Razões e Emoções (A #Freuri Fanfiction)

Capítulo 92

Fred

  O dia de aulas para Fred havia sido um tormento. Quando chegou em sua sala um rio de pessoas se amontuou para lhe dar boas vindas e fazer perguntas do tipo "como foi pra você passar por aquilo?"; "você pensou que fosse morrer em algum momento?"; até Otávio entrar e tirar o rapaz daquela situação.

- mas é muito bom te ver assim, cara. Vivo - Otávio dizia enquanto esperavam pela chegada do professor. Era o último período dos dois jovens e logo a formatura se aproximara. Só havia pouco mais de três meses para o evento e Fred precisava estudar mais para concluir aquela fase em sua vida. Mas o que mais mexia com o rapaz era sua situação atual com Yuri: - Fred? Tá tudo bem, mano? - Fred nem se deu conta de que Otavio ainda permanecia falando com ele: - foi mal mano, tô meio bolado com algumas paradas aí mas nada contigo não. É outra coisa...
- ue, e por que cê não me conta? Tu sabe que eu sou teu amigo né? - e Fred se deu conta de que de todos que se relacionava, Otávio era a única pessoa na qual nunca havia entrado em detalhes sobre a sua situação com Yuri. E acha que, talvez, o amigo merecesse seu voto de confiança. Afinal, os dois já eram amigos desde o início da adolescência. Ou até mesmo antes disso.

  Enquanto estavam em aula, Fred contara aos cochichos sua história com Yuri desde o princípio até a situação presente. Falou sobre as armações de Guiga com o apoio de André e Mauro e ainda se aprimorou sobre os motivos que o levaram ao acidente de carro: - caralho cara... eu sabia que a Guilhermina era escrota mas não nesse nível - Otávio dissera: - mas claro que isso pra mim não importa em nada. A gente é irmão porra. E o fato de tu ser bissexual? Cara desculpa aí mas isso não me surpreende - Otávio diz enquanto relembra Fred de uma vez quando eram mais jovens e estavam em uma festa. O rapaz dissera que vira Fred trocando olhares com um outro menino que estava presente. Mas nada muito mais íntimo que isso: - nossa tu lembra disso moleque? - Fred disse, agora recordando-se do fato: - só porque eu sou mais caladão que você não significa que eu não observe as coisas cara. Mas sério mano, tu tem todo meu apoio e nunca vai deixar de ser meu brother. E o Yuri é um carinha bem legal. Torço muito por vocês.

  Os dois se abraçaram singela e discretamente de lado para que o professor à frente não percebesse. Nem viram o tempo passar. Logo as primeiras aulas terminaram e finalmente era o horário do intervalo.

- cara mas tu vacilou com o Yuri - Otávio repreendeu o amigo: - o moleque jamais ia te trair assim. Conheço ele pouco mas o suficiente pra saber disso. - Fred respirou fundo enquanto respondeu: - ah mano... mas eu vou resolver essa parada. Mas me conta aí teu lance com a Bia. Soube que cês tão se curtindo aí hein, ah moleque...!

  Fred dera um chacoalhão no cabelo do amigo enquanto este te atualizou um pouco dos últimos acontecimentos em sua vida. Otávio e Bia estavam se aproximando bastante nos últimos dias que passaram. O rapaz estava realmente envolvido pela menina e por incrível que pareça e pelo que Otávio contara, a menina que tinha o espírito livre e não se prendia facilmente também estava bastante envolvida: - pra tu falar assim, é... parece que ela tá realmente na tua. Po irmão, vou torcer por vocês. De verdade - os dois continuaram atualizando os assuntos antes de se interromperem rapidamente por um fato.

  Ao longe avistaram Guiga, André e Mauro indo em direção à sala vazia do curso de fotografia. Num impeto, Fred resolveu ir atrás discretamente e puxou Otávio em seu o encalço. Os dois os seguiram até encontrar a porta entre aberta e os três mal feitores conversando.

- ...mas po, se alguém descobrir que foi a gente que fez essa exposição toda? O moleque quase morreu Guiga. Sem falar que isso é crime né? Tu sabe - os rapazes ouviram uma voz que parecia ser a de Mauro: - vem cá quando foi que vocês ficaram tão otários e arregoes assim? - No fundo, Guiga rebatia o homem: - Ninguém pode acusar a gente de nada porque ninguém tem prova de nada.
- é mas e aquela ex caloura lá, a tal da Isabela? - Agora a voz parecia ser de André: - aquela ali eu sei muito bem como dobrar. Bom, eu disse que o Fred ia se arrepender de me tratar como tratou. E já fiz minha parte enviando aquela fotinho maravilhosa do namoradinho dele com o outro macho lá - Fred sentiu sua respiração pesar de raiva. A furia ardia em suas narinas. Otávio pousou sua mão nos ombros do amigo na tentativa de acalmá-lo e para que ele não fizesse nenhuma besteira: - do que depender de mim meninos esse "namorinho" não dura nem mais três dias.

  Ao passarem novamente pelo corredor de volta ao pátio do ICAES, Fred se sentou. Os olhos vermelhos de tanta raiva: - eu vou matar aquela garota.
- Fred, relaxa. Não adianta nada discutir com eles agora quando tu pode fazer melhor que isso - Otávio dizia, na tentativa de acalmar o playboy. Fred encarava o amigo, irônico e revoltado: - fazer o quê, Otávio? Tu não ouviu eles dizerem lá? A gente não tem prova porra.
- e quem disse que a gente não tem prova? - Otávio dizia enquanto puxava o telefone e apertava o play de um arquivo de áudio gravado em seu celular. A reprodução nítida e clara da conversa dos três jovens ecoou da caixa de som do aparelho. Fred via seus olhos brilharem e uma gargalhada de plena felicidade. Abraçou o amigo e a alegria era tanta que tivera força suficiente para suspendê-lo no ar: - Tu é um gênio moleque, na moral - Otávio riu junto com o parceiro: - e aí, o que a gente faz agora com isso aqui? - o amigo de Fred perguntou, de forma irônica e retórica: - não tá óbvio mano? Vamo botar pra fuder com esses filhos da puta. E eu sei exatamente quem pode ajudar a gente.