Capítulo 7

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Clara se virava na cama, o corpo muito desperto àquela hora da noite. Estava muito cansada e se deitara cedo. E não estava cansada apenas fisicamente. Passara a tarde pensando em Cedar, no que havia lhe acontecido e sua cabeça doía.
Ainda não podia acreditar que ele sentira que estava excitada. E ela estivera mesmo!
Nunca sentira tanta atração por um homem. Seu corpo parecia acender até mesmo quando pensava nele. E naquela manhã ele percebera como se sentia!
Naquele momento mesmo sentia uma pressão entre as pernas e seus mamilos estavam duros. Tocou nos seus seios e pensou nas mãos dele a acariciando. Gemeu quando sua intimidade respondeu ao toque.
Ah, e quando Emerald sugerira que pedisse a Cedar para tirar sua virgindade ela quase surtara. Ela, com aquele homem? O que tinha para atrair aquele homem-fera?
Acariciou os seios e imaginou Cedar segurando-os, apertando. Na verdade, morreria de vergonha se ele visse os seus seios. Eram firmes, arrebitados, porém pequenos demais. Como queria que ele a tocasse...
— Cedar... - murmurou acariciando os seios e apertando as coxas.
Seu celular tocou e ela se assustou. Ficou um instante confusa, mas pegou o aparelho. Era Cedar!
— Alô?
Boa noite, Clara Domingues. Eu a acordei?
A voz grave fez seu coração acelerar.
— Não, eu estava... - seu rosto esquentou. — ... acordada.
Bom. Eu preciso te dizer algo.
Pois não. - falou, nervosa.
Agi de maneira inadequada com você hoje. Fui grosseiro. Peço que me perdoe.
Clara sentiu o coração bater mais forte, sentindo-se muito envergonhada.
— Eu entendo... Li sobre a franqueza das Novas Espécies.
— Sim, não guardamos o que pensamos. - ela ficou em silêncio, sem saber o que dizer. — Mas não menti. Eu senti sua excitação.
Senhor Cedar...
Percebi que se sentia atraída por mim desde o primeiro dia.
Clara engoliu em seco, querendo que o chão se abrisse e a engolisse.
— Eu não... não quis incomodá-lo.
— Eu nunca compartilhei sexo com humanas.
— Claro. Certo.
— E sei que nunca compartilhou com um espécie.
Ela ficou surpresa.
— Peraí. Como sabe?
— Eu a ouvi conversando com Emerald.
Sim, ela queria que o chão a engolisse!
— Era uma conversa privada. - reclamou.
Sou  canino. Ouço muito bem.
Não deveria.
— Está feito e eu sei sobre você.
—  Sobre o quê?
Sei que nunca compartilhou sexo.
Clara abriu a boca, chocada!
— Por que está falando sobre isso?
Houve silêncio. Ela podia ouvir a respiração dele. Então, quando achou que ele não falaria mais, ele bufou.
Queria que soubesse que eu sei.
— Para quê?
Outro silêncio. Ela esperou.
Eu não sei o motivo.
— Não sabe?
— Não, não sei. Quero que saiba que eu nunca a procurarei para sexo.
Os lábios de Clara tremeram, ela não sabia se de indignação ou frustração.
— Não estou pedindo!
— Emerald te sugeriu isso.
— Não precisa se preocupar, senhor Cedar! Não te farei essa proposta tão aviltante!
— Eu não disse que era aviltante, Clara.
— Não precisava!
Quero que saiba que não tenho problemas com você. Apenas não...
— Não transa com humanas! Já disse.! - lágrimas surgiram em seus olhos. — Era só isso que queria?
Novamente peço perdão pela minha rudeza.
— Está perdoado. Adeus.
Clara desligou o telefone e começou a chorar. Que humilhação! Aquele homem a fizera se sentir tremendamente inferior a ele. Fez questão de lhe assegurar que, se ela pedisse, não transaria com ela. Levantou-se e foi até o banheiro. Lavou o rosto, mas as lágrimas continuaram a escorrer.
Nunca, nunca atrairia um homem como ele!

Cedar considerava que fora cruel com Clara. Parecia que nunca acertava o tom ao falar com ela. Se ela era uma fadinha ele era um ohro. Pretendia apenas se desculpar, não tinha nada que falar que ouvira sua conversa com Emerald, nem falar sobre sexo.
Por que falara, afinal?
O que ouvira sobre ela mexera com ele. Como ela podia ser ainda virgem?
Em Mercille possuíra fêmeas que nunca haviam compartilhado sexo. De alguma forma, ele pressentia que era um momento importante para elas. Era muito cuidadoso, preparava-as para recebê-lo e, se as machucava, não era porque quisesse.
Ouvira dizer que as humanas consideravam muito a sua virgindade. Sobre o Brasil lera que há algumas décadas moças chegavam a ser expulsas de casa ou passavam a ser tratadas como mulheres de menor valor se a perdessem. Como seria atualmente? O que a virgindade significaria para uma mulher independente como Clara?
Ficara excitado ao perceber como ela reagia a ele. Fêmeas espécies mostravam interesse sexual, desejo, mas ele não nunca presenciara uma ficar molhada apenas por estar perto dele.
Pensou em Clara. Era motivada, competente e engraçada. A aparência dela, que antes não chamava sua atenção, agora aguçava sua curiosidade. Como seria  abocanhar os seios pequenos e se encaixar entre suas pernas? Duvidava que caberia dentro dela. Certamente a machucaria, mesmo se não fosse sua primeira vez.
A primeira vez... Ela já devia ter sido tocada por um homem, com certeza. Um homem já dedilhara o botão do prazer em sua vulva, um homem já a provara. Não era possível que não fosse assim!
Sentiu seu pênis endurecer, forçando o fecho da bermuda. Levantou-se de um pulo e foi para o banheiro. Arrancou as roupas e se meteu debaixo da ducha gelada.
O rostinho de Clara quando a expusera ainda estava claro em sua mente. Fora bruto, culpando-a por uma reação natural de seu corpo. Já fora desejado antes por humanas e algumas foram muito diretas convidando-o para suas camas. Por que reagir tão mal à Clara?
A água descia por seu corpo, mas não resfriava o calor que sentia. Fechou os olhos e se imaginou tomando seus seios nas mãos, sugando os mamilos, esfregando seus pênis nela... Segurou o membro e começou um movimento de vaivém, imaginando o corpo frágil debaixo dele, Clara gritando... Acelerou os movimentos e seus quadris ondularam, desejando estar dentro dela.
Quando o clímax o atingiu jogou a cabeça para trás e uivou.
Ficou debaixo da água, arfando, pensando que estava há dias demais sem sexo para ter ficado tão abalado com uma conversa ouvida.

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