capítulo 37

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Olho para a cama e ela estava sentada lá com meu colar na mão.

—Oi, bom dia, meu bem!

—Quando pretendia me contar, sobre quem era?

—E quem eu sou?

Claro que a essa altura do campeonato ela já sabia, só o fato de me chamar pelo meu segundo nome já deixava isso claro.

—Por que escondeu isso de mim?

—Eu nunca escondi, era você que não se lembrava mais de mim.

Digo indo pra a cama e me sentando ao lado dela.

—O que te fez lembrar?

—Ninguém nunca me chamou de Ellie, você era a única pessoa, e então eu comecei a juntar todas as peças, só precisava disso para comprovar.

Fala ela mostrando o colar, era um colar que ela mesmo fez com algumas conchas raras que encontramos em Punta Cana, lá nós gravamos nossos nomes e a data que nos conhecemos ela ficou com um e eu com outro.

Pego o colar, havia o nome dela escrito, o coloco de volta no meu pescoço.

—Vi que você ainda tem o seu.

—Eu tenho, por que não me disse, desde o começo?

—Você parecia não querer se lembrar de mim.

—Esse tempo todo você sabia quem eu era?

—Sim.

—Descobriu na boate?

—Não, bem antes, eu estava te observando há um tempo já, não pretendia falar com você, mas então aquele idiota ousou te tocar, não pude me segurar.

—Tudo faz sentido agora, você sempre deu a entender que já me conhecia, e eu nunca me toquei, ah minha nossa, como eu não te reconheci?

—É, confesso que fiquei magoado com isso, fui seu primeiro amor e o idiota que tirou sua virgindade.

—Depois de tantos anos, fomos nos encontrar aqui.

—É o destino.

—E você me salvou, senso de dever por ter me abandonado, não precisa mas se preocupar se for isso.

—Senso de dever, eu fui te procurar e não te encontrei, jamais deixei de pensar em você, nada do que estou fazendo é por obrigação, você é meu primeiro amor e nunca saiu do meu coração, não tem nada a ver com senso de dever Elisa.

Elisa

Quando sinto Don se deitando, me aconchego nele, e ele me abraça, e então durmo, já era de manhã quando acordo com o sonho que tive, não foi bem um sonho e sim uma lembrança, nele eu me via mais nova, e também via Donatello, só que na versão atual dele e ele me chamava de Ellie, me sento na cama e olho pra ele, e então as lembranças começam a passar em loop na minha cabeça e tudo começa a se encaixar, eu precisava tirar a prova, me levanto, pego a calça dele que estava no chão e pego o colar que estava no bolso, quando viro o colar, vejo meu nome e a data de quando nos conhecemos.

Meu coração acelera.

—Oh meu Deus!

Era ele, Enrico, o garoto por quem fui apaixonada minha infância e praticamente adolescência inteira, o mesmo garoto que conheci quando tinha 8 anos e que perdi a virgindade aos 15, que me prometeu o mundo e depois desapareceu.

Olho pra ele na cama dormindo profundamente, agora começo a entender a obsessão dele em me proteger, dizendo que havia um motivo e eu não conseguia pensar em nenhum motivo pra ele querer me proteger tanto, a ponto de querer se casar comigo.

Donatello - Herdeiros Do Império Bianco-Salvattore Onde histórias criam vida. Descubra agora