Capítulo 2

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         -Não pode ser verdade

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-Não pode ser verdade. – Estava com o e-mail aberto logo após uma colega de trabalho me mandar uma mensagem via aplicativo, informando que a empresa decretou falência e todos os funcionários iriam receber seus acertos em juízo. Estava em choque, não tinha o que fazer, faltava ainda mais de um mês para a minha licença maternidade acabar e não podia me dar ao luxo de ficar sem renda. Tinha aluguel para pagar e nunca conseguiria uma recolocação no mercado com um bebê recém-nascido nos braços.

Liguei para a minha amiga, mesmo sabendo que estava no trabalho e chorei no telefone. Alice pediu ao chefe para sair mais cedo e veio em meu socorro, coisa que minha mãe nunca havia feito. Ela preparou chá e deixou que eu deitasse a cabeça em seu colo fofinho, ela era toda meiga. A madrinha que escolhi para a minha filha e a pessoa que cuidaria dela em qualquer circunstância, Deus, eu estava apavorada.

-Alice, eu preciso procurar um emprego urgente.

-Olivia, o que você precisa é esfriar a cabeça, ainda falta muito para sua licença terminar.

-E se eu não receber o meu salário como vou pagar o aluguel e as minhas despesas e da minha filha.

-Hoje você vai descansar. E amanhã será um novo dia e pensaremos em algo.

O dia seguinte foi pior, pois era o dia do pagamento e ele não veio. Estava entrando em uma crise de pânico.

Dona Roberta vinha na minha casa uma vez ao dia, a pedido da filha, para ter certeza de que estava bem e me alimentando direito. Pelo bem-estar dela fazia tudo isso, mesmo no automático. Não poderia ser justo precisar de ajuda do André nessa altura do campeonato.

Pérola, estava sem convênio assim como eu, então agradecia que ela nasceu saudável e estava desenvolvendo bem.

À noite, Alice veio para minha casa, igual a todos os dias e reparou no meu computador aberto me vendo atualizar o meu currículo.

-Amiga, me envia esse currículo no e-mail, vou encaminhar para o RH da clínica. – falou segurando a minha mão. Estava tão tensa, eu não conseguia ficar parada, a licença foi o maior período que fiquei sem trabalho. Nunca tirei férias, pois trabalhei em muitos empregos sem registro, e nos outros eu sempre vendia para colocar na poupança. Poupança essa que mais cedo ou mais tarde vou precisar mexer nela.

-Te envio sim, estou aceitando qualquer vaga, não tenho frescura com emprego, só preciso salvar o meu no final do mês.

-Tem certeza, seu currículo é muito bom. – Alice tinha uma ruguinha na testa, ela tinha os cabelos longos e escuro, que destacava em sua pele clara. Suas bochechas rosadas dava um charme lindo nela. Seu defeito, era insegura ao extremo. Alice tinha medidas extras, e vivia se enfiando em dietas malucas. Odiava quando ela se punia assim.

-Excelente, sem modéstia, mas quando vou para as entrevistas e frustração em cima de frustração. – falei ainda olhando os sites de emprego. – Essa cara que você fez, tem algo em mente. – sorri para a minha amiga, mas ela estava séria.

-Liv, um dos médicos da clínica, o dr. Lui, ele estava conversando com a mãe dele hoje, sobre não ter conseguido uma pessoa para cuidar da casa dele. Da limpeza, sabe. Ele se mudou com o marido para um novo lugar, acho que é na Vila Mariana, mas não tenho certeza.

-Espera. Você falou marido.

-Sim. Ele é casado com outro homem. Algum problema?

-Lógico que não. Hoje é algo muito normal, é um casal como outro qualquer. – Respondi tranquilamente. – Me fala mais sobre isso.

-Então, eles estão sem ninguém e parece que o lugar é bem grande sabe, e ele parecia bem chateado por não estar conseguindo ninguém.

-Será que ele aceitaria a minha candidatura.

-Amiga, é isso mesmo que você quer? – falou. – É faxina.

-E daí. É emprego e tem salário honesto. Não posso dispensar nada na minha atual situação e até lá consigo novamente me recolocar no mercado.

-Ok. Amanhã ele não vai para a clínica, mas assim que ele for converso pessoalmente.

Demorou três dias para a minha amiga voltar com a resposta. O homem tinha ficado surpreso e até um pouco desconfiado, mas aceitou me entrevistar na casa dele. Em breve entraria em contato comigo.



Votem e faça essa escritora feliz. Beijinhos

Má conduta( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora