capítulo 40

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Elisa

Quando aquele homem atira na direção de Betina, eu grito e fecho os olhos.

—Não tente bancar a engraçadinha, se der mais um passo, eu vou atirar na sua cabeça.

Fala ele, abro os olhos e vejo que não tinha atingido Betina.

—Seu desgraçado, solta ela!

Meu coração batia sem parar e o relógio no meu pulso apitava anunciando que meus batimentos e minha pressão arterial estava altíssima.

Por mais que eu tentasse me acalmar, eu não conseguia, tudo começa a vir a tona, o desespero e o medo de voltar para aquele lugar toma conta de mim, até que ouvimos um carro derrapar, era Don, ele desce com as armas em punho, assim que nossos olhos se cruzam, eu me sinto mais aliviada, porque sabia que ele não ia deixar aquele homem me machucar, mas eu não podia deixar de sentir medo e pavor.

Quando ele me chama de amor, meu coração se aquece e logo tudo termina, vou para o lado dele, mas minhas pernas não queriam me obedecer, o abraço dele me conforta, ele me coloca no carro e vejo ele falando com os seguranças, que pegam o homem do chão e levam para o carro, depois vejo ele falando com Beatrice, não ouço a conversa, mas ele parecia muito bravo com ela, ela concorda com tudo o que ele fala, abaixa a cabeça e vai para o carro, era a primeira vez que eu o via tão autoritário com a irmã e bravo.

Logo ele volta para o carro, o cenho que até então estava franzido e a cara fechada se suaviza, ele sorri, e passa a mão no meu cabelo.

—Vamos pra casa, meu bem!

Casa, a simples menção daquela palavra me faz ficar emotiva, não era o local em si que me deixava emotiva, mas sim o peso do significado daquela palavra que para mim havia se tornado um lugar acolhedor, um lugar onde eu estava protegida, um lugar onde eu sabia que iria encontrar alguém que iria me proteger e fazer de tudo por mim, aquele apartamento não era mais apenas um lugar onde eu iria passar a noite, se tornou um refúgio pra mim.

Ele liga o carro e saímos do estacionamento, quando paramos no sinal, ele segura minha mão, me olha e sorri.

Desde que eu me lembro Enrico é assim, gentil, cavalheiro, respeitoso, romântico e muito fofo, ele sempre me tratou com muito respeito, na época que nos conhecemos acho que ele tinha 10 anos, e eu ficava chocada com a maturidade e o respeito que ele me tratava, ele cuidava de mim e me chamava de pequena Ellie, ele foi a primeira e a única pessoa a me chamar de Ellie.

E ele era muito inteligente, era algo fora do normal o que ele com 10 anos sabia fazer, ele entendia sobre tudo, desde o que estava acontecendo na política, algumas leis, até qual era o melhor país pra se viver, ele me ensinou muitas coisas, inclusive foi graças a ele que um cliente da minha mãe não passou a perna nela, eu contei a ele o que estava acontecendo e ele me disse maneiras de ajudar, citando algumas leis.

Ele me ensinou a falar italiano e inglês, eu entendia um pouco de inglês, aprendo muito rápido e aprendi com os hóspedes do resort, Enrico falava comigo em espanhol, que é a minha língua materna, e ele falava muito bem, eu entendia absolutamente tudo, as vezes ele falava em inglês, mas eu sempre entendia.

Em oito anos eu já falava inglês e italiano fluentemente.

—Está mais calma, meu anjo?

Pergunta ele me olhando com aquele olhar que me trazia calmaria.

Balanço a cabeça concordando.

Ele beija minha mão, sorri e volta o olhar para o trânsito.

Vamos o resto do caminho em silêncio, logo estamos no estacionamento do prédio, ele estaciona o carro, desce, vem até mim e abre a porta.

Donatello - Herdeiros Do Império Bianco-Salvattore Onde histórias criam vida. Descubra agora