capítulo 62

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Elisa

—Ir para a...a...Itália?

—Sim, eu sei que é repentino, eu cheguei a te dizer que teríamos que voltar, mas não disse que teria que ser tão já, mas já fazem mais de 4 anos que estamos aqui, e chegou o momento de voltarmos, não dá mais pra se esconder.

—Seus pais, eles também vão voltar pra Itália?

—Sim, e a Bea e o Gael, meus pais se arrependem de terem fugido do caos, ao invés de termos enfrentado, mas eu não me arrependo nem um pouco, porque graças a isso, eu reencontrei você e encontramos nosso filho.

—E com voltar você quer dizer todos nós, eu, nosso filho...

—Claro meu amor, eu não vou a lugar algum sem vocês, eu sei que é uma mudança repentina, e nós nem conversamos sobre isso, mas eu não posso e não vou sem vocês, mas eu também tenho responsabilidades com a família, e eles precisam de mim.

—Eu sei meu amor, eu entendo...

—Me desculpe querida, em outras circunstâncias eu não me importaria com mais nada, apenas com você e nosso filho, mas eu escolhi essa vida...

—Eu vou com você pra onde quiser, meu amor.

Ele me olha surpreso e ao mesmo tempo desconfiado.

—Sério?

—Claro vida, sou sua esposa, vou com você pra onde quiser ir.

—Fácil assim?

—Meu amor, é a Itália, é o meu sonho conhecer a Itália, morar lá então, será melhor ainda.

—Graças a Deus, achei que ia ter que te implorar pra ir comigo.

Sorrio.

—Não seria preciso, eu quero estar com você, não importa onde seja, e agora temos nosso filho, precisamos ficar juntos, além do mais, os Estados Unidos só nos trouxe coisas ruins, tanto pra mim, como para nosso filho, como você disse é um recomeço pra nós, e quanto mais longe daqui formos, melhor é.

—Mas eu preciso ser muito sincero com você meu amor, aqui eu tenho muitos aliados, e é bem raro alguém ser louco o suficiente pra se meter com a minha família, mas na Itália é bem diferente, eu herdei alguns inimigos dos meus pais, e aparentemente agora nós temos mais inimigos do que aliados, já que um desgraçado conseguiu virar todos contra nós, eu jamais vou permitir que toquem em você e no nosso filho, mas preciso te deixar a par da realidade da minha vida, no momento as coisas não estão boas pra família, então pode ser que seja um pouquinho perigoso.

—Eu só tenho medo por nosso filho, mas eu sei que vai nos proteger, custe o que custar.

—Sim, eu vou.

—Preciso te perguntar uma coisa, não vai ficar zangado comigo?

—Quer saber se eu penso em deixar a máfia?

—Como faz isso, você leu a minha mente?

—Sei ler suas expressões, e isso está praticamente escrito na sua testa.

—Está?

—Sim, e respondendo a sua pergunta, sim, é algo que faz parte dos meus planos, principalmente agora que tenho você e nosso filho, eu sempre achei o máximo meus pais serem mafiosos, porém isso nos afetou muito, ainda assim eu quis entrar pra esse mundo, mas não posso sujeitar vocês dois a esse mundo também, é perigoso, quero que tenham uma vida tranquila, confortável e o mais normal possível, mas não é algo que pretendo fazer agora, está tudo um caos e eu preciso arrumar essa bagunça, preciso colocar nossa vida nos trilhos novamente, fazer com que a família Bianco-Salvattore, volte a ser respeitada, não é por egoísmo, nem vingança, é por necessidade, se eu não fizer com que as pessoas voltem a nos respeitar, eles vão pisar em nós, nos usar e tentar tirar tudo o que temos, não posso permitir que isso aconteça, quero poder deixar um legado de orgulho pro nosso filho e não de vergonha.

—Meu amor, você sabe que isso não importa né, se estivermos seguros e todos juntos, já é o suficiente.

—Eu sei meu amor, mas tem muita coisa em jogo.

—Eu entendo vida, você tem suas responsabilidades, tá tudo bem, desde que nos mantenha seguros, eu vou te apoiar no que quer que seja.

—Obrigado meu amor, mas eu sei que talvez seu pensamento mude quando irmos pra Itália.

—Por que, é tão ruim assim?

—Pra você que não está acostumada com esse mundo, sim.

—Eu já passei por tantas situações de merda, meu amor, que nada mais me surpreende, eu já me acostumei com o fato de que você é um mafioso, já presenciei o mafioso em ação, nada mais é novidade.

—Eu queria tanto que você odiasse isso, já estava preparado pra você me mandar ir a merda e dizer que não iria pra lugar algum comigo, aí eu ia ter que te sequestrar e te manter em cativeiro e...merda, péssima escolha de palavras, desculpe amor.

Sorrio.

—Se me sequestrasse, eu iria sem oferecer resistência, desde que me mantivesse algemada na sua cama.

—Olha, essa ideia me agrada em.

—A mim também, mas queria que eu fizesse drama e ameaçasse te largar se você não saísse da máfia?

—Não queria, mas já estava preparado pra isso.

—É um trabalho, como qualquer outro, a diferença é que as pessoas morrem se não fizerem suas vontades.

—Também não é assim que funciona, amor, mas leva isso numa boa por enquanto, quando irmos pra Itália vai ver que as coisas são bem diferentes.

—Então já vou começar a me preparar, por falar nisso, acha que vou conseguir um trabalho na minha área na Itália?

—Não precisa trabalhar...

—Parece tentador a ideia de ficar em casa só sendo mãe e dona de casa, mas eu vou ficar muito entediada.

—Eu sei que vai, mas, talvez na Itália seja um pouco mais difícil você conseguir um emprego na sua área, pertencendo a família Bianco-Salvattore, entende porque eu digo que lá as coisas serão um pouco mais difíceis pra você.

—Tudo bem, eu posso fazer qualquer outra coisa, posso ser sua secretária também, pelo menos eu fico de olho em você.

Ele ri.

—Eu iria amar se fosse minha secretária, mas você tem potencial pra ser mais do que uma secretaria, sem querer diminuir a profissão, além de você ter uma formação bem diferente dessa área.

—Da pra encaixar minha formação nessa área, sem problema nenhum.

—Faremos assim, enquanto não conseguir um emprego na sua área, você trabalha comigo.

—Ta bom.

—Parece animada pra isso.

—E estou, eu vou tratar de manter as italianas atiradas bem longe do meu marido.

—Vai ser uma surpresa pra todo mundo, eu voltar casado e com um filho, vou perder todos os meus contatinhos.

—Se quiser morrer, você fala e nós já organizamos um funeral aqui mesmo.

Ele ri.

—É brincadeira amor.

—Eu acho bom, e espero não descobrir que na Itália você tem outra família ou um filho que você nem sabe que existe.

—Jamais.

—Não é difícil, você jamais saberia sobre o Enrico, se não tivesse me reencontrado.

—É, você tem um ponto.

—Sim, eu tenho, mas já vou bem preparada pra gritar pra todo mundo que você é meu.

—Só seu, você obteve uma edição limitada de Donatello Salvattore, pai e marido.

—As Italianas devem estar morrendo de inveja de mim nesse momento.

—Por que, sendo que o sortudo sou eu de ter você só pra mim!

Sorrio toda boba.

—Eu te amo!

—Eu te amo mais.

Donatello - Herdeiros Do Império Bianco-Salvattore Onde histórias criam vida. Descubra agora