Donatello - Herdeiros Do Império Bianco-Salvattore

capítulo 44

Elisa

Quando conto ao Don sobre nosso filho, vejo os olhos dele se encherem de lágrimas na mesma hora, eu precisava contar a ele, já não estava mais me aguentando, eu já queria ter contado, mas nunca encontrei um momento certo pra isso, e quando me encontrei com aquele garoto, as lembranças do meu filho vieram com tudo, Don precisava saber, não era justo com ele, por mais doloroso que fosse, o sonho do Don era ser pai, fizemos muitos planos, e tudo se esvaiu em tão pouco tempo

Quando eu descobri a gravidez, fiquei muito feliz, muito mesmo, já minha mãe não gostou nadinha, eu estava confiante que Enrico voltaria, eu iria contar a ele, e então ficaríamos juntos pra sempre, mas eu era uma adolescente tão ingênua que pensava que tudo isso seria perfeito, os meses foram se passando, minha barriga foi crescendo e as fofocas também, minha mãe era bem conhecida onde morávamos e todo mundo começou a especular quem era o pai do meu filho e como uma adolescente como eu poderia ter engravidado, foi quando ela decidiu ir pra vila onde nasceu.

Eu não queria ir pra vila, porque sabia que se Enrico fosse me procurar, ele não iria me encontrar, minha mãe disse que se ele não tinha voltado até agora, não voltaria nunca mais, eu fiquei muito mal, e por pouco não perdi o bebê, quando ele nasceu, tudo mudou, apesar da esperança de que Enrico fosse voltar sempre existiu, eu já não me importava tanto, meu filho me trazia alegria, ele era tudo que eu precisava.

Depois que o neto nasceu, minha mãe se tornou outra pessoa, ela fazia de tudo por ele, era uma avó coruja, ele era uma criança doce, a simpatia em pessoa, que com certeza havia herdado do pai, era tão inteligente, gentil, mas também era bem arteiro, porém obediente.

Eu daria tudo para que ele pudesse ter conhecido o pai.

Sinto que Don queria desabar, estava escrito nos olhos dele, conforme eu ia falando sobre nosso filho, me sinto muito culpada por ele não ter nem chegado a conhecê-lo, o semblante dele era de dor e sofrimento, mas ele estava tentando se fazer de forte.

—Você tem fotos dele?

—Tenho, vou buscar.

—Não precisa ser agora, eu aguento a ansiedade até amanhã.

—É rapidinho.

Me levanto vou até o quarto ao lado e pego o pequeno baú que ele salvou junto de mais algumas coisas do apartamento.

Ele acende a luz, no sentamos na cama e abro o baú, meu coração batia a mil por hora, fazia tempo que eu não olhava aquelas fotos, porque sempre começava a chorar muito.

Pego a primeira foto.

Me seguro pra não chorar, porque na mesma hora as lágrimas brotam em meus olhos novamente.

—Aqui ele tinha três meses.

Entrego a foto para Don, vejo os olhos dele brilharem.

—Ele realmente tem suas covinhas e seu sorriso, mas é como se eu estivesse vendo uma foto minha quando era criança.

—Eu disse que ele se parecia com você, essa aqui foi a primeira vez que ele engatinhou, eu tenho alguns vídeos, mas está em um cartão de memória dentro da outra caixa.

—Amanhã nós vemos, ele era tão lindo.

Fala ele sorrindo.

—Sim, essa aqui foi no aniversário de um ano, minha mãe fez um bolo e cantamos parabéns, ele amou, saiu sorridente em todas as fotos, e no vídeo também.

Mostro as outras fotos, e no meio delas tinha algumas minha e do Don.

—Você ainda tem essas fotos.