Capítulo 10

1.3K 124 11
                                    

Cedar vira Clara dançando na pista e simplesmente não resistira a procurá-la. Não sabia como ela o receberia depois das últimas conversas, mas o desejo de falar com ela fora grande.
Quando a vira dançando com outros machos sentira vontade de arrancá-la dali. Será que não via que era pequenina demais para ficar no meio daqueles espécies?
Quando a segurara tivera vontade de apertar o seu quadril contra o dele. Qual seria a sensação? Ao vira-la, vê-la com o rosto afogueado e a boca aberta num sorriso desejara devorar sua boca ali mesmo. Sentira vontade de socar Painting quando a levara.
E, como o predador que era, aproveitara  que estava sem ele e a chamara para dançar.
Agora estava na pista escura com ela em seus braços. Segurou-a pelas costas e a sensação da pele macia em suas mãos o fez lamber os lábios. Clara colocou as mãos em seu ombros e começaram a se balançar juntos.
Era muito maior que ela e a vontade era de envolve-la com seu corpo e protege-la  de qualquer perigo.
Clara o olhava com os olhos arregalados e ele podia ouvir seus batimentos cardíacos acelerados.  Envaideceu-se por causar aquilo nela.
A música era muito sensual e ele deslizou as mãos por suas costas e ela as arqueou levemente.
— Você dança bem. - ela comentou.
— É fácil com você.
— Por quê? Não gosta de dançar?
Ele sorriu.
— Tão lentamente, não. - Clara apenas o olhou. Cedar a puxou mais para si. O corpo miúdo parecia muito frágil e ele sabia que poderia quebra-la se quisesse. Realmente parecia uma fadinha, mas tinha um ferrão. — Ainda está aborrecida comigo?
— Estou.
— Nunca quero aborrece-la.
— Mas você faz direitinho!
Ele achou o rostinho zangado adorável.
— Você me provoca.
— Eu?
— O jeito que me olha... Eu perco o controle. - ela engoliu em seco e Cedar observou o movimento da sua garganta. — Você sabe o jeito, não sabe?
Clara assentiu com a cabeça e ele deslizou uma mão até sua garganta e a acariciou. Ela fechou os olhos e ele lambeu os lábios novamente.
— Eu não tenho culpa.- ela sussurrou.
— E eu tenho?
Clara abriu os olhos e o encarou.
— Não, não tem. - respirou fundo. — Mas faz questão de me fazer sentir mal.
— Como assim? - ela mordeu o lábio inferior. — Me fale.
— Sei que não sou atraente, muito menos perto das suas mulheres, mas é doloroso saber que os outros pensam assim.
Cedar sentiu-se definitivamente um ogro.
— Eu nunca disse isso.
— Não precisou. Eu vi nos seus olhos.
Ele franziu a testa. Realmente a achara muito sem graça, até para uma humana. Cedar viu Painting parado olhando-os com dois copos nas mãos. Desviou o olhar.
— Eu não te vejo assim.
— Não estou procurando elogios, só estou falando o que me chateia. - ela apertou os lábios. — Você zombou de mim por... por me sentir atraída por você.
— Clara...
— Zombou da minha excitação... - ss lábios dela tremeram. — E da minha virgindade.
Os olhos dele se arregalaram quando viram os dela se encherem de lágrimas. Clara parou de dançar e tirou as mãos de seus ombros. Passou os dedos sobre os olhos e deu um meio sorriso.
— Me desculpe... Eu sou patética, eu sei.
— Escute...
Ele foi interrompido pela música alta que começou. Era um ritmo brasileiro muito barulhento. Olhou na direção de Painting e ele havia se sentado, mas sem tirar os olhos deles. Não queria que Clara voltasse para a mesa daquele jeito. Não para Painting consolá-la. Continuou a segurando e a puxou para uma das portas do Clube.
— Para onde está indo? - ela gritou para ele.
Cedar a levou para fora. Vários casais conversavam e alguns se beijavam à luz do luar. Percebeu que alguns dos parceiros eram humanos.
Afastou-se das luzes e parou embaixo de uma árvore.
— Preciso que me perdoe, eu não quis magoá-la.
— Você já me pediu desculpas antes.
— Eu sei e falei coisas estúpidas depois.
Ela deu um passo para trás.
— Eu sei que sou muito sensível, mas só te peço para ser um pouco mais compreensivo com mulheres humanas. Nós... Vocês são impressionantes. Não é absurdo ficarmos interessadas, mesmo se não formos atraentes para vocês.
Cedar sentiu-se realmente um tolo. Fora vaidoso, mas principalmente preconceituoso.
— Olha, já falei tudo o que eu queria. - ela o contornou. — É melhor voltar para a festa.
Clara passou por ele e Cedar estendeu a mão, segurando-a.
— Sei que já pedi desculpas, mas realmente preciso delas. Fui um péssimo anfitrião e um desprezível empregador. - ele a puxou para si.— Me perdoe, por favor.

Clara não queria se fazer de coitadinha, mas realmente estava magoada com Cedar. Naquelas semanas de trabalho só ouvira falar bem dele, de sua seriedade. Entretanto, todas as vezes que interagira com ela a fazia se sentir diminuída.
Depois que desabafara com ele queria apenas voltar para a festa, já que chamaria muita atenção se fosse para o dormitório.
— Pode me perdoar? - Cedar a abraçou e ela se viu envolvida num casulo quentinho. — Eu prometo que serei uma pessoa mais sensata.
— Tudo bem.
Ele segurou sua cabeça e a encostou no peito. Clara desejou cheirá-lo, mas se conteve.
— Não quis que se sentisse pouco atraente.
— Tudo bem , Cedar. - ela repetiu.
Com um dedo, Cedar ergueu o seu queixo. Clara inspirou pela boca ao ver os olhos castanhos tão de perto. Eram lindos, profundos e o faziam parecer mais acessível.
— Você... parece uma fadinha.
—  O quê?
— Como nos livros infantis: pequena e encantadora.
Clara ficou de boca aberta. Ele a achava adorável?
— Não sou uma coisinha minúscula e frágil.
Ele riu e ela adorou o som.
— Prestou atenção na parte do adorável?
Clara riu com ele.
— Prestei.
— Bom.
Cedar inclinou a cabeça para ela e a cheirou.
— Por que vocês humanas gostam de perfumes que lembram comida?
— Meu perfume é de flores silvestres.
— Tem um cheiro de doce.
— É enjoado?
O dedo em seu queixo desceu para o pescoço. Com a mão ele contornou o pescoço, abaixou-se e esfregou o nariz na pele já quente. Aspirou profundamente. Clara sentiu seu coração disparar.
— É bom. - ele falou com a boca colada em sua pele.
Clara pousou as mãos em seu peito e sentiu o coração dele também acelerado. Cedar beijou seu pescoço e arrastou a boca por ele. Ela fechou os olhos e inclinou mais a cabeça, oferecendo mais para ele beijar. Clara não podia acreditar que aquilo estava acontecendo.
Ele distribuiu beijos da base da sua garganta até embaixo da orelha.
— Meu primeiro beijo foi fora da instalação de Mercile. As fêmeas me ensinaram.
— É mesmo? Você era mais velho do que eu sou agora.
— Unhum... E mesmo assim só beijei até hoje durante o sexo.
— Só?
— E nunca beijei uma humana.
— Nunca?
— Eu imagino que o beijo seja mais suave, não é?
— Você nunca... nunca mesmo beijou fora do sexo?
Cedar beliscou sua orelha com os dentes e ela gemeu.
— Até hoje, pequenina... Até hoje. - ele colou a boca na dela, experimentou com beijos e lambidinhas suaves. fazendo-a perder o fôlego. — Você quer que eu te beije?
— Sim.
— Sim, o quê?
— Eu quero que me beije.
E ele beijou. Cedar segurou seu rosto com as duas mãos e mergulhou em sua boca. Clara abriu-se para ele, se surpreendendo com a textura diferente da língua e seu calor. Era como uma onda quente percorrendo cada cantinho da sua boca, envolvendo sua língua numa dança erótica.
Ela sentiu um aperto em sua vagina e o líquido molhando a sua calcinha. Ele gemeu em sua boca e ela teve certeza que sentia sua excitação.
Colocou-se na ponta dos pés e se apoiou nos ombros dele, gostando de sentir a dureza dos seus músculos. Fiber desceu as mãos e segurou sua bunda apertando-a contra ele. Clara quase engasgou ai sentir o tamanho do pênis que se apertava em sua barriga.
Ele afastou a boca de repente e rosnou. Clara não entendeu até ouvir Verity.
— Me desculpe, eu não sabia que Clara estava com você, Cedar.
— Está comigo.
Clara se soltou dele e se virou para ver uma espantada Verity.
— Me disseram que ela saiu. Fiquei preocupada.
— E a pessoa não disse que saiu comigo?
— Não.
Clara sentiu-se totalmente constrangida.
— Eu só saí um pouco... - falou para sua escolta.
— Certo, - olhou para Cedar. — Você entrará com ela?
— Pode deixar.
Verity se virou e Clara a acompanhou com os olhos. Sem jeito, virou-se para Cedar.
— É... ela deve ter ficado surpresa.
— Eu também.
— Você ficou surpreso?
— É como te disse. Nunca me envolvi com uma humana.
Clara ficou esperando que ele continuasse. Não conseguia ver seu rosto no escuro, mas sabia que ele a via. A música animada chegava até eles, tornando o silêncio difícil.
— Você quer entrar? - perguntou, sentindo um incômodo no peito.
Ouviu Cedar exalando.
— É melhor assim, pequenina.
Ela piscou rapidamente, mas recorreu ao orgulho, ergueu o queixo e tentou falar com naturalidade.
— Então vamos. Não quero perder a festa.
Virou-se na direção do Clube e não esperou por ele. Seu corpo ainda ardia de desejo, mas não mostraria para ele que queria continuar de onde Verity interrompera.

CEDAR: Uma história Novas Espécies 5Onde histórias criam vida. Descubra agora