Capítulo 26

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         O banho me ajudou um pouco

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O banho me ajudou um pouco. Em trinta minutos estava pronto e indo para a clínica, não esperei pela Olivia despertar, já estava muito atrasado.

Bene me ligou logo que saí do condomínio e foi falando besteira até eu ter meu carro estacionado em minha vaga. Nessas horas agradecia o amigo que tinha no meu marido, foi sempre assim, ele gostava das mais loucas aventuras, mas estava sempre atento as minhas necessidades.

Entrei no meu consultório e dez minutos depois já estava com o prontuário de 5 pacientes. A manhã passou voando. E consegui colocar os atendimentos em ordem. Meu pai me chamou à sala dele, e aproveitaria para fazer o meu horário de almoço e descansar um pouquinho.

-Pai. – falei ao abrir a porta do escritório. Ele estava encostado na poltrona revisando alguns papeis. – Estou atrapalhando?

-Nunca, meu filho. Entre. – falou e fui em direção ao meu velho e lhe dando um beijo na testa. Ele estava com os cabelos grisalhos e uns poucos fios castanhos se misturavam ao cinza, o que acrescentou um charme na sua aparência. Estava vendo nele, a minha própria imagem no futuro. Eu era sua cópia carbono, exceto os olhos que herdei da minha mãe e os cabelos escuros.

-Pediu para me ver?

-Sim. Fui ao seu consultório pela manhã e ainda não tinha chegado. Aconteceu algo?

-Perdi a hora. – falei e suspirei, meu pai ergueu a sobrancelha esperando mais. – Atendi ontem a filha da Olivia e não dormi muito bem.

-Estava no hospital? Achei que estivesse de folga? E quem é Olivia?

-Não, pai, eu não estava no hospital. E sim estava de folga, mas tive tudo menos folga desta vez. E Olivia trabalha na minha casa.

-Ah sim. Realmente vocês comentaram na casa do Alonso. Só não lembrava o nome dela. – falou – e a criança está bem?

-Sim. Foi só uma indisposição. A rotina dela sofreu uma mudança brusca e ela não gostou muito.

-E difícil mesmo a criança adaptar quando a mãe volta a trabalhar. Tem que tomar cuidado com viroses nas escolinhas.

-Ela não está em uma. Ela vai para a minha casa com a mãe.

-Sério. E...

-Pai, não me pergunta nada neste momento, meus pensamentos estão fora de ordem. – ele suspirou frustrado.

-Lui, sei que não fui o pai mais presente no seu crescimento, meu filho, mas fui o melhor que podia para você. E como pai eu sinto a sua tensão a quilômetros de distância e nem sei te explicar essa ligação. E muito menos te pedir para se abrir comigo, mas estou aqui e não está sozinho nessa. Eu errei quando você veio me falar do seu relacionamento e peço desculpas mais uma vez pela falha, mas nunca e digo isso com toda certeza, nunca vou te julgar novamente. – Me senti emocionado com as suas palavras e soltei antes que pudesse pensar.

-Estou apaixonado por ela, pai. – Sr. Caleb se recostou na poltrona e perdeu as palavras. – Eu não esperava por isso, foi algo que não planejei. Mas, ela me conquistou sem fazer esforço e a filha dela, é a criança mais perfeita que tive o privilégio de conviver, e olha que conheci muitas. Eu quero dar o mundo para as duas. E quero dar o meu nome para a Pérola. Quero te fazer avô em breve.

-E o Benício? – perguntou ainda em choque.

-Ele está pior do que eu.

-Espera um pouco. Vocês dois, com uma mulher no meio do casamento de vocês de 8 anos.

-Parece loucura, pai, mas não planejamos isso. Ela chegou e arrastou tudo que achava ser o certo na minha vida. – coloquei a mão sobre o rosto, pois me faltava palavras naquele momento. Senti antes de ver um carinho nos meus cabelos, meu pai não estava aqui para me julgar, mas estava atônito com aquela novidade. A muito tempo não recebi aquele toque tão simples dele e sem muitas palavras abracei sua cintura e deixei algumas lágrimas caírem. Eu estava apavorado por essa avalanche. Contudo, deixei as comportas se abrirem e contei para ele toda a história de como foi a entrevista, sobre a falência da empresa em que ela trabalhava, de não ter suporte e ainda joguei a bomba sobre querer uma chance de trabalho melhor aqui na clínica.

O momento não era o dos melhores, mas precisava ser falado e queria muito o apoio dele para minha garota. Foram duas horas ininterruptas e no final senti um peso saindo dos meus ombros.

-Certo. Você quer uma chance para ela na clínica, mas como fica a minha neta nisso tudo. – Deus, eu tinha o melhor pai do mundo. Sorri pela aceitação imediata dele, levantei da cadeira e puxei meu velho que estava sentado ao meu lado e o abracei.

-Eu te amo tanto, pai. – falei com a voz embargada.

-Não mais do que eu amo você.


Já temos uma apoiador na família. Eu amei escrever esse capítulo, porque família é tudo, para ajudar em situações que fogem as regras sociais impostas. 

Comentem e votem. Volto amanhã com mais capítulos para vocês. 

Má conduta( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora