Que a liberação de um corpo é burocrática eu já sabia, mas já passava da meia noite, quando enfim tinha entregado os papeis para a funerária e segui para o apartamento da Alice. Estava muito cansado, e Bene não estava diferente. Bene informou para o Victor que não trabalharia na segunda-feira e meus pais fizeram o mesmo com a clínica, afinal Alice fazia parte do grupo de funcionários.
Alice estava dormindo quando chegamos, Olivia abriu a porta descabelada. Ela me abraçou e selou meus lábios, logo passando para os braços de Bene. Entramos e perguntei como Alice estava.
-Ela está descansando um pouco. Deixei a Pérola no quarto dela, em um colchão no chão. – falou ainda nos braços dele. – E como ficou resolvido as coisas?
-Os corpos já foram para a funerária, mas precisamos saber sobre onde a Alice deseja enterrar seus pais.
-Ela me falou que o cemitério municipal é o mais fácil, mas o velório será aqui no centro comunitário do bairro. O Jarbas, síndico do condomínio conseguiu o local, estamos aguardando somente a confirmação do horário.
-Precisamos do cartório aberto. Porém a Alice vai precisar ir para assinar os documentos. – Bene falou. – Vou acompanhar ela.
-Vocês precisam descansar um pouco. Vão para o meu apartamento e durma um pouquinho. Assim que a Alice acordar, ligo para vocês.
-E você?
-Vou ficar aqui com a minha amiga. – falou firme. – Deve ter uma camada de poeira, mas vocês vão dar um jeitinho. – Fez um carinho no meu rosto e me beijou. – Obrigada, meus amores. – Nos abraçamos no meio daquela sala e sabíamos que estaríamos juntos nas alegrias e tristezas.
-Juntos sempre. – Bene falou. Olivia entregou a chave do seu apartamento e descemos para tomar um banho e descansar por algumas horas. O dia seria longo.
E foi mesmo, os familiares de Alice chegaram e já auxiliavam em tudo que era preciso para o tempo do velório. Amigos, familiares e colegas de trabalho do pai dela lotaram o lugar. Meus pais e meus sogros vieram também, assim como a maioria dos funcionários que trabalhavam com gente.
Alice optou por algo mais curto, pois ela não aguentava mais ter que responder perguntas que faziam e na qual não queria falar. As pessoas não tinham senso. Olivia ficou no apartamento com a amiga, mas o lugar estava muito cheio, então Bene e eu ficamos com a nossa filha no dela. Vez ou outra ela descia para amamentar e saber como estávamos. E aproveitava o tempo e arruma algumas coisas que levaria para a nossa casa. Ela precisava descansar, mas não conseguia desligar sua cabeça da situação da amiga.
-E quanto ao rosto da Alice, amor? Eu entendi bem, ela foi agredida pelo namorado? – Bene perguntou para nossa garota.
-O idiota que estava saindo com ela e que não quis a assumir devido ao seu peso. – falou. – Ele foi um covarde, ela só queria um encontro, mas preferiu a ofender e dar um soco nela do que sair com ela em público. Os dois estavam juntos a mais de três meses.
-Que imbecil. Ela vai denunciar, certo. – Bene falou.
-Ela não quer. – Bene abriu a boca para questionar. – Eu não posso forçá-la a nada, Amor. – Aquela simples palavra o calou. – Alice tem uma baixa autoestima e se sente culpada pela perda dos pais, então preciso ajudá-la a lidar com uma coisa de cada vez. – Completou. – O Igor vai pagar um dia, você pode ter certeza disso.
-Espero que não esteja pensando em fazer justiça por ela.
-Vontade é que não me falta. Mas, sinto que ela vai conseguir fazer isso por ela mesma. – Olhei para o meu marido e dei de ombros. Confiaria nas palavras da nossa mulher.
Demorei mais cheguei com o novo capítulo. Amanhã volto com mais.
Votem, comentem e me sigam. Beijinhos.
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Má conduta( Concluída)
RomanceUma mãe solo, desesperada por um emprego. Um casal fofo com relacionamento estável. A vida tem certas situações pelas quais não estamos preparados para lidar. Mesmo sendo de mundos diferentes, eles se encontraram e nada nem ninguém poderá impedir es...