, Jennifer acaricia as costas do amigo, lhe dando forças e tentando transmitir uma boa energia.

Yuri resolveu levar Isabela um pouco para fora dos ares do hospital, pois sabia que a conversa não seria fácil porém ali também não era lugar para se falar sobre o assunto.

- eu não fui nenhuma vítima contigo, pelo contrário - Yuri inicia, colocando todos os sentimentos que passavam por seu coração em cheque naquele momento: - sei que fui um vacilão contigo. Até mesmo um canalha. Agora você não acha que foi cruel demais a sua "vingança" não? Expor a gente daquela maneira? Tu sabe qual foi o resultado da ação inconsequente que você e a sua nova amiga tiveram? O Fred numa maca de hospital, entre a vida e a morte. Eu espero que você esteja bem satisfeita...
- eu não queria que nada disso tivesse acontecido e tanto você quanto a Jenni sabem disso - a menina contra argumenta: - ah será que a gente sabe? Porque de uns tempos pra cá ninguém tá te reconhecendo mais - Yuri enfrenta a amiga, mesmo sabendo que não tem muito direito à isso: - eu só deixei de ser aquela otaria que os playboys daqui tiravam sarro Yuri, só isso. Aliás não só os playboys né - ela encara o rapaz: - nossa Bela... é assim que você demonstra "sentimento" por alguém? Cê tem certeza que é esse caminho mesmo que cê quer pra tua vida?

Isabela apenas fixa seus olhos nos do rapaz que costumava chamar de amigo. Mas não consegue dizer mais nada que não, sentir o amargo silêncio que as palavras do rapaz deixaram. Yuri se retira logo na sequência, deixando a menina ali. Talvez ela repense suas últimas atitudes e reflita sobre tudo o que aconteceu? não saberia dizer ao certo. Mais o mais importante naquele momento era a saúde de Fred. Do homem por quem estava apaixonado. Do homem que, por mais presa que as palavras pudessem estar em sua garganta e mesmo em tão pouco tempo, estava definitivamente amando.

As vinte e quatro horas que sucederam aos últimos acontecimentos foram um pouco conturbadas. Aguentar os olhares de rancor e ressentimento de Miguel e a indiferença de Elisa foram um pouco sufocantes para o bolsista. O irmão de Fred, Max, muito mal telefonava para saber notícias do irmão. Raramente até mandava um torpedo ou mensagens. Mas estava disposto à aguentar. Havia decidido que não fugiria mais ou deixaria seu playboy sozinho.

"Eu te amo". Durante todo aquele tempo angustiante as palavras ditas por Fred à Yuri minutos antes do acidente não saíam da cabeça do bolsista. E mesmo com tão pouco tempo juntos e com nada oficializado de fato o mais novo definitivamente retribuia o sentimento. Mas como expressá-lo? Yuri também não era o tipo do cara que conseguia falar abertamente sobre suas emoções para alguém. Mas sentia que precisava fazê-lo e que esse momento estava cada vez mais próximo.

As quarenta e oito horas finalmente passaram. Todos permaneceram ali. Jennifer e Kate foram levadas para casa por seu Aloísio um dia antes já que a filha de Sol não podia perder as aulas da faculdade e a filha de Bruna precisava vender seus sanduíches e também levar notícias à Rafa que estava muito aflito. Yuri permaneceu sozinho com seu Nicolau e o restante da família de Fred. Novamente o irmão mais velho do rapaz não deu-se ao trabalho de visitar o caçula ou mandar qualquer mensagem questionando seu estado de saúde. E por incrível que pareça, isso estava começando a incomodar até os pais ausentes de Fred.

Um dia antes enquanto ia até a pequena cafeteria do hospital Yuri ouvira, sem querer, a voz de Miguel bastante alterada ao telefone. Depois deu-se conta de que do outro lado da linha devia ser Max, o filho pelo qual Miguel e Elisa sempre zelaram com mais intensidade.

- isso não me interessa. Ele é seu irmão. O mínimo que se espera é que você venha vê-lo - Yuri permanecia imóvel, atento à conversa: - que decepção, Max. Eu esperava de qualquer um, menos de você. - e assim, o silêncio ecoa pela área. Provavelmente o homem havia encerrado o telefonema. O bolsista agora escuta apenas o som dos passos se afastando cada vez mais até desaparecerem.

Quando retornou a sala de espera, encontrou seu Nicolau junto dos pais de Fred e o amigo, Giovanne, o qual não saíra do lado do ancião nem um só segundo. O mesmo médico que dera o primeiro prognóstico do mais velho se aproximava dos parentes e amigos do rapaz novamente.

- parentes do Fred Monteiro, certo? - ele pergunta: - sim, estamos aqui - Miguel se levanta rapidamente, respondendo o médico de prontidão: - as quarenta e oito horas passaram mas infelizmente as notícias que trago não são nada boas.

Razões e Emoções (A #Freuri Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora