Yuri
Yuri larga suas coisas em cima da cama e apenas joga seu corpo sobre ela. Mil pensamentos dominam sua cabeça mas preferiu não pensar nisso naquele momento. Tinha muito o que fazer e estudar. Optou por gastar seu tempo assim, algo que o deixaria ocupado o suficiente que não lhe daria tempo sequer para pensar.
Abrira alguns livros e começou a revisar os temas abordados nas aulas. Aquele dia havia se arrastado para Yuri. Olhou o relógio várias vezes. Quando pensava que eram quatro horas, eram três e meia. Quando pensava que eram seis, eram cinco. E assim em diante. E quando se deu conta, enfim, seis horas. Hora de ajudar o pai com o trabalho. Trocara de roupa de rapidamente e não demorou muito para que pai e filho estivessem nas ruas correndo com as entregas do dia.
O trabalho foi intenso mas como sempre, Yuri e seu Aloísio deram conta. A última entrega era por perto, em Marechal Hermes.
- faz essa pra mim, filho? - Aloísio pedira: - claro, sem problema. - Yuri pega o pacote que o pai entrega: - já sabe né? Mesmo esquema de sempre. O cliente recebeu o produto é só bater a foto comprovando e tudo certo - Seu Aloísio recomenda. Yuri sai do carro e vai de encontro ao endereço em questão. Toca a campainha umas três vezes e já está prestes a virar as costas e desistir quando alguém sai da casa para atendê-lo.
E ele percebe que não é um alguém qualquer, um desconhecido. Já vira aquele rosto antes.
O cliente para e o observa até rapidamente fazer uma expressão de surpresa. Yuri se assusta com sua reação e o rapaz, que devia ter sua idade ou apenas uns dois anos a mais, começa a dizer: - caraca, não é possível. Yuri?! Yurizinho? Filho da tia Quitéria? Não se lembra de mim, cara?
O jovem analisa o rosto do rapaz enquanto o mesmo tenta instigá-lo a se lembrar mas nada vem à mente. Então, como num instalo, Yuri se recorda.
- não é possível... Kaíque? Aquele Kaíque?? Neto da dona Celina? Que brincava comigo quando a gente era moleque...
- isso! - o rapaz rapidamente interage com a recordação e os dois compartilham uma risada calorosa: - caramba irmão, quanto tempo não te vejo. Faz o que? Uns 11 anos desde que me mudei. - Kaíque diz. Yuri automaticamente desbloqueia uma nova lembrança sobre o antigo amigo: o carro ligado, o rapaz ainda pequeno, com cerca de seus 9 anos dando um abraço em Yuri. O bolsista então se lembra que naquela época o jovem se mudara para longe. Outro estado, aparentemente e desde então nunca mais tiveram notícias um do outro até aquele momento.- bom, eu agora vou precisar ir. Meu pai tá me esperando no carro e a gente ainda precisa entregar um relatório com essas entregas feitas - Yuri dizia. Por um breve momento percebia um olhar diferente de Kaíque para ele mas decidiu ignorar. Apesar da distância e da separação repentina sempre foram bons amigos: - claro pô, sem problema. Mas aí me passa seu número pra gente manter contato. Ou melhor... tentar reatar o contato. - Kaíque dava uma breve risada. Yuri apenas devolveu um sorriso mas passou-lhe o número: - talvez a gente se vê mais vezes. Cê ainda continua por piedade? - Yuri assente com a cabeça e o jovem continua: - voltei pra cá no meio do quinto período de faculdade. Vou precisar encontrar alguma por aqui. Mas é isso cara, foi muito bom te ver - Yuri guardara o celular enquanto Kaíque colocava a encomenda em um móvel dentro de casa: - poxa igualmente. Preciso ir agora. Até mais - Yuri tenta dar um aperto de mão em Kaíque mas o jovem o puxa para um abraço. Desconcertado, Yuri retribui. Não podia simplesmente ser grosseiro, ainda mais com alguém que um dia fora seu melhor amigo.
Ao chegar em casa, o jovem bolsista queria apenas ver um chuveiro o aguardando para um bom banho e sua cama. Ao se deitar, observa sua caixa de mensagens. Trinta e cinco mensagens. De onde era tudo aquilo? E ficou mais surpreso ainda ao observar que eram de uma pessoa em específico. "Me deixa em paz playboy, é melhor assim" pensara antes de ignorá-las completamente.
Yuri virou-se para o lado na cama. Mesmo ignorando qualquer tentativa de Fred de manter contato, não sabia o porquê, sentia um respaldo em seu coração. Uma tristeza, uma angústia ao fazer aquilo. Querendo ou não já havia se afeiçoado a Fred. Uma afeição improvável aos seus olhos? Sim. Mas ainda assim uma afeição. E com aquele era mais um dia que o jovem bolsista pegaria no sono pensando em um certo "playboy insuportável" da zona sul.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Razões e Emoções (A #Freuri Fanfiction)
FanficUma história abordando uma realidade paralela a da novela "Vai Na Fé", de Rosane Svartman, exibida atualmente na rede globo. Centralizada na narrativa e pontos de vista dos personagens Fred e Yuri, também de autoria de Rosane Svartman. Sinopse: Fred...