Uma mãe solo, desesperada por um emprego. Um casal fofo com relacionamento estável. A vida tem certas situações pelas quais não estamos preparados para lidar. Mesmo sendo de mundos diferentes, eles se encontraram e nada nem ninguém poderá impedir es...
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-Merda. – pelo currículo dela, sabia que era um mulher nova, mas precisava ser tão gostosa, porra o Lui vai me matar, pois a enfermeira dele recomendou muito a amiga e o meu marido coração de manteiga pediu para eu entrevistar a jovem. Deus, estou pensando com a porra da cabeça de baixo. Eu não posso decidir sozinho, preciso da aprovação dele também.
Mas, sinto que ela dentro desta casa não vai prestar. Nunca trazemos nossas brincadeiras para dentro de casa. De vez em quando saímos da rotina, buscando companhia feminina, mas isso sempre ficou fora e era uma noite e pronto. Eu amo demais o que nos dois construímos juntos. Foi um caminho sem volta quando descobrimos que a nossa amizade de infância era maior e mais ampla.
Assim que acompanhei ela e a bebê que não resiste e segurei em meu colo, vi as duas partindo em direção aquela lata velha que nem sei como ainda estava funcionando. Ela precisou tentar a partida quatro vezes antes do motor rugi para a vida e pedi internamente que ambas chegassem bem em casa. Subi as escadas correndo e entrei em direção ao banheiro e senti meu corpo respondendo a lembrança daqueles olhos de jabuticaba, e lábios carnudos.
Quando lembrei da bunda redonda no jeans apertado foi o meu fim. Porra. Merda. Estou muito fodido se essa tentação cacheada fizer parte do meu dia a dia.
Lui precisou emendar um plantão após o atendimento na clínica, então voltaria somente no dia seguinte cedo. Passei a noite inteira em claro, mas não conversaria com ele se não fosse pessoalmente. Ele meu viu online e ligou.
-São duas da manhã e meu maridinho anda acordado por qual motivo.
-Saudades, Amor, saudades.
-O que houve, Bene?
-Nada, estou apenas pensando em algumas coisas que me tiraram o sono.
-Quer falar sobre?
-Amanhã cedo quando você chegar, estarei te esperando.
-A coisa é séria.
-Claro que não seu bobo.
-Se você diz. – respondeu. – E como foi a entrevista. Acha que a candidata vale a pena. – suspirei e ele percebeu. – O problema é justamente a candidata. – foi uma afirmação e não uma pergunta.
-Lui, ela tem a porra de uma formação acadêmica em uma das melhores universidades públicas do Rio, então não sei como agir neste caso.
-E o que mais?
-Mais tarde conversamos pessoalmente.
-Agora. – mandou.
-Não me venha dar um de mandão a essa hora. – falei estressado.
-Ou o quê? – perguntou petulante.
-Ou nada, caralho. É melhor você ir trabalhar e eu tentar dormir.
-É isso, você vai dormir e deixar uma discursão para depois.
-Lui, você está trabalhando. Assim que chegar estarei acordado te esperando.
-Ok, Benício. – e desligou o telefone na minha cara.
-Inferno. – a mulher nem foi contratada e já está causando discórdia no meu casamento.
Lui chegou as sete e meia da manhã com cara de poucos amigos, estava preparando um café e com um pacote de biscoitos sobre a mesa. Não sabia fritar nem ovo, nisso minha mãe me criou muito mal. Meu marido arranhava uma coisa e outra, mas era um péssimo cozinheiro.
Ele trouxe algumas embalagens da padaria, sorri ao ver aquele café da manhã e abandonei o pacote que tinha acabado de abrir.
-Bom dia, Amor. – falei carinhoso, recebi uma resposta entredentes e ele dando as costas em direção ao lavabo. Voltou em 2 minutos sentando-se na banqueta ao meu lado e puxando a xicara de café da minha mão. – De nada. – falei e fui em busca de outra xicara.
-Fala logo. – Seu tom chateado me fez suspirar.
-Ela é jovem.
-Isso eu vi no currículo, sabichão.
-E gostosa. – Lui que estava com a xicara no ar, pousou a mesma com mais força que o necessário sobre o pires.
-E fala isso com essa naturalidade. Esperava mais de você.
-Vai me deixar falar. – já estava começando a subir o meu temperamento. Ele assentiu e eu suspirei. – Ela é nova e gostosa sim, mas não é somente isso, a garota está com um bebê recém-nascido nos braços, e precisa desesperadamente de um emprego. A empresa que ela estava decretou falência no meio da licença dela. Por isso ela aceitou um rebaixamento.
Nosso primeiro neném apareceu e já ficou mexido. O que vai acontecer?
