Yuri
"Ele tá gostando de alguém"
"Eu sei, eu posso sentir"As palavras de Isabela haviam marcado Yuri pelo resto do dia. Não pensava em outra coisa senão essa conversa. "Em que aquulo poderia lhe interessar?" Pensava. Quem Fred conquistava ou deixava de conquistar não era de sua conta. Mas ao mesmo tempo se deixava intrigar pela idéia. Era tortutante lutar contra algo que queria esquecer. Que era necessário esquecer.
Na hora do almoço, Yuri preferiu passar o tempo na biblioteca. Rezando para não ser encontrado por ninguém. A companhia dos livros e o silêncio eram ideais naquele momento. Fariam esquecer qualquer problema ou besteira que pudesse pensar. Foi na sessão que mais lhe prendia, "casos criminais reais", um livro sobre os casos criminalistas mais bizarros e impossíveis de se desvendar. Sentou-se na mesa que havia perto do balcão de atendimento quando sentiu uma mão vendar seus olhos.
- adivinha? - uma voz docemente conhecida: - hmm... o playboy mais chato de todo o ICAES. Acertei? - Fred se sentava ao seu lado com uma expressão irônica e triste ao mesmo tempo: - porra, é assim que tu me vê é? - Yuri rira e Fred compartilhava de sua risada. O bolsista mal podia se conter. Queria falar sobre Isabela, perguntar sobre o que Fred poderia ter dito para deixá-la arrasada embora a mesma tenha lhe contado. Mas precisava ouvir da boca do próprio. Porém não conseguia deixar a pergunta sair. Talvez fosse melhor assim e não devesse tocar no assunto naquele momento: - cê não tem aula não é, playboy? Me disseram que te viram matando aula por aí - Fred abaixa a cabeça ao ouvir Yuri. O bolsista decide quebrar o gelo: - não quer ler comigo? Vê se você aprende mais alguma coisa né - Fred logo junta uma cadeira ao lado de Yuri e se senta enquanto o mais novo continua em sua leitura: - tá lendo o quê aí? - o playboy pergunta enquanto tenta ler o título ressaltado na contra capa: - é sobre casos criminais. Olha, fala sobre os maiores serial killers da história, olha - Yuri apontara para as ilustrações de alguns serial killers enquanto Fred o acompanhava: - o famoso Jack estripador? Eu já li sobre o caso dele. É bem bizarro - os dois permaneceram ali lendo e esperando o tempo passar. E sentiam que a melhor forma de fazê-lo é quando estavam juntos. Ambos arrancavam as melhores risadas um do outro e os sentimentos mais puros sinceros. Algumas brincadeiras aqui, outras piadas ali. E assim o tempo passara.
- não acredito que já acabou o intervalo - Yuri dissera. Fred respira fundo. Ao mesmo tempo que sentia o tempo parar quando estava com o bolsista também notava que ele passava muito rápido. Queria permanecer ali, morar naquela companhia. Mas não podia. E também já havia perdido duas aulas importantes. Não podia jamais se dar ao luxo de perder outras: - vou ter que ir. Já perdi aula hoje tendo que resolver uma parada aí - lembrara rapidamente da conversa definitiva que tivera com Isabela: - mas se não for pedir muito, marrentinho...
- pera, do que cê me chamou? - Yuri sentira seu rosto pegar fogo. "Marrentinho"? Ao mesmo tempo que havia gostado até demais do novo apelido, não iria nunca demonstrar isso a Fred e dar o gostinho ao playboy: - não curtiu? Tu pode me chamar de playboy mas eu não posso te chamar de marrentinho? - Yuri ria da fala do amigo enquanto Fred apenas lhe dá um sorriso iluminado: - isso aí, ainda bem que cê sabe - Fred gargalha do deboche do mais novo: - engraçadão ele né, olha só - Yuri dá alguns toques leves, tipo soquinho, no ombro de Fred enquanto os dois mantém o ritmo da brincadeira. Voltando ao tom sério, Fred pergunta: - mas sério, deixa eu te levar em casa hoje - Yuri pensara ao ouvir a pergunta. Não queria incomodar o rapaz. Ele não tinha essa obrigação. Na verdade o que o jovem menos queria era incomodar qualquer pessoa: - ah playboy eu não sei...
- ah deixa de ser chato, Yuri - Fred fazia um beicinho e aquela cara de cachorro sem dono que Yuri conhecia bem e que dificilmente conseguia resistir: - tu não me incomoda nunca mano se é o que tá pensando - Yuri respira fundo e revira os olhos, pensativo. Mas a insistência é tanta que o bolsista acaba cedendo: - tá bom, vai - os olhos do playboy brilharam com a resposta e Yuri tinha percebido na hora. Se perguntava o porquê de todo esse cuidado de Fred, todo esse carinho. Não podia entender. Tudo bem que no início Fred era um completo imbecil e os dois definitivamente não se bicavam mas em tão pouco tempo e já eram próximos daquele jeito?
Logo os rapazes se despediram e foram, cada um, para suas salas. As últimas aulas passaram rápido. Logo o dia no ICAES havia terminado e Jennifer, Yuri e Isabela já caminhavam rumo ao portão principal de saída da instituição em direção ao ponto de ônibus.
- cê vai ficar bem né? - Yuri abraçava Isabela enquanto ela esboçava uma expressão apática e vazia: - vou tentar amigo, juro. - respondera: - a Bela vai lá pra casa da Kate comigo. Combinamos de passar um dia juntas, só garotas. Pra ver se ela se distrai: - a filha de Sol acarinhava o cabelo da jovem enquanto Yuri as observava: - Nosso ônibus chegou. Cê não vem com a gente, amigo? - Jennifer estuda Yuri enquanto o rapaz olhava para o ICAES e para o ônibus ao mesmo tempo: - ah... eu vou esperar mais um pouco ainda. Vão indo. - Jennifer e Isabela analisavam e se intrigavam com a atitude do bolsista mas entraram no ônibus. Não demorou muito para que ele desse partida e deixasse Yuri ali, sozinho. E não demorou muito para que um carro familiar parasse bem à sua frente, com um motorista mais familiar ainda ao volante.
- só entrar - Fred dissera com um sorriso malicioso. Yuri franze a testa mas entra no carro e logo coloca o cinto de segurança enquanto o playboy dá a partida no veículo. Não levou muito tempo até que Yuri percebesse que não estavam à caminho de sua casa: - ah não Fred, de novo cara? Meus pais vão me matar - Fred ria do mais novo enquanto diz: - relaxa, tua mãe já tá avisada e provavelmente ela já falou com o seu pai também - Yuri o encarava, estupefato. Como Fred havia conseguido o número de sua casa e de seus pais assim? Com essa facilidade? Não havia sentido: - e antes que tu me pergunte como consegui teu número, foi simples: perguntei pra sua amiga, Jennifer. Pedi a ela pra me passar por mensagem durante as aulas. Facil né? - o rapaz debochava do mais novo enquanto o mesmo relaxava a expressão.
- agora relaxa aí, marrentinho - Fred tranquilizava o mais novo: - tu vai gostar do lugar que vou te levar, juro.
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Razões e Emoções (A #Freuri Fanfiction)
FanfictionUma história abordando uma realidade paralela a da novela "Vai Na Fé", de Rosane Svartman, exibida atualmente na rede globo. Centralizada na narrativa e pontos de vista dos personagens Fred e Yuri, também de autoria de Rosane Svartman. Sinopse: Fred...