Donatello - Herdeiros Do Império Bianco-Salvattore

capítulo 38

Quase me derreto com as palavras dele.

—Vamos tomar café.

Fala ele sorrindo.

—Vou ao banheiro.

—Eu vou preparar o café.

Ele vai para a cozinha, vou ao banheiro, faço minha higiene e vou ajudar ele.

—Por que demorou pra voltar?

Pergunto.

—O cara com quem meu pai estava trabalhando passou a perna nele, pra resumir, ele e minha mãe fizeram um inferno na vida do cara, que era ninguém menos que um dos maiores chefões do quartel de Santo Domingo e da República Dominicana, se voltássemos lá provavelmente não sairíamos vivos, só consegui voltar no ano seguinte, quando já era maior de idade e podia viajar sozinho, o que houve, pra onde você havia ido?

—Minha mãe ficou desempregada e estava doente, então nós fomos morar na vila que ela nasceu, é bem pequena e quase no meio do nada, mas lá poderíamos morar sem precisar pagar e não tinha que gastar muito pra comer, em partes foi bom porque ela precisava de um descanso, mas ficamos lá por quase dois anos.

—Por isso eu não te encontrei e também ninguém sabia pra onde havia ido.

—É uma vila bem escondida, mesmo que soubessem, você não saberia chegar.

—Sinto muito por não ter te encontrado.

Fala ele se aproximando de mim.

Sorrio.

—Você me encontrou agora, tinha que ser assim e tá tudo bem.

Falo tocando o rosto dele.

—Mas se eu a tivesse encontrado antes, não teria que passar pelas coisas horríveis que teve que passar.

—É talvez não, mas eu tô superando, você tem sido meu apoio.

Ele segura minha mão e olha no fundo dos meus olhos.

—Você disse uma vez que se sentia como em um barco que balançava sem parar, e que achava que uma hora ele iria naufragar, disse que queria ter uma estabilidade, eu quero ser muito mais que seu apoio, quero te dar toda estabilidade que você quer e precisa, e não tô falando de dinheiro, eu quero ser seu porto seguro, em quem você vai poder confiar sua vida de olhos fechados, eu vou te proteger de tudo e de todos pra que ninguém mais te machuque.

Sorrio com os olhos cheios de lágrimas.

—Você já tem sido meu porto seguro, é em você que eu me agarro todas as vezes que tenho um pesadelo, eu me sinto melhor de saber que eu vou acordar e você vai estar lá pra mim.

—E eu sempre estarei, serei seu porto seguro, enquanto viver.

Ele limpa as lágrimas dos meus olhos e me beija.

—Vamos comer, você deve estar faminta.

Fala ele se afastando.

Sorrio.

—Aí, eu vou me acostumar com isso.

Falo quando já estávamos na mesa.

—Espero que se acostume, vou preparar o café pra você todos os dias.

—Não precisa fazer isso.

—Mas eu quero.

—Não quero parecer uma esposa preguiçosa, já não estou trabalhando, tenho que pelo menos cuidar de você e da casa, então eu irei preparar o café pra você todos os dias.