Capítulo 5

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-E aí como foi a entrevista. – Alice me atacou na porta de casa. – Vi o dr. Lui na clínica, então ele falou que o marido faria a entrevista com você.

-Não sei o que responder, Ali. – entreguei a minha pequena nos braços da madrinha, enquanto abria a porta do meu apartamento. Ela fazia voz infantil conversando com a Pérola e parou no momento da minha resposta.

-Como assim?

-Eu tenho um diploma e aquilo foi o maior peso na entrevista.

-Não brinca? – entramos em casa e me joguei no sofá, inclinando a cabeça para trás e suspirando. Neguei a pergunta. – Poxa o Benício é tão gente boa, não imagino ele fazendo peso sobre a sua carreira. Quem sabe ele não consiga uma vaga na empresa dele.

-Ele tem uma empresa? Porra. – falei e me arrependi. – Desculpe. Mas, amiga, ele tem razão no questionamento. E se conseguir uma vaga em minha área, vou precisar deixar a casa deles sim. Não estudei tanto para ficar somente limpando a casa das pessoas.

-Eu sei, querida, me desculpe também. É uma situação bem chata essa.

-Bota chata. – respondi. – E ainda tem outro pormenor, onde deixo a Pérola.

-A minha mãe se ofereceu para ficar com ela até você conseguir a vaga na creche. E você sabe disso.

-O problema é que não estou preparada para a ruptura. – e uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Alice com o braço livre passou sobre meus ombros e me puxou para o quentinho do seu colo. Deus, obrigada pela amiga que me deste.

-Amiga, vai dar tudo certo. Tenha mais fé.

-Eu tenho, mas as vezes a carga é tão pesada. – respondi. – Não me arrependo das minhas escolhas, mas também não queria ter pulado tantas etapas da minha vida. Eu fui adulta cedo demais e agora preciso me preparar psicologicamente para a minha filha não ter o mesmo futuro que eu.

-Ela tem a melhor mãe, e a madrinha aqui não vai deixar faltar nada para ela também. E o que puder fazer para você, eu vou fazer, nunca se esqueça disso. - Alice afagou meus cabelos assanhados - Eu te amo.

-Eu também, Ali. – abracei ela, com a minha filha risonha no meio de nos duas.

Uma semana se passou e nenhuma resposta me foi dada, acompanhei o movimento criado pelos funcionários lesados da empresa, que tinham contratado um grupo de advogados para correr atras dos danos. Nada tinha sido acertado ainda.

Com o notebook em mãos, atualizei meu currículo. Verifiquei alguns sites de empregos, e troquei algumas mensagens em um grupo do LinkedIn, como sempre fui reservada com as amizades, não tinha nenhuma indicação para o meu perfil. Aquilo estava pior do que pensei.

Olhei para a porta do quarto da minha filha e depois apoiei a cabeça nas mãos, me sentindo uma inútil. Meu celular apitou, vi a foto da minha mãe na tela, ela havia enviado um arquivo de áudio do qual estava sem nenhuma vontade de abrir.

Como falei antes, notícias ruins vem em conjunto, ela queria dinheiro emprestado, leia dado. Minha mãe era uma torneia sem fim de recursos, deve achar que sou rica, mal sabe o quanto junto para dar um futuro decente para meu bebê. E agora nem fonte de renda tenho.

O telefone voltou a apitar e mais 3 áudios dela chegaram. Virei a tela do celular de cabeça para baixo. Fechei a tela do computador e fui para a cozinha pegar um copo d'agua. O telefone começou a chamar e aquela merda não parava mais. Quando terminava uma chamada, logo entrava outra a seguir. Aquilo ia interromper o sono da minha filha.

-O que você quer agora? – atendi sem nenhum pingo de respeito pela minha genitora. Já havia falado com ela que estava desempregada e ainda sim queria mais dinheiro. Deveria pedir para os machos dela.

-Ops. Alguém não está a fim de conversa hoje. – cai sentada na cadeira ao ouvir aquela voz rouca e brincalhona falar ao meu ouvido.

-Benício. Me perdoa, achei que fosse outra pessoa. Atendi sem olhar a identificação.

-Tudo bem, querida. – Um arrepio passou por meus braços ao ser chamada de forma tão carinhosa por ele. – Estou te ligando, para saber se ainda tem interesse na vaga?

-Sim, eu tenho. – falei em um fio de voz.

-Você consegue vir em minha casa hoje. O Lui gostaria de te conhecer. Ele está de folga.

-Posso sim. – respondi sem acreditar. – Qual o melhor horário?

-Ele está disponível o dia todo, então, o horário que você quiser.

-Você não vai estar em casa?

-Dessa vez não. – respondeu risonho. – Estou preso no trabalho. Leve a pequena junto, meu marido tem um fraquinho por crianças. – Sorri da forma carinhosa que ele se referia ao marido. Alice me falou que o Lui era pediatra na clínica onde ela trabalhava.

-Ok. Chego em duas horas na casa de vocês. – avisei. – E Benício, obrigada pela oportunidade.

-Você me cativou, querida. – e aquele tom rouco mexeu com mais coisas do que era necessário ao meu corpo.



No próximo capítulo teremos nosso Dr. delícia. Espero que estejam preparados(as), pois ele é uma gracinha e merece todo nosso carinho e atenção.

Votem e faça essa escritora feliz. Beijinhos

Má conduta( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora