Capítulo 78

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  Parecia que o dia estava repleto de surpresas. Decididamente.
  Kaique e Yuri olhavam fixamente para a mãe de Fred. Uma senhora jovem, aparentemente uns quarenta anos de idade. Provavelmente tivera filhos ainda bem jovem. Mas muito elegante, com um porte bem distinto. A mulher olhava os dois e novamente, pedira: - será que você me cede um tempinho? A sós? - ela olhava para Kaique que entendeu rapidamente: - eu vou estar no carro - dissera a Yuri e com um último abraço, saiu. Deixando os dois sozinhos para falarem mais à vontade.

  Enquanto caminhavam pelo estacionamento do hospital, dona Elisa analisava o mais novo dos pés a cabeça mas sem nenhum tipo de preconceito, diferente de Miguel.

- Yuri... eu... acho que não há palavras para agradecer o carinho e o amor que eu sei que você têm de sobra pelo meu filho - A mulher dissera, deixando Yuri perplexo de surpresa: - eu nunca fui uma boa mãe, sabe?
- ah dona Elisa, por favor - Yuri interrompeu a mulher mas não o suficiente para impedi-la à continuar: - por favor, me deixe terminar. Eu preciso - Yuri se calou com o pedido. Nunca ouviu dona Elisa dizer uma palavra sequer. Só fazia concordar ou se calar diante as atrocidades que o marido desferia para as pessoas. Agora ela estava ali, diante dele, praticamente ditando um monólogo.

- Eu sei que sempre fui negligente com meu filho, sabe? Uma vez quando ele ainda era uma criança se machucou e parou no hospital mas tudo o que me preocupava era o meu trabalho e em segundo plano, os problemas que meu filho mais velho que na época era adolescente, provocava. Eu nunca olhei para o Fred como ele merecia. Como ele precisava. Sempre o deixei para depois. Eu e meu marido sempre fomos pais péssimos e infelizmente precisamos tomar essa lição para poder nos darmos conta disso - a mulher se lembrou de respirar antes de continuar: - mas eu só queria agradecer tudo o que você fez pelo meu filho. E pedir perdão. Perdão por todas as coisas que meu marido lhe disse. Não vai ser fácil, eu confesso. Viemos de outros tempos. Somos de uma outra geração, sabe? Sem falar que somos de uma realidade diferente da sua. Vai ser complicado para nós aceitarmos mas eu prometo, pelo menos de minha parte, fazer um esforço. O que posso dizer e garantir é que reconheço que o sentimento que tem pelo meu filho é sincero. E eu o agradeço novamente por isso.

  A mulher acaricia o rosto de Yuri ternamente e sai. Deixando o garoto sem palavras e pálido feito os pisos de mármore ultrabrancos e polidos do hospital. Era surpresa demais para um dia só e o rapaz sentia que precisava descansar.

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  No mesmo tempo em que Elisa e Yuri conversavam, perto dali, Miguel finalmente entrava na área do CTI e encontrava o filho inconsciente e entubado em cima de um leito de hospital. Os cortes e machucados um pouco expostos. O homem não pode evitar e logo caiu no choro. Sentiu as lágrimas correrem por seu rosto enquanto sentava para observar o filho naquele estado, não conseguindo evitar de pensar o pior mesmo com as últimas boas notícias.

Razões e Emoções (A #Freuri Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora