capítulo 49

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-O que...eu ouvi direito?

Pergunta Betina.

-Como assim querido?

-Eu acho que meu filho com a Elisa está vivo!

Digo me sentando.

-Como querido?

-Eu não sei.

-Ela disse que ele morreu em um trágico incêndio, por que ela mentiria sobre isso?

Pergunta meu pai.

-Será que ela o abandonou e contou essa história pra você não ficar com raiva dela?

-Não querida, Elisa jamais seria capaz de fazer isso, ela sofre com a perda do filho, sofre muito, da pra ver nos olhos dela quanta dor, ela sofre por tê-lo perdido, o que o faz pensar isso querido, por que acha isso?

-Não é mais achismo, é quase uma certeza, não pode existir tantas coincidências, eu conheci um garoto no estacionamento da empresa outro dia, ele havia quebrado o vidro do carro de uma mulher e para se livrar, ele disse que eu era o pai dele, a mulher estava furiosa, eu entrei na dele, ele aparentava ter seus 11, 12 anos, eu literalmente me vi naquele garoto, o jeito engraçadinho dele, e até a aparência, eu chamei e de Enrico Júnior, e ele ficou assustado, depois me perguntou como eu sabia o nome dele, eu disse que não sabia e então ele disse que se chamava Enrico, na hora eu nem me atentei, porque até então, eu não sabia sobre meu filho, e naquele mesmo dia, a Elisa me contou, enfim, depois que ela me contou eu fiquei pensando naquele garoto, mas não imaginava que poderia ser, porque ele estava morto, até hoje de manhã, fui até a empresa, e quando estava indo embora, eu o vi novamente, ele havia passado a noite lá, estava com fome e parece que não toma banho há dias, perguntou se eu tinha dinheiro pra ele comer, eu disse que o levaria pra casa, ele ia tomar banho e eu ia dar algo pra ele comer, ele ficou muito assustado, me empurrou e saiu correndo, foi aonde eu vi...

-A marca de nascença?

Pergunta minha mãe.

-É, idêntica a do papai e idêntica a que meu filho tinha, não pode haver tantas coincidências assim, não é mãe?

-Tantas como essa, não, e você não foi atrás dele?

-Eu fui, fiquei 40 minutos rodando o quarteirão e procurando nos estacionamentos mais perto, mas não o encontrei, por isso vim aqui, eu preciso que me ajude a encontrá-lo Ben, pode acessar as câmeras de segurança da rua, preciso achá-lo, eu sinto que aquele garoto é o meu filho.

-Pode deixar comigo, vou agora mesmo pegar o notebook.

-Termine de comer Ben.

-Já terminei, vamos encontrar meu sobrinho.

Ele se levanta e vai pegar o notebook, logo ele está de volta.

-Mas qual a explicação pra tudo isso, não faz sentido ela dizer que meu sobrinho esta morto e você o encontrar vivinho.

-Ela não deve saber também Bê, ela tem pesadelos, e acorda gritando, chamando pelo nosso filho, pedindo pra eu trazê-lo de volta.

-Precisamos tomar cuidado com isso, e se é alguém querendo prejudicar você, e está fazendo isso pra mexer com seu psicológico ou até mesmo atraí-lo para uma armadilha?

-Não tem a mínima possibilidade disso acontecer pai, se eu que sou o pai, só soube da existência dele recentemente, como meus inimigos iriam saber, e de tantos detalhes que só Elisa poderia saber, e ele estava tão assustado, o tempo todo, e quando eu disse que o levaria pra minha casa, ele se assustou e saiu correndo, no dia que o conheci também, ele disse que não estava pedindo pra eu pagar o concerto do carro da mulher, eu disse que então a chamaria de volta e diria que não o conhecia, e com sorte o levariam para um reformatório ou um orfanato, ele ficou desesperado, e se ele ficou em um orfanato esse tempo todo?

Donatello - Herdeiros Do Império Bianco-Salvattore Onde histórias criam vida. Descubra agora