Capítulo 29

927 90 12
                                    

Cedar pensou no episódio do triângulo amoroso por alguns dias.
Oak era um macho muito eficiente e simpático. Deixara sua posição administrativa em Homeland para servir como oficial de segurança na colônia brasileira. Sky lhe contara que viera seguindo Cristal, o que tornava a traição da fêmea ainda pior.
Oak mostrara apenas alguns arranhões, porém Mount tivera um ombro deslocado, o nariz quebrado e sua traqueia quase fora esmagada.
A agressão à fêmea chocara Cedar. Os únicos relatos de machos ferindo fêmeas foram nas experiências em Mercille quando os machos foram drogados e as fêmeas entregues a eles. Sabia-se até que um macho matara uma fêmea na loucura induzida pelas drogas malditas.
Oak tornara-se incontrolável por causa dos ciúmes.
Cedar lamentara enviá-lo de volta aos Estados Unidos, onde iria para a Reserva e ficaria um tempo com os selvagens. Cristal e Mount permaneceriam em Homeland III.
Josevaldo, o enfermeiro de plantão, contara à Clara que Cristal chorara muito no Centro Médico chamando por Oak. Isso deixara Cedar confuso. Se ela o amava, por que compartilhara sexo com Mount? E o macho lamentava ter traído o amigo.
Sim, Cedar ficara muito confuso.
Clara o fizera voltar ao trabalho e ficava com Emerald. Cedar diminuía o tempo que ficava no escritório durante o horário do almoço em casa.
Passou pela sua casa na hora do almoço. Clara já estava bem, entretanto ele pedira que ela descansasse mais uns dias. Ela não o contrariara, mas se mantinha em contato com sua equipe. Cedar se pegara pensando várias vezes se Clara falava com Painting.
Chegou na cabana e viu Emerald esperando na varanda.
— Por que está aqui fora?
— Só estava esperando você chegar.
— Não almoçará conosco?
Emerald deu um sorrisinho.
— Clara tem uma surpresa. - falou e saiu, caminhando em direção ao Clube.
Cedar franziu as sobrancelhas e entrou. A sala estava vazia, mas havia embalagens com o almoço sobre a mesa. Olhou na cozinha e ela não estava. Curioso foi para o quarto. Abriu a porta e parou, surpreso.
Clara estava deitada de bruços na cama com a bunda virada para ele. Vestia uma calcinha que não passava de uma faixa de renda que se perdia entre suas nádegas em forma de um coração invertido. Não usava sutiã.
Ela ergueu a cabeça e olhou para trás.
— Estava te esperando...
— Este é o almoço?
— Não, mas você também pode comer.
Ele lambeu os lábios quando ela abriu as pernas.
— Tem certeza?
— Eu tenho. Vem, Cedar...
Ele se aproximou da cama e pôs um joelho sobre o colchão.
— Como se sente?
— Com muito tesão.
Cedar estendeu a mão e acariciou sua bunda. Passou um dedo onde a calcinha cobria a vagina.
— E está molhadinha.
— Só em pensar que você estava chegando.
Ele inclinou o corpo e beijou a bunda e deu uma mordidinha em cada bochecha.
— Hum, que gostoso...
— Você é que é toda gostosa.
Fazia sete dias que não faziam amor. Ele se aliviava durante o banho, mas ansiava por ela.
— Tira a roupa. - Clara ordenou.
Ele não esperou ela repetir a ordem. Em segundos estava sem a camisa e a bermuda. Arrancou o coturno e o chutou para longe.
Ajoelhou na cama, se inclinou e começou a tirar sua calcinha com os dentes. Clara ergueu o quadril e ele puxou a peça sensual.
Provocadora, quando ele puxou a calcinha por seus pés, ela abriu as pernas.
— Clara, Clara... Você está brincando com fogo.
— Então me queima.
Como resposta ele mergulhou o rosto entre suas nádegas e enfiou a língua em sua vagina. Clara gemeu e ele gemeu junto, sedento por ela.
Lambeu e chupou a fenda cremosa. Ela empinava a bunda e rebolava, enquanto gemia.
— Ai, Cedar... Me pega por trás!
— Sim, minha fadinha.
Ele se preparou para penetrá-la, mas se lembrou da camisinha.
— Droga.
— O que foi?
— O preservativo.
— Ah, pega logo, amor!
Cedar saltou da cama, abriu uma gaveta da cômoda e puxou uma cartela de camisinhas. Vestiu uma com pressa, estranhando actextura, porque nunca precisara usar preservativos antes; voltou para a cama morrendo de desejo.
Ajoelhou-se e ergueu os quadris de Clara. Penetrou-a devagar com o máximo esforço. Queria meter com força e rápido.
—Vai, meu amor... - ela o incentivou.
Cedar começou o movimento de vaivém, num ritmo favorecido pelos gemidos dela. Estava há muito tempo sem tê-la e fechou os olhos, usufruindo daquele momento. Clara gemia e gemia, falando seu nome repetidamente.
Ele acelerou os movimentos ouvindo o som molhado da penetração. Logo Clara começou a gritar a cada estocada mais forte.
Cedar sabia que gozaria em instantes, por isso se inclinou e tocou seu clitóris fazendo movimentos circulares. Clara arfou, gemeu, empinou mais a bunda. Ele achou que não conseguiria esperar por ela.
Então ela começou a choramingar e ele sabia que sua mulher estava perto do orgasmo. Cedar meteu mais rápido e acelerou a carícia no seu clitóris.
Ela gritou e ele sentiu sua vagina apertando-o; se soltou e deu estocadas vigorosas. Seu pênis inchou, jogou a cabeça para trás e rosnou alto quando o clímax o pegou, fazendo-o se esvaziar dentro dela.
Queria desabar em cima dela, mas se sentia fraco para se sustentar nos braços. Segurou-a firme e deitou de lado.
Clara era dele, só dele.

Clara amava aquele momento depois do orgasmo. Cedar a abraçava, enquanto seu pênis permanecia e sua respiração voltava ao normal. Ele era tão grande e forte e vê-lo tão fraco  a enchia de orgulho; era por ela que Cedar se esvaziava.
Se aconchegou segurando os braços que a abraçavam.
— Foi bom demais... - ela declarou, beijando o bíceps que amparava sua cabeça.
Cedar fez um som rouco e abraçou-a mais apertado.
— E eu me preocupando com a sua saúde.
— Eu disse que já estava bem.
Cedar beijou sua nuca.
— Agora eu sei.
— Estou subindo pelas paredes há dias.
— Como é que é? Subindo pelas paredes?
Clara riu.
— É uma expressão cultural. Significa que eu estava cheia de desejo, louca de desejo.
— Entendi. Então eu que agi errado?
— Sim, senhor. Se preocupou demais. E hoje à tarde voltarei ao trabalho. - Cedar fez aquele barulhinho rouco de novo. — O que foi?
— Quero conversar sobre o seu trabalho.
Clara não gostou do tom da sua voz.
— O que sobre o meu trabalho?
— Quero que dispense o Painting.
— O quê? - virou o rosto para trás e ele ergueu a cabeça. Ela notou que ele parecia tranquilo. — Por que eu faria isso?
— Porque ele quer você.
Ela sentiu o rosto pegar fogo.
— Isso não é motivo.
— Para mim é um motivo forte.
— Não, Cedar, Painting é ótimo. Já sabe tanto quanto eu e aprendeu num tempo recorde.
— Eu quero que o dispense. - ela abriu a boca. — Eu o colocarei de volta para a segurança.
— Você está falando como líder da colônia?
— Não. Falo como seu companheiro.
— Não posso fazer isso, Cedar.
— Por que não?
— Porque não é ético. Painting não fez nada de errado.
— Já disse que ele quer você. - Clara sentiu a pressão em sua vagina diminuir. Moveu o corpo para se afastar dele. Cedar segurou seu quadril. — Ainda não.
— Quero te olhar. - Cedar afastou os quadris e retirou o pênis, que ainda estava duro. Ele levantou e foi para o banheiro.
Clara ficou preocupada com o rumo da conversa. Como coordenadora da equipe veterinária não podia dizer a Painting que saísse.
Cedar voltou para o quarto e ela se perdeu um instante na montanha de músculos e masculinidade. Ele sentou na cama e segurou seu quadril.Seus olhos brilhavam, porém seu rosto estava impassível.
— Por que esse assunto agora, Cedar?
— Porque estamos acasalados.
— E tenho que dispensar o meu ajudante porque ele sente algo por mim?
Ele franziu a testa.
— Você assume que ele te quer? O que ele te disse?
Ela hesitou.
— Eu sei o que ele sente.
Cedar aproximou o rosto do dela.
Sabe? Ele disse que te quer?
— Você mesmo disse. - Cedar rosnou baixinho e Clara reclamou. — Não rosne para mim!
— Não estou rosnando para você.
— Eu ouvi demais?
— Estou rosnando para as atitudes daquele macho. - sua voz endureceu. — Ele tentou te reivindicar?
— Não.
— Como você sabe então?
Ela engoliu em seco. Se contasse a Cedar como Painting agira, poderia fazê-lo ficar mais aborrecido. Clara acariciou seu rosto.
— O que importa é que eu te amo e sou sua. - a sobrancelha dele lentamente voltou ao normal. — Não podemos só falar de nós dois?
— Estamos falando.
— Não. Está falando de uma terceira pessoa.
— Que seja. - seus dedos se apertaram no quadril dela. — Dispense-o amanhã.
— Não, amor.
— Não estou pedindo.
Clara sentou-se.
— Está me dando uma ordem?
— Estou.
— Claro que não!
Ele a olhou com surpresa.
— Se nega a fazer o que eu quero?
— Se for algo absurdo, sim.
Cedar ficou em pé.
— Me considera absurdo, mas não Painting querer você?
— Não quero magoar Painting por causa do seu ciúme.
Ele rosnou e dessa vez sabia que era para ela.
— Não quer magoar Painting? - ele vociferou. — Sua preocupação é com ele?
— Não, amor! Só quero que você seja racional!
Cedar estreitou os olhos e seu rosto ficou feroz.
— Sou racional, mas também sou animal. - virou as costas e começou a catar suas roupas.
Clara sabia que o chateara muito, contudo não era sua intenção. Ajoelhou-se na cama.
— Cedar? O que está fazendo?
— Vamos almoçar.
— Você não quer conversar?
— Já falamos tudo o que tínhamos que falar. Vista-se.
Os lábios de Clara tremeram e ela sentiu vontade de chorar. Ele sentou na cama para calçar o coturno.
— Cedar... Não quero te chatear.
Ele olhou por cima do ombro. Clara considerou seus olhos frios.
— Não era ao Painting que não queria magoar?
— Não é desse jeito.
Cedar se levantou.
— Preciso voltar para o escritório.
— E o almoço?
— Gastei muito tempo. - ajeitou a blusa para dentro da bermuda. — Te vejo mais tarde.
Ele caminhou para a porta.
— Amor!
Cedar não voltou. Clara se jogou de costas na cama e deixou o choro sair. Como um momento de amor terminara tão mal?

CEDAR: Uma história Novas Espécies 5Onde histórias criam vida. Descubra agora