Uma mãe solo, desesperada por um emprego. Um casal fofo com relacionamento estável. A vida tem certas situações pelas quais não estamos preparados para lidar. Mesmo sendo de mundos diferentes, eles se encontraram e nada nem ninguém poderá impedir es...
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Nunca passei por tanto estresse como tenho passado ultimamente. A única coisa que me alivia era ter meus amores comigo no final do dia, ou já estaria a base de remédio.
A matéria que o amigo da Nataly soltou foi uma balança interessante, mas ainda recebi muitos olhares negativos por pessoas da minha equipe de trabalho. Diferente do Bene que deixou as portas da empresa aberta para quem quisesse sair no começo da nossa relação, aqui na clínica não poderíamos fazer o mesmo. A área médica era muito séria e complexa, e os profissionais que trabalhavam conosco tinham ótimas recomendações. Não poderíamos dar ao luxo de perder qualquer um que fosse.
Por incrível que pareça consegui ter preenchimento dos meus horários quase que por completo de novos pacientes. Estranhei, mas Helena e minha mãe eram da opinião que a diversidade existia e que por isso cabia a mim ser representante da classe.
Elas tinham razão. O primeiro paciente era uma menininha de 8 anos que tinha sido adotada por um casal homoafetivo. Luana era o nome dela, e estava na fase de adaptação com os pais, César e Jorge. A consulta durou quarenta minutos e me deu a força para manter a cabeça erguida. Sim eu conseguiria atravessar esse furacão.
Dia vencido, voltei para casa e Bia estava com a minha filha no colo e beijei o rosto das duas. Bene ainda não havia chegado. E Olivia tinha novamente a mesa com muita coisa espalhada sobre ela. Ri daquilo, pois já tinha cedido o escritório para ela usar.
-Ei, meu amor. – a beijei e fiz um carinho em seu rosto. – Como foi seu dia?
-Cheio. Mas, produtivo, trabalhei em alguns projetos para a clínica. Acho que você vai gostar das ideias que tive. Assim que voltarmos da viagem quero uma reunião com seu pai.
-Você quem manda, Linda. – Falei. – Vou trocar de roupa e me exercitar. Bene chega que horas?
-Ele já está a caminho. – respondeu. A beijei novamente e subi para o nosso quarto.
Bene se juntou na academia comigo trinta minutos depois e comentamos sobre a repercussão da reportagem. Contei para ele que consegui cinco novos pacientes e destes novos três eram filhos de casal homoafetivo. Contei sobre a representatividade e como aquilo era mais impactante do que imaginaríamos.
Falei novamente sobre meu primo, mesmo o detestando, e contei que ele faria algo que tiraria o foco da nossa vida por um tempo. Não intendi bem o que ele queria dizer, mas não quis entrar no detalhe tão pouco. Afinal esse final de semana era o aniversário de casamento dele.
Exercícios feitos, fui para um banho e me assustei com a casa cheia, meus pais, meus sogros e meus cunhados, além da Nataly e outro membro de sua equipe.
-Boa noite. – cumprimentei todos de uma vez. Olivia veio para perto de mim e me deu um beijo.
-Temos visita, vamos fazer uma reuniãozinha. – falou baixo. – Banho agora, doutor. – E sorriu. – Vou chamar o Bene. – E saiu em direção ao corredor que dava para a academia.
Tomei um banho rápido, Bene entrou no meio e cedi o chuveiro para ele. Em quinze minutos já descemos para saber que novidades tinham.
-É um fato que notícias ruins vem em conjunto mesmo. – ouvi Olivia falando bastante chateada. Abracei ela e senti sua tensão.
-O que houve, Amor?
-Seu avô e o Ernane solicitaram uma reunião comigo.
-O seu provável pai?
-Ele é o meu progenitor, pois me recuso a chamá-lo de outra forma. O Osvaldo é primo dele e me confirmou que ele realmente é.
-Certo. E o que eles querem com você?
-Querem uma declaração em conjunto para abafar a nossa relação, pois estão tendo repercussões no hospital também.
-E o vovô demônio ataca novamente. – Bene falou e riu sem humor. – Nós estamos contornando a situação, então ele que contorne a dele.
-Acho que é o momento de vocês aceitarem a entrevista. – Nataly falou. – Temos grandes nomes apoiando.
-Quem você sugere para nos entrevistar? – perguntei e todos me encararam.
-Luise Melgaço. – falou e todos tinham exclamações, a mulher era tipo a Oprah Winfrey do Brasil. Ela tinha um programa noturno que era recorde na televisão aberta, e seu canal do Youtuber era um sucesso estrondoso.
-Como você conseguiu isso Nataly? – Bia perguntou.
-A assessoria dela entrou em contato comigo. Eles querem exclusividade.
-O que você acha Olivia? – Perguntei, pois, a decisão final seria dela.
-Eu tenho medo, Lui. – falou baixinho.
-Estaremos do seu lado até o fim, Amor. – falei e a beijei, fazendo um carinho e seus rosto.
-Faremos a entrevista, mas nos nossos termos. – Respondeu a Nataly.
-Ótimo. Vamos agendar ela para esse final de semana.
-Não. – respondeu. – Marca para quarta-feira da próxima semana.
-Vou confirmar com a equipe dela.
-Alonso, podemos fazer a entrevista na sua casa?
-Claro, minha filha. A casa é sua.
-Obrigada. Bene, Lui, não quero a imagem da Pérola aparecendo. E Nataly, vamos controlar o tipo de pergunta que será feito, ok.
-Com certeza, Olivia. – ela respondeu.
-Quero dar ênfase na clínica Bem-estar e gostaria de fazer o corte de qualquer propaganda do Italian. Vamos deixar claro que somos uma empresa independente e não aceitamos comparação entre as redes. – Nataly anotou tudo, a mulher era a eficiência em pessoa.
- E quanto ao Ernane Aguilar?
-Somente vou conversar com ele, e se conversar, depois de falar com a minha mãe. Preciso saber o lado dela. Até porque ainda não sabemos quem é a pessoa que ele está envolvido lá dentro.
-Como assim? – Bene perguntou.
-O Osvaldo falou que ele está envolvido com alguém de lá.
-Será que é o Leon? – falei.
-Leon é casado com a Camille, Lui. – Caleb falou.
-Leon está profundamente no armário. Quase chegando em Nárnia. – Bene zombou.
-Oh meu Deus. Você já tem um padrasto, Docinho. – Bear brincou e ela estreitou os olhos para ele, mas começou a rir.
-Se for ele, vamos saber logo. Leon falou que vai fazer algo para tirar a atenção de cima de nós. Que ele devia isso para mim.
-Veremos então.
Olá meus amores, estou atrasada na publicação, mas está aí. O que vocês acham que o Leon vai fazer? Será que o Ernane é o segredo dele? Muitas perguntas no ar, mas como perceberam, estamos entrando na reta final dessa história que amei escrever.
Votem, comentem e me dê a opinião do que esperar até o final. Beijinhos
