Donatello - Herdeiros Do Império Bianco-Salvattore

capítulo 7

Elisa

Dias depois de eu presenciar aquela execução eu não tinha mais paz, andava constantemente com medo de me encontrarem, então meu medo se concretiza, eles me encontraram, invadiram minha casa e me levaram para algum lugar, na verdade me arrastaram, eu tentei me debater e fugir, mas foi em vão, rasgaram minha roupa e me levaram a força mesmo.

Eles me reconheceram do restaurante obviamente, apesar de eu estar com um cabelo diferente todas as vezes que os seguia, não tinha como não descobrirem que era eu.

—Sua vadia, eu sabia que você era problema, no momento em que a vi.

Fala Alex me dando um soco na barriga e me fazendo ficar sem fôlego, em seguida ele me dá dois socos no rosto, eu sabia que seria meu fim, eles não me deixariam viva, principalmente porque Harry olha meu celular e vê que tem um vídeo do dia do ocorrido, aí que Alex fica mais furioso e me dá outro soco.

Naquele momento eu rezei para que aquele estranho chegasse e me salvasse novamente, mas depois de saber quem ele é e agora que tenho um vídeo que o compromete, ele jamais me salvará.

Aquele seria meu fim, eu já nem queria mais lutar, mas quando ouço ele dizer o que faria comigo, sinto um medo horrível, e tudo começa a vir a tona, eu não queria morrer sendo violada, já escapei uma vez, não quero ter que passar por isso de novo.

Então, como uma luz no fim do túnel, eu ouço a voz dele, como da primeira vez que ele me salvou, mas eu já estava sem esperança de que ele realmente fosse me salvar, mas ao ver ele batendo em Alex por mim e mentindo, vejo que minhas prestes foram atendidas ou talvez não.

Depois dele me tirar dali, ele me leva para seu apartamento, é um apartamento enorme, fica na cobertura, é impecável de lindo e de um bom gosto sem limites, nunca estive em um lugar tão grande antes, o banheiro daquele apartamento deve ser maior que a minúscula kitnet que eu moro.

Espanto os pensamentos e foco no porque dele ter me levado pra lá, eu ainda não entendia o porque dele arriscar tudo para me proteger, isso não faz o menor sentido pra mim.

O que também não faz o menor sentido é que aquele mesmo homem gentil, cavalheiro e um poço de delicadeza, é o mesmo homem cruel, que matou duas pessoas sem um pingo de remorso, e que é chefe de duas máfias temidas e respeitadas tanto na Europa, como em toda a América, como pode os dois serem um só?

As máfias Italianas dominam o tráfico de drogas na Europa e na América, eles são respeitados em todos os lugares, e aquele homem bem na minha frente que mais parece um gentleman, um príncipe, na verdade é o chefe da máfia, se eu não tivesse visto com meus próprios olhos ele matar aquele cara, eu jamais acreditaria se me dissessem.

—Como me encontrou?

Pergunto enquanto ele delicadamente cuidava da ferida no meu lábio.

—Eu sempre vou te encontrar, não importa onde esteja!

Quando ele diz aquilo, todos os pelos do meu corpo se arrepiam, era como se eu tivesse um déjà vu.

Ele olha no fundo dos meus olhos, e eu fico paralisada por um tempo olhando pra ele, parece que foi uma eternidade, até que ele desvia o olhar, não dá pra negar que aquele homem é lindo e me deixa desconcertada.

—Passe essa pomada, no seu olho também, vai amenizar a dor e diminuir o inchaço.

Fala ele me entregando a pomada.

—Tome um banho, tem roupas da minha irmã no closet do último quarto do corredor, você e ela parecem ter a mesma altura, e mais ou menos o mesmo peso, acredito que vá servir, está com fome, vou preparar algo pra você comer.

—Você tem um irmão gêmeo?

—Não, mas tenho dois irmãos que são gêmeos, uma menina e um menino, seria demais para o mundo se tivesse outro igual a mim andando por aí, eles não saberiam lidar com tamanha beleza em dobro

Não dá pra evitar sorrir, devo admitir que ele tem senso de humor.

—Por que a pergunta, não me diga que viu alguém tão parecido comigo a ponto de achar que é meu irmão gêmeo!

—Não, não vi, é que eu simplesmente não consigo associar a sua imagem assustadora, matando alguém, a um homem bom que já me salvou por três vezes, não faz sentido.

—Como sempre tão sincera, mas uma coisa não tem nada a ver com a outra, eu sei separar o pessoal do profissional.

—Eu literalmente filmei você matando uma pessoa, e você foi lá e enfrentou seu aliados e ainda mentiu, dizendo que havia pedido pra eu fazer isso, ou você vai me matar quando eu menos esperar e depois que eu servir ao seu propósito, seja lá qual for ele, ou você só é bom em fingir que é uma boa pessoa.

—Eu sou uma boa pessoa, mas depende de pra quem vai perguntar.

—Como uma boa pessoa pode matar alguém a sangue frio sem sentir nenhum remorso?

—Faz parte do meu trabalho, assim como você arriscou sua vida perseguindo os filhos dos políticos, sabia que era arriscado e mesmo assim o fez.

—Eu não tive outra escolha!

—A gente sempre tem outra escolha, eu tinha outra escolha, mas escolhi ser da máfia.

—Se eu tivesse outra escolha, acredite, eu não teria me arriscado tanto, eu fui obrigada a fazer isso, acha mesmo que iria querer ficar seguindo um cara nojento como aquele Alex ou um mafioso como você, eu jamais escolheria ser espancada e quase estrupada por aquele nojento, você não sabe nada sobre mim, não pode dizer que eu tinha escolha.

Falo já aos prantos.

—Me perdoe, não queria fazer você chorar.

Ele se aproxima de mim e me abraça, fico surpresa com aquela atitude dele, mas o abraço dele era tão bom, nunca me senti tão acolhida como naquele momento.

—Eu sou um idiota, nunca mais vou dizer isso tá, agora me diz quem é esse otário que te obrigou a fazer isso, eu vou acabar com ele.

—Não vou te dizer que foi meu chefe que mora no Bronx.

Falo me afastando dele, ele ri.

—Me fale o nome dele e eu o encontro.

—Não vai matar meu chefe.

—Só vou dar um susto nele, vou fazer algo pra comer, vai tomar banho e trocar essa roupa.

Fala ele indo pra cozinha

—Aproveita e já pega meu passaporte.

Falo sem pensar, ainda bem que falei baixo e ele não ouviu, bom, eu achava que ele não tinha ouvido.

Me viro para perguntar onde ficava o quarto e ele me olhava com uma cara indecifrável.

—Onde disse que fica o quarto?

—Por que ele está com seu passaporte?