Todos se aproximaram rapidamente e se prontificaram atentamente ao médico, que era aparentemente um cirurgião.
- eu não vou mentir. O quadro de saúde dele é bem grave. Ele acabou de passar por uma cirurgia e segue em coma profundo. Teve um traumatismo craniano e algumas fraturas na bacia e vai seguir em observação na área da UTI.
- meu deus... - Jennifer suspirou, aflita. Giovanne amparou Nicolau que sentiu suas pernas bambearem de angústia e pela primeira vez, viram Miguel esboçar uma certa reação de pânico, de angústia pelo filho mais novo. Algo que ninguém, principalmente a família de Fred vira antes.
- qual é a situação do meu filho, doutor? - Miguel dissera, se referindo à Fred pela primeira vez como filho: - fale claro.
O médico suspirou. Conseguia ver uma aflição no rosto de Miguel. Alguns até puderam ver remorso: - bom, eu não vou mentir: a situação do jovem não é nada boa. O acidente foi bem agressivo, deixou seu filho com diversos hematomas e fraturas. Com base no diagnóstico geral, pode-se dizer ate que o seu filho se encontra entre a vida e a morte.
- ai meu Deus... - dona Elisa dissera, nervosa e aos prantos: - Entre a vida e a... morte?! - Yuri falara, pela primeira vez. O pânico fez as palavras escaparem por sua boca automáticamente. Miguel fulminou o rapaz com o olhar enquanto Elisa apenas o observava, aflita. Yuri apenas sentia as lágrimas rolando pelo rosto enquanto seu Nicolau e o pai o amparavam. "Entre a vida e a morte", a frase do médico iria reverberar na cabeça de Yuri por um bom tempo.
- as próximas quarenta e oito horas são decisivas no processo de recuperação. Iremos fazer todo o possível. Com licença - dito isso, o médico se retirou. Miguel se entrepos por Nicolau, Yuri, seu Aloísio e Giovanne com Jennifer ao lado dos dois: - bom, já receberam notícias agora podem ir embora.
Miguel apenas fulminou o filho com os olhos: - ninguém vai sair daqui - o ancião respondeu. Miguel engoliu em seco as palavras do pai mas não se calou: - não tem nenhum sentido essa gente ficar aqui. Nem da família são, muito menos esses dois...
- cuidado com o que você vai dizer Miguel. Eu já deixei bem claro que não vou tolerar mais suas grosserias - Nicolau enfrenta o filho, deixando o ambiente na sala de espera do hospital carregado. Elisa tentara amenizar a situação: - seu Nicolau, acho que o Miguel tem razão. Não tem muito sentido essas pessoas todas aqui.
- ah é mesmo? Logo você achando isso? Você que até antes dessa tragédia não se lembrava nem que tem dois filhos? - Miguel rebate à nora, deixando-a sem fala. No fundo sabia que o sogro tinha razão. Sabia que apesar de não ser, ao mesmo tempo, era uma mãe ausente. Nunca demonstrou um mínimo interesse às aspirações e momentos do filho e sempre teve olhos e mais cuidado apenas para Max, irmão mais velho de Fred.- eu não quero saber. Quero esse velho e esse garoto fora daqui - Miguel diz, agora com rispidez: - seu Nicolau, tá tudo bem. Acho melhor a gente ir mesmo...
- vocês não vão sair daqui Yuri - o idoso respondeu ao rapaz: - muito menos você que em todo esse tempo foi a pessoa que meu neto precisava. Deu carinho, amor e atenção e sempre o ouviu e o enxergou diferente dessa corja que está na minha frente.- corja? - Miguel riu, uma risada de deboche. E até mesmo de ódio: - você nos chama de corja? Uma família perfeitamente tradicional e NORMAL. Quer saber de uma coisa? Vamos as claras não é Nicolau?
- por favor - o idoso rebateu. Todos olhavam, assustado, a discussão entre e pai e filho: - acha que eu não sei do seu casinho com esse aí? - o homem aponta para Giovanne, que o encara sem nenhum pesar: - eu descobri tudo pouco antes da minha mãe morrer. Sempre achei nojento. O meu pai sentindo vontade e desejo de se deitar com outro homem? Uma imoralidade.- acho bom você calar essa boca, Miguel - Nicolau dissera mas o filho não lhe deu ouvidos: - ah a verdade dói não? Mas você fracassou, meu pai. Fracassou como pai, fracassou como marido e principalmente como homem já que preferiu se juntar a essas aberrações e se identificar como uma...
O salão inteiro do hospital ecoou o som de uma bofetada de seu Nicolau no rosto de Miguel. O filho virou lentamente o rosto, agora marcado pela mão do pai, para encarar o mesmo. Sua expressão indignada e enfurecida: - já que você quer falar verdades então vamos falar verdades. Segundo você eu fracassei como homem e pai porque me apaixonei por outro homem antes de conhecer sua mãe? Eu nunca escondi isso de ninguém. Sempre joguei limpo com ela e sua mãe sabia disso e sempre me apoiou. Agora quer fracasso maior do que um pai como você? Que nunca sequer deu o carinho e o amor que o Frederico tanto precisou e até mesmo implorou de você? Um homem mesquinho e egoísta que nunca deu uma mísera assistência ao filho nem quando ele quase morreu em um excursão escolar quando tinha dez anos de idade? Você quer usar sua régua moral para julgar e apontar os outros Miguel? E quanto à você? E quanto ao seu filhinho pródigo que você tanto protege? Quer saber depois algumas coisas que descobri recentemente à respeito dele?
Miguel novamente se enrubresceu com uma expressão de fúria misturada com dúvida. Era a segunda vez que o pai falara de Max, seu filho primogênito. E poderia ter os problemas que tivesse com Nicolau mas sabia que o patriarca não era mentiroso. Não aquele ponto. O ódio era tanto que o filho de Nicolau preferiu apenas se calar e afastar-se lentamente, deixando os demais ali. Sem chão com toda a discussão entre os dois.
- seu Nicolau, serio. Melhor a gente meter o pé mesmo - Yuri tentou apaziguar a situação: - você não vai embora, meu filho. Fica. Meu neto precisa de você aqui e... e eu também viu? - o mais velho dera um abraço no jovem, se debulhando em lágrimas. Yuri consolou o avô de Fred junto de Giovanne. Jennifer, Kate e seu Aloísio ficaram um pouco afastados. Apenas observando a situação.
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Kate e Jennifer se afastaram um pouco para beber um pouco d'agua e talvez comerem alguma coisa. Já passavam das quatro da madrugada quando acabaram escutando uma conversa. As vozes que ecoavam pareciam a de Isabela e Guiga.
- ai eu tô muito mal... - Isabela dissera, e Jennifer podia ouvir a garota soluçando: - ... a gente não devia Guiga, não devia ter feito aquilo.
- agora não adianta chorar, o que tá feito tá feito - ao longe, Kate podia ouvir Guiga respondendo: - e a culpa não foi nossa se o Fred simplesmente decidiu agir como um otário e sinceramente? Isso pra mim foi até castigo.
- Guiga! - Isabela censurou a influencer: - o Fred sofreu um acidente. Por algo indiretamente que a gente fez. Você não sente nenhum remorso?De repente, as duas cessaram as palavras como num relâmpago. Kate e Jennifer se aproximaram, incrédulas porem a namorada de Rafa nem tanto, com o que acabaram de escutar: - eu podia esperar qualquer coisa dessa daí - disse Jennifer, se referindo à amiga: - mas de você Isabela? Como que você teve coragem de se prestar à um papel desse?
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Razões e Emoções (A #Freuri Fanfiction)
FanficUma história abordando uma realidade paralela a da novela "Vai Na Fé", de Rosane Svartman, exibida atualmente na rede globo. Centralizada na narrativa e pontos de vista dos personagens Fred e Yuri, também de autoria de Rosane Svartman. Sinopse: Fred...